5 exames importantes na detecção das miocardiopatias

As miocardiopatias representam um grupo de alterações que comprometem o músculo cardíaco, afetando o bombeamento de sangue pelo corpo e, posteriormente, prejudicando o funcionamento de diversos órgãos.
Ainda que em determinados casos elas evoluem silenciosamente, detectá-las precocemente é indispensável para evitar complicações, como arritmias, insuficiência e, em casos graves, parada cardíaca.
Isso, claro, depende da supervisão profissional adequada e do acesso aos recursos diagnósticos pertinentes para analisar o cenário.
Entendendo as miocardiopatias e suas consequências
Essa modificação, conhecida ainda como cardiomiopatia, é definida a partir de um conjunto de modificações estruturais e funcionais no músculo cardíaco, que ocorre sem a presença de obstruções significativas nas artérias (como acontece em um infarto, por exemplo).
Existem diferentes tipos, como a miocardiopatia dilatada, a hipertrófica e a restritiva, cada uma com causas e características distintas.
De forma resumida, a miocardiopatia dilatada é caracterizada pelo aumento das câmaras do coração. Já a apresentação hipertrófica apresenta espessamento anormal do tecido, o que dificulta a saída de sangue.
Por fim, a miocardiopatia restritiva ocorre quando há perda da capacidade da expansão do elemento, tornando o órgão rígido.
Cada uma dessas variações tem causas diferentes, como predisposição genética, infecções virais ou desequilíbrios autoimunes, exigindo acompanhamento especializado.

Os principais sinais de alerta
A evolução é geralmente assintomática, especialmente em fases iniciais. No entanto, certos elementos costumam chamar atenção, entre eles:
- cansaço excessivo mesmo em atividades leves;
- palpitações;
- tonturas ou desmaios;
- falta de ar ao se deitar ou fazer esforço;
- inchaço nas pernas, tornozelos ou abdômen.
Em muitos casos, os desconfortos são confundíveis com várias perturbações cardiovasculares, o que reforça a importância de uma avaliação médica detalhada, preferencialmente feita pelo cardiologista.
Para ampliar os cuidados preventivos, o Cartão dr.consulta oferece acesso facilitado a consultas com especialistas, diversos exames diagnósticos e outros serviços essenciais para monitorar a saúde do coração.
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Como é feito o diagnóstico das miocardiopatias
A partir de uma suspeita, a confirmação envolve uma combinação de avaliação clínica, histórico familiar e testes complementares. Para isso, o especialista interroga o indivíduo sobre o que ele está sentindo e examina sua condição física.
Contudo, uma série de exames costuma ser indispensável para descartar ou não essa hipótese. Os procedimentos mais empregados para esse fim são:
- eletrocardiograma;
- ecocardiograma;
- radiografia do tórax;
- ressonância magnética;
- cateterismo.
A seguir, confira detalhes do que cada um serve e como eles são realizados na prática.
1. Eletrocardiograma
O objetivo aqui é analisar a atividade elétrica cardíaca, identificando ritmos anormais, pausas ou palpitações. Ele ajuda a apontar indícios de miocardiopatias, inclusive em pessoas sem sintomas evidentes.
O eletrocardiograma é feito com o corpo deitado, enquanto eletrodos são colados no peito. Esses sensores captam impulsos elétricos, que são registrados em um gráfico.
O exame é rápido, indolor e ajuda igualmente a detectar arritmias (que atinge uma a cada quatro pessoas ao longo da vida, de acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, sobrecarga cardiovascular e outras sinalizações que indicam uma disfunção merecedora de cuidado.
2. Ecocardiograma
Utilizado para dimensionar o trabalho e o estado das válvulas e cavidades. Ele mede a força de contração e detecta mudanças, incluindo o espessamento ou a dilatação indevida.
Esse é um tipo de ultrassonografia realizada com o auxílio de um dispositivo portátil que é deslizado sobre o peito com um gel condutor, que deixa a pele bem gelada. Esse aparelho emite ondas sonoras que geram imagens em tempo real do movimento do órgão.
O exame permite visualizar a espessura do tecido, todas as cavidades e o desempenho no bombeamento do sangue.
3. Radiografia de tórax
Chamado popularmente de raio-x, tem como missão verificar o tamanho do coração e possíveis sinais de interferência no trabalho pulmonar. Apesar de não ser um exame específico, complementa dados encontradas com outros testes.
Na radiografia, a pessoa é posicionada em frente ao equipamento. A imagem é capturada em segundos, mostrando a silhueta do órgão e o estado dos pulmões.
Esse recurso é útil para observar aumento do volume cardíaco ou indicativos indiretos de acúmulo de líquidos, o que frequentemente sugere a evolução de uma miocardiopatia.
4. Ressonância magnética
Oferece ilustrações de alta definição para mapear áreas com fibroses, inflamações ou alterações da composição muscular. Também ajuda a monitorar a progressão das miocardiopatias.
A ressonância é feita com o indivíduo deitado em um aparelho tubular. É necessário ficar imóvel por poucos minutos, enquanto o aparelho capta imagens detalhadas com ajuda de um campo magnético.
Ela é capaz de identificar cicatrizes no músculo cardíaco e fornece informações precisas a respeito da função e estrutura do coração.
5. Cateterismo
Utilizado para examinar a circulação coronariana e o funcionamento interno do coração. Ele é bastante relevante para descartar infartos e outras disfunções com manifestações similares à de uma miocardiopatia.
O cateterismo é realizado em ambiente hospitalar, com anestesia local. Um tubo fino (o cateter) é introduzido por uma artéria na virilha ou punho até chegar ao ponto desejado.
O procedimento permite avaliar o fluxo sanguíneo nas artérias coronárias, medir a atividade interna e, em casos específicos, coletar amostras do músculo cardíaco.

As possibilidades de tratamento e acompanhamento
A escolha pela abordagem necessária ao devido controle depende do seu tipo e da sua gravidade, bem como das condições associadas ao perfil de cada um.
Seja como for, a meta é aliviar sintomas, melhorar a função do órgão e prevenir complicações, como arritmias ou insuficiência cardíaca, que comprometem significativamente o bem-estar. Nesse sentido, é possível recorrer:
- ao uso de medicamentos que melhoram a atividade do coração;
- a mudanças no estilo de vida, com foco em alimentação balanceada, prática de exercícios físicos supervisionados e controle de componentes crônicos, como hipertensão, diabetes e colesterol alto;
- visitas regulares ao cardiologista e realização periódica de exames de acordo com o que for considerado pertinente;
- ao implante de dispositivos, como desfibriladores ou marcapassos, em casos mais graves.
Adicionalmente, em alguns cenários, talvez seja necessário realizar procedimentos para reverter, ainda que parcialmente, o impedimento da passagem do sangue.
Independente disso, o investimento na checagem cardíaca preventiva é fundamental para detectar precocemente complicações como as miocardiopatias e garantir mais segurança no cuidado com a saúde do coração, antes de qualquer incômodo maior.
Fontes: