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Entenda o que é a insulina e como ela age no organismo

dr.consulta - pessoa aplicando insulina no dedo com caneta aplicadora

A partir do momento em que um alimento é ingerido, vários processos são disparados para garantir que o corpo aproveite a energia e os nutrientes obtidos com cada refeição. Nesse contexto, algumas dessas etapas têm a insulina como destaque. 

Conhecido principalmente pela associação com a diabetes, esse hormônio desempenha um papel essencial na forma como o organismo regula a concentração de açúcar presente no sangue, bem como a maneira como as células aproveitam esse elemento como fonte energética.

O papel da insulina no metabolismo humano

A produção desse hormônio ocorre no pâncreas, a maior glândula do corpo humano. Ele tem cerca de 15 centímetros e pesa aproximadamente 100 gramas em pessoas adultas, ficando alojado abaixo do estômago, entre o duodeno (uma parte do intestino delgado) e o baço.

Junto da insulina, ele também produz uma série de outras substâncias envolvidas no processo de digestão, sem as quais seria impossível completar o processo de aproveitamento dos alimentos. 

No entanto, a produção da insulina não se dá de forma ininterrupta. Ela só é acionada nos instantes seguintes à alimentação, principalmente quando os carboidratos das refeições são convertidos em glicose, um tipo de açúcar. Isso começa já na boca, a partir da mastigação e da ação de substâncias presentes na saliva.

À medida que isso acontece, o hormônio é disponibilizado pelo pâncreas e cai na corrente sanguínea. Com isso, ele envia uma sinalização para todas as células do organismo. Desse modo, há uma indicação de que há glicose para ser utilizada como fonte de energia naquele momento.

O excesso de açúcar não aproveitado imediatamente é transformado em uma reserva de “combustível”, sobretudo na forma do chamado glicogênio, um subproduto da glicose utilizado nos jejuns entre as refeições.

O que acontece quando há insulina demais

O organismo humano atua sempre para manter-se em equilíbrio. Com a insulina e a concentração de açúcar no sangue (a chamada glicemia) não poderia ser diferente. Por isso, muito do hormônio circulando pelo sangue não é o ideal.

Depois que as células recebem a sinalização e absorvem a glicose, a concentração da insulina tende a cair pouco a pouco, até a hora da próxima refeição.

Assim sendo, se há alterações que elevam a disponibilidade de insulina (a administração de uma dose maior do que o adequado em indivíduos com diabetes) ou a pessoa come menos, a oferta de açúcar cai e pode haver o que se chama de hipoglicemia. Conheça alguns sinais dessa condição:

E insulina de menos

No sentido oposto, insulina abaixo do nível esperado aumenta o risco de que a concentração de açúcar no sangue suba demais. Desde o instante que isso acontece, o organismo passa a adotar medidas para eliminar o excesso de glicose.

Logo de cara, é possível que a vontade de urinar aumente, junto da sede. Aos poucos, isso pode acentuar um quadro de desidratação, o que também provoca confusão mental. Podem aparecer também sinais de visão turva ou formigamento nos braços e pernas.

Por fim, a elevação na quantidade de glicose atrapalha o funcionamento das células e diversos mecanismos do metabolismo humano, até que tudo pare de funcionar adequadamente. 

Cuidados básicos com a insulinoterapia

Na prática, a reposição da insulina é uma forma de tratamento que tem como objetivo imitar a liberação natural do hormônio. 

Isso é importante sobretudo para indivíduos com diabetes tipo 1, onde o pâncreas deixa de conseguir atender essa necessidade fisiológica (como destacado mais abaixo). Em algumas situações, determinados casos de diabetes tipo 2 também podem exigir essa forma de terapia.

A aplicação das doses deve ser orientada por um profissional, que precisa prescrever as doses e a formas de administração de acordo as circunstâncias de cada pessoa. Seja como for, as recomendações básicas envolvem:

Condições de saúde associadas à insulina

A diabetes é certamente a disfunção vinculada à ação da insulina mais conhecida. De acordo com a Federação Internacional da Diabetes, 1 a cada 10 adultos em todo o mundo convive com a doença, somando ao todo 540 milhões de indivíduos acometidos por tal alteração. 

Mas nem todo quadro de diabetes é igual. Por isso, os casos são divididos principalmente em tipo 1 e tipo 2. A diferenciação é feita de acordo com algumas das características do desequilíbrio metabólico que dificulta o controle do açúcar no corpo. Há também aquilo que se chama de pré-diabetes e de diabetes gestacional, além de outras formas mais raras.

Imagem ilustrativa (GettyImages)

Diabetes tipo 1

Nessa categoria, o pâncreas se torna incapaz de produzir a insulina necessária. Isso ocorre em cerca de 10% de todos os casos de diabetes.

As causas por trás dessa falha geralmente acontecem por circunstâncias em que as células responsáveis pela produção do hormônio são destruídas pela ação do próprio sistema de defesa do organismo. Logo, pode-se dizer que essa é uma desordem autoimune.

Em geral, o diabetes tipo 1 é diagnosticado ainda na infância ou adolescência. Sem a insulina, o indivíduo começa a apresentar sintomas como excesso de urina, sede intensa, fome constante e perda de peso. Muitos desses sinais podem ser avaliados pelo médico endocrinologista.

Indivíduos com essa forma da doença quase sempre vão depender da aplicação de injeções com versões sintéticas da insulina. Essas doses possibilitam alcançar o controle do nível de glicose no sangue. 

Diabetes tipo 2

Já nessa outra manifestação da condição, o pâncreas continua trabalhando de forma relativamente normal. 

Por outro lado, uma série de desequilíbrios faz com que o corpo pouco a pouco vá perdendo a capacidade de aproveitar o hormônio. Como consequência há um constante aumento no nível de glicose, gerando o quadro característico.

Estima-se que quase 90% dos casos de diabetes sejam do tipo 2. Ele tende a aparecer mais tarde na vida, afetando mais adultos e idosos. Os sintomas podem ser similares aos do tipo 1, mas quase sempre são mais sutis.

Embora componentes genéticos possam influenciar no seu desenvolvimento, fatores como excesso de peso, falta de exercícios e outras doenças crônicas (como pressão alta e colesterol elevado) acabam exercendo um papel significativo na evolução.

Nem todo mundo com diabete tipo 2 vai precisar das aplicações de insulina. Em muitos casos, ela pode ser controlada com o uso de medicamentos orais e mudanças no estilo de vida (como a alimentação e a prática regular de atividade física).

Diabetes gestacional

Como o próprio nome indica, afeta gestantes. Por conta de alterações metabólicas causadas pela gravidez, o corpo tem mais dificuldade de controlar a glicose, ampliando a concentração de açúcar no sangue de forma perigosa.

Sem o devido acompanhamento, há riscos para a futura mãe e o desenvolvimento do bebê. É por isso que durante o pré-natal, as mulheres são orientadas sobre os exames necessários para investigar tal condição.

Pré-diabetes

Esse termo define os quadros em que ainda não é possível estabelecer em definitivo o diagnóstico do diabetes.  Isso é calculado conforme determinados patamares por meio de exames utilizados para medir os níveis de glicose no sangue.

Entretanto, esse deve ser considerado como um sinal de alerta para readequar o estilo de vida e evitar o estabelecimento definitivo da condição, uma vez que indica que já há algum comprometimento no metabolismo elevando a presença de açúcar no sangue. 

Como resultado disso, o Ministério da Saúde aponta que cerca de 50% das pessoas com pré-diabetes se transformam efetivamente em portadores da condição.

Para acompanhar essas e outras condições, é preciso fazer exames preventivos e passar por consultas com especialistas regularmente. Com o Cartão dr.consulta, você pode ter acesso a atendimentos presenciais e online com desconto, entre outros benefícios.

Como prevenir essas alterações e garantir mais saúde

O diabetes é uma condição crônica. Portanto, isso significa que ela depende do controle e do acompanhamento pelo resto da vida. Caso contrário, ele pode gerar complicações que afetam o corpo todo, de forma significativa. Entre exemplos disso estão:

No entanto, mesmo quem não tem diabetes deve ficar atento aos hábitos e comportamentos que podem afetar a ação da insulina no corpo.  

Em geral, tais alterações recebem o nome de “resistência insulínica”. Elas são resultado do esforço extra que o pâncreas adota por conta da dificuldade que o corpo passa a apresentar para aproveitar o hormônio. No longo prazo, isso também está associado ao risco de diabetes.

Desse modo, vale a pena considerar de que forma é possível acompanhar e até mesmo conter tal quadro, que nesse ponto ainda pode ser revertido. Para isso, é preciso adotar mudanças que envolvam:

Com o fim de adequar-se a esses ajustes da melhor forma possível, conte sempre com a ajuda de profissionais de saúde (como médicos e nutricionistas), capazes de fornecer recomendações personalizadas. Dessa forma, é possível prevenir a resistência à insulina e as demais alterações associadas à ação desse hormônio vital.

Fontes:

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