Entenda as cardiomiopatias e saiba como acompanhá-las

Diversas condições prejudicam as mais variadas estruturas do coração, fazendo com que seu trabalho fique comprometido e afete a saúde. Nesse sentido, há um grupo de complicações que atinge especificamente o músculo cardíaco. Elas recebem o nome de cardiomiopatias.
O nome vem da união de coração (cardio), músculo (mio) e enfermidade (patia). Assim como qualquer outra disfunção no órgão, o suporte especializado para prevenir, diagnosticar e tratar o comprometimento é fundamental.
Principais características das cardiomiopatias
Mais do que uma única condição, esse termo diz respeito a um conjunto de perturbações que afetam diretamente o miocárdio, que é o nome que os especialistas dão ao tecido que compõe o órgão.
Essas disfunções alteram a sua capacidade de contração (fase em que o sangue é expulso para fora das câmaras cardíacas). Logo, aparecem dificuldades para que o coração bombeie o sangue adequadamente, comprometendo o fornecimento de oxigênio e nutrientes para o restante do organismo.
Os sintomas mais comuns podem se manifestar de forma lenta e gradual ou de maneira aguda. Isso significa que uma pessoa talvez demore muito tempo para perceber algo de errado, enquanto outra é atingida por incômodos repentinos.
No geral, isso varia segundo o tipo e a gravidade da cardiomiopatia. De qualquer maneira, é preciso estar atento a queixas que incluem:
- falta de ar, inicialmente durante esforços físicos e posteriormente mesmo em repouso ou ao se deitar;
- fadiga excessiva e cansaço desproporcional às movimentações realizadas;
- inchaço nas pernas, tornozelos e pés, podendo se estender para a barriga;
- dores no peito, que são constantes ou aparecem apenas durante esforços;
- palpitações e batimentos irregulares ou acelerados;
- tonturas e sensação de desmaio iminente;
- confusão mental;
- tosse seca persistente, sobretudo à noite;
Diante de tais incômodos, a procura por assistência especializada se torna indispensável, pois retarda complicações sérias e melhora significativamente a qualidade de vida. O cardiologista costuma ser o especialista indicado nesses cenários.

Tipos de cardiomiopatias mais comuns
A maioria delas atinge pessoas de todas as idades, ainda que algumas sejam mais relevantes em determinadas faixas etárias (a hipertrófica se desenvolve principalmente em adultos entre os 20 e os 40 anos, por exemplo).
Além disso, cada uma delas tem traços particulares, sobretudo por conta da forma como afetam o músculo cardíaco de maneiras distintas.
Cardiomiopatia dilatada
É a distorção anormal do tamanho das câmaras cardíacas e dos ventrículos, que se tornam maiores e ficam com paredes mais finas. Isso faz com que haja a diminuição da força de contração, impedindo que haja o bombeamento do sangue.
Cardiomiopatia hipertrófica
Considerada a mais comum, é marcada pelo espessamento excessivo das paredes do coração, em especial no chamado ventrículo esquerdo. Isso obstrui o fluxo sanguíneo e torna o músculo cardíaco mais rígido.
Cardiomiopatia restritiva
É menos frequente que as anteriores e é reconhecida pela perda da elasticidade normal do órgão, de modo que há uma maior dificuldade para que ele relaxe e se encha de sangue.
Além dessas três categorias, existem outras bem mais raras. Exemplos disso são a síndrome do coração partido, a cardiomiopatia associada à doença de Chagas e a cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito, em que surge um tecido fibroso e gorduroso no local do componente saudável.

O que pode ser feito para prevenir tal alteração
Parte dos quadros têm origem hereditária, fazendo com que a predisposição acompanhe pais e filhos que compartilham os mesmos genes. Existem ainda aquelas que são adquiridas ao longo da vida devido a uma série de fatores.
Entre alguns dos mais relevantes para isso estão hipertensão arterial descontrolada, diabetes, infecções virais, uso desregulado de álcool, efeitos colaterais de determinados medicamentos ou outras condições (como aquelas de natureza autoimune).
Embora não seja possível evitar totalmente aquelas manifestações em que o componente genético é passado pelo parentesco, diversas medidas reduzem o risco de desenvolver cardiomiopatias:
- manter a pressão arterial controlada, seguindo as orientações profissionais;
- acompanhar os níveis glicêmicos e de colesterol;
- evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas ou abolir completamente o hábito;
- não fumar;
- praticar atividades físicas constantemente, respeitando os limites individuais;
- seguir uma alimentação equilibrada, rica em frutas, vegetais e pobre em gorduras saturadas;
- controlar o peso corporal;
- gerenciar o estresse e a ansiedade;
- realizar acompanhamento médico regular, repetindo as avaliações conforme indicado;
- tratar prontamente infecções, principalmente as virais;
- cuidar da saúde bucal, pois bactérias presentes em dentes e gengivas podem atacar o coração.

Essas recomendações são úteis em todas as fases da vida, fortalecendo a prevenção de várias alterações cardiovasculares.
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Necessidade de ajuda especializada para o diagnóstico adequado
A identificação precisa das cardiomiopatias exige uma investigação médica completa que combina o relato dos sintomas, exame físico e uma série de exames complementares.
São analisadas as queixas relatadas, o histórico familiar e os fatores de risco para determinar quais recursos são pertinentes. Os mais solicitados são:
- eletrocardiograma, que registra a atividade elétrica do coração, identificando oscilações no ritmo;
- ecocardiograma, que permite visualizar a estrutura e função do órgão;
- radiografia de tórax, que mostra o tamanho do músculo cardíaco dentro do peito;
- ressonância magnética, que oferece imagens detalhadas, identificando cicatrizes ou áreas danificadas;
- cateterismo, que permite visualizar as artérias coronárias internamente;
- biópsia do miocárdio, exigida em casos específicos e que remove uma pequena amostra do tecido do coração para análise microscópica.
Com essas informações em mãos, o cardiologista é capaz de determinar com precisão a causa e gravidade da condição, orientando o tratamento apropriado.
As recomendações de suporte especializado
O objetivo principal das intervenções propostas é controlar os desconfortos, melhorar a qualidade de vida e contornar complicações graves. Assim, geralmente são combinadas as seguintes ferramentas:
- medicamentos que visam proteger a funcionalidade do coração;
- mudanças no estilo de vida, com ajustes na alimentação, prática de exercícios, controle do peso e interrupção do tabagismo;
- implementação de dispositivos implantáveis, como os marca-passos, que regulam as batidas cardíacas;
- procedimentos cirúrgicos, para a correção de defeitos estruturais no órgão;
- consultas periódicas e novos exames para monitorar a evolução e ajustar o tratamento.
Sem a abordagem adequada, as cardiomiopatias podem evoluir até outras disfunções. Entre algumas dessas possibilidades estão episódios de arritmia ou mesmo de insuficiência, como aponta a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o que tende a comprometer o bem-estar do indivíduo.
Fontes: