Saiba se é correto dizer que diabetes tem cura

Essa é uma das condições crônicas mais comuns no mundo, afetando milhões de indivíduos. Diante disso, uma pergunta frequente entre pacientes e familiares depois da notícia do diagnóstico é se o diabetes tem cura.
A resposta é não. Até o momento, não existe solução definitiva para a alteração. Mas isso não significa que a condição não possa ser controlada ou mesmo prevenida. Com a evolução da medicina, é possível viver uma vida plena.
O que o diabetes causa no organismo
Ele é caracterizado pela incapacidade do corpo de produzir ou utilizar adequadamente a insulina, um hormônio essencial para regular a glicose (açúcar) no sangue. Existem dois tipos principais:
- tipo 1, que aparece quando o sistema imunológico ataca e destrói as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. É mais comum em crianças e em jovens, mas corresponde a menos de 10% de todos os casos. O tratamento envolve a aplicação diária da versão sintetizada do hormônio;
- tipo 2, que está relacionado à resistência insulínica. Ou seja, o corpo não usufrui do hormônio de maneira eficiente. É mais comum em adultos (explica 90% das manifestações) e está frequentemente associado a fatores como obesidade, sedentarismo e má alimentação.
Além dessas categorias, existe também o diabetes gestacional, que ocorre durante a gravidez e, na maioria dos casos, desaparece após o parto. No entanto, pode aumentar o risco de ter o tipo 2 no futuro.
Mas afinal, por que não existe cura para nenhuma forma de diabetes?
Os motivos que impedem a reversão envolvem em maior ou menor grau os fatores mencionados nos tópicos a seguir.
A natureza crônica da alteração
Isso significa que, uma vez instalada, ela permanece por toda a vida. No caso do tipo 1, o pâncreas para de produzir insulina, e o corpo não consegue recuperar essa função.
Já no tipo 2, a resistência ao hormônio e a disfunção das células pancreáticas são processos complexos que, uma vez estabelecidos, não podem ser revertidos integralmente.
A sua causa multifatorial
A elevação dos níveis glicêmicos é resultado de uma combinação bem grande de aspectos, em diversos elementos do corpo e do ambiente ao longo da vida.
E mesmo que uma pessoa adote hábitos saudáveis, como uma alimentação balanceada e a prática regular de exercícios, diversas alterações fisiológicas podem manter a predisposição à condição. Isso torna a manifestação extremamente desafiadora.
As limitações da medicina atual
Apesar de aprimoramentos, como a insulina sintética e os fármacos modernos, a ciência ainda não encontrou uma forma de restaurar a função pancreática ou eliminar a limitação da ação insulínica.
Pesquisas estão em andamento e são promissoras, mas a recuperação ampla (de um número considerável de indivíduos) não é uma realidade.

Últimos avanços no tratamento desse quadro
Embora não tenha cura, as descobertas e disponibilidade de novos recursos têm transformado a vida dos diabéticos. Entre alguns dos progressos mais notáveis estão:
- diversas opções de medicamentos efetivos, que balanceiam os níveis de glicose no sangue, seja por via oral, seja por aplicações sob a pele ou através de bombas de insulina;
- tecnologias de monitoramento, como os glicosímetros e os sistemas de checagem contínua de glicose, que permitem o acompanhamento glicêmico em tempo real, facilitando o ajuste da dieta e da terapia;
- programas de educação que têm ajudado pessoas a entenderem melhor o quadro, compartilharem dificuldades e adotarem hábitos mais saudáveis.
Nesse sentido, o Cartão dr.consulta é um grande aliado no cuidado com o diabetes, ajudando na manutenção do suporte necessário para prevenir complicações. A assinatura facilita o acesso a consultas e exames com preços diferenciados conforme necessário.
Junto disso, o programa Viva Bem oferece suporte multidisciplinar garantindo orientações personalizadas. Conheça todos os benefícios:
A importância do cuidado com falsas promessas
Infelizmente, muitos se aproveitam da esperança dos outros para vender perspectivas enganosas. É indispensável estar atento a essas práticas e sempre buscar informações confiáveis. Alguns exemplos de falsas alegações incluem:
- produtos milagrosos, como chás, suplementos ou dietas que prometem estabelecer níveis saudáveis de açúcar no organismo de maneira rápida e permanente;
- tratamentos não comprovados, em que são ofertados métodos alternativos sem respaldo científico;
- abordagens desinformativas, sobretudo na internet, que espalham afirmações equivocadas e perigosas sobre o tema.
Por isso, se deve consultar um médico ou profissional de saúde diante de qualquer dúvida. O especialista no cuidado com o diabetes é o endocrinologista.
Prevenção diante desse cenário, é prioridade
Essa é uma estratégia viável para reduzir o risco de desenvolver a condição, especialmente no caso do diabetes tipo 2. Algumas medidas com tal objetivo podem ser adotadas pela maioria das pessoas.
Alimentação saudável
Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos integrais e proteínas magras ajuda a manter os níveis de glicose estáveis e a prevenir o ganho de massa corporal.
Deixar de lado alimentos ultraprocessados, que são cheios de sal, açúcar e gordura também é uma decisão valiosa.
Atividade física regular
A prática constante de exercícios físicos melhora a sensibilidade à insulina e ajuda a controlar o peso, entre outros elementos da saúde.
Não é preciso virar nenhum atleta para alcançar esses benefícios. Somar 150 minutos de movimento (mesmo que leve) por semana já é o suficiente. Isso equivale a cerca de meia hora por dia.
Controle do peso, do colesterol e da pressão alta
Esses são componentes que, sem o devido acompanhamento, influenciam bastante na chance de ter diabetes tipo 2.
Logo, o sobrepeso, a dislipidemia (desajuste no colesterol) e a hipertensão arterial devem sempre estar no foco de atenção, sobretudo à medida que os anos passam.
Check-ups regulares
Realizar avaliações de rotina, como o teste de glicemia em jejum, ajuda a identificar precocemente alterações do açúcar no sangue. A partir disso, é possível adotar as medidas necessárias.
Diferente da alteração metabólica, o chamado pré-diabetes é um estágio intermediário reversível antes do diagnóstico definitivo.
Ele é normalmente silencioso, então os exames corriqueiros são indispensáveis para percebê-lo. A Sociedade Brasileira de Diabetes orienta que adultos acima dos 35 anos, mesmo sem qualquer suspeita ou sintoma, façam tal checagem periodicamente com apoio da quantificação da glicemia em jejum.
Em resumo, diabetes não tem cura. Enquanto isso, a chave para a manutenção de uma boa qualidade de vida está no tratamento adequado e na prevenção, contornando promessas suspeitas para fortalecer o autocuidado.
Fontes: