5 situações em que o marcapasso é indicado

A frequência cardíaca – número de vezes que o coração bate por minuto – é um indicador importante da saúde cardiovascular.
Quando ela se apresenta de forma irregular ou com pausas que comprometem a circulação, o marcapasso pode se tornar necessário.
Para que serve o marcapasso
Sua importância está diretamente relacionada ao papel central do órgão no bombeamento sanguíneo. É por meio dos batimentos que o fluxo se distribui por todo o organismo.
Alterações nesse ritmo natural fazem com que o resto do corpo passe a receber menos oxigenação, afetando as funções de outras estruturas e levando a sintomas como tonturas, desmaios e cansaço.
Como os demais dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI), ele funciona por meio de impulsos elétricos que, neste cenário, servem para estabilizar as batidas e o processo geral.
Todo quadro clínico deve ser avaliado por um cardiologista, que pode conduzir uma investigação da origem e determinar se a intervenção cirúrgica para a colocação do aparelho é a abordagem mais benéfica.
Principais condições que exigem o uso de marcapasso
Para a decisão final de utilizá-lo, o médico leva em consideração a Diretriz Brasileira de Marcapasso Cardíaco (2023), que classifica as indicações conforme a evidência científica. Entre os casos mais frequentes, de acordo com o documento, estão:
- doença do nó sinusal;
- bloqueios atrioventriculares e intraventriculares;
- síndrome do seio carotídeo (SSC);
- cardiomiopatia hipertrófica;
- síncope vasovagal.
1. Doença do nó sinusal
É uma das causas mais comuns já que o chamado nó sinusal é a estrutura que age como o marcapasso natural. Essa disfunção se caracteriza por uma falha na geração dos impulsos, resultando em batimentos mais lentos ou irregulares. Assim, o dispositivo artificial assume a função e evita os sintomas clássicos.
2. Bloqueios atrioventriculares e intraventriculares
Outra situação que ocorre habitualmente e envolve bloqueios na condução elétrica entre as câmaras do órgão, impedindo que os sinais gerados nas cavidades superiores (átrios) cheguem corretamente às inferiores (ventrículos). A reativação do ritmo do coração faz com que eles se contraiam de forma coordenada novamente.
Geralmente, a utilização do aparelho é orientada apenas em graus mais avançados ou quando há a presença de manifestações físicas, segundo documento publicado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia do Rio Grande do Sul.
3. Síndrome do seio carotídeo (SSC)
Em determinados indivíduos, a região do pescoço conhecida como seio carotídeo é extremamente sensível e pode desencadear uma desaceleração abrupta da frequência cardíaca ao ser estimulada, como durante movimentos bruscos ou uso de gravatas apertadas.
Se os episódios são recorrentes e impactam a rotina devido a desmaios e quedas, a implantação desse DCEI é considerada para reduzi-los.
4. Cardiomiopatia hipertrófica
Envolve o espessamento anormal das paredes do coração. O método só é sugerido quando a cardiomiopatia gera alterações nos impulsos elétricos e obstruções que comprometem a sincronia da contração muscular, sobretudo se associada à bradicardia (desaceleração) significativa.
Dessa forma, o foco é reabilitar o processo, melhorar os desconfortos e a qualidade de vida da pessoa.
5. Síncope vasovagal
Caracterizada por desmaios provocados por reflexos que desaceleram as batidas e dilatam os vasos. Quando a perda de consciência é frequente, grave e relacionada à pausa prolongada do ritmo cardíaco, a conduta é indicada. Porém, depende de uma avaliação especializada criteriosa que inclui testes específicos como o estudo eletrofisiológico.
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Outros quadros em que o marcapasso pode ser utilizado
Embora as condições citadas sejam as mais frequentes, existem outros contextos clínicos em que a abordagem pode ser necessária.
Um exemplo é no tratamento de arritmias complexas, principalmente após um infarto, em que o dispositivo pode ser implantado temporariamente para restabelecer a frequência cardíaca até que ela se estabilize, aponta a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas.
Já pessoas com apneia obstrutiva do sono podem apresentar batimentos mais lentos durante as pausas respiratórias, assim, ele ajuda a diminuir os riscos associados.
Indivíduos que passaram por transplante cardíaco, por sua vez, podem precisar do aparelho para compensar a perda das fibras nervosas naturais do órgão, garantindo uma resposta adequada em situações de esforço.
Contudo, o mais importante é saber que os casos devem ser analisados sempre individualmente por um profissional, que vai observar as causas, características clínicas e necessidades de cada pessoa para tomar decisões.
Nesse sentido, vale lembrar que o acompanhamento e check-ups periódicos são formas eficazes de garantir diagnósticos e tratamentos precoces, além de mais bem-estar a longo prazo.
Fontes: