Como se proteger dos riscos de uma endocardite

O termo endocardite se refere a um processo que afeta o revestimento interno do coração, podendo comprometer seriamente a saúde cardiovascular. Apesar de relativamente rara, exige atenção, acima de tudo se há fatores de risco conhecidos.
Por meio de uma série de medidas preventivas adequadas e do devido acompanhamento profissional, é possível evitar complicações e ampliar o cuidado com o órgão.
O que é a endocardite
Ela é uma infecção que ocorre no chamado endocárdio, tecido interno que recobre as câmaras e as válvulas cardíacas.
Geralmente, é causada por bactérias, mas também pode envolver fungos ou outros agentes. Por vários mecanismos, eles chegam à corrente sanguínea, provocando inflamação e, em casos graves, lesões.
Tal manifestação é mais provável em quem já tem algum tipo de alteração na região, como danificações estruturais e malformações congênitas, ou que tenha implantado determinados tipos de utensílios.
A situação pode ser classificada como aguda – se desenvolve rapidamente e necessita de suporte urgente – e subaguda, de evolução mais lenta, porém perigosa.
Quanto antes for identificada e controlada, menores são as chances de deteriorações permanentes, como insuficiência cardíaca, embolia pulmonar, acidente vascular cerebral e danos a outros órgãos vitais.

A relação entre saúde bucal e endocardite
Microrganismos presentes na cavidade oral em gengivites, periodontites e cáries não tratadas podem se aproveitar de machucados provocados pela escovação intensa, utilização indevida de fio dental ou procedimentos odontológicos (a exemplo de extrações ou pequenas cirurgias) para entrar no sangue.
Assim, eventualmente alcançam o coração, em especial se houver válvulas danificadas ou que dependam de implantes para funcionar apropriadamente.
Naqueles com a saúde bucal em dia, a complicação tende a ser menos comum. Contudo, isso não significa que a atenção com esse aspecto seja dispensável.

Situações que costumam aumentar a chance de uma endocardite
Algumas condições e comportamentos também impactam a probabilidade de uma pessoa desenvolver o quadro. Entre os principais estão:
- alterações prévias (como prolapso da válvula mitral, válvulas artificiais ou cardiopatias congênitas corrigidas ou não);
- histórico de endocardite;
- uso de cateteres intravasculares, como em tratamentos hospitalares prolongados;
- imunossupressão, frequente em pacientes oncológicos, transplantados ou com uma série de desequilíbrios crônicos;
- contato indevido com material hospitalar e cirúrgico contaminado (como agulhas, bisturis etc.) que abre brechas para seres agressivos ao sistema cardiovascular.
Quem tem dúvida sobre esses componentes deve procurar um especialista para orientações e medidas específicas.
As recomendações de prevenção que realmente funcionam
Todas são baseadas no controle dos fatores de risco e na adoção de práticas de supervisão contínua do bem-estar.
Cuidados com a saúde bucal
Manter uma boa higiene oral é essencial para evitar a ação bacteriana indesejada. Escovar os dentes e passar fio dental adequadamente, bem como visitar regularmente o dentista, ajudam a reduzir a viabilidade de infecções orais que afetam o órgão.
O ideal é comparecer ao consultório a cada seis meses, mesmo se não houver nenhuma queixa aparente, para iniciativas efetivas, como limpezas profissionais e reparo de cáries em estágios iniciais), além de indicações personalizadas sobre o melhor jeito de cuidar do sorriso.
Profilaxia com antibióticos
Para aqueles sob alto risco, o uso preventivo (ou seja, profilático) de medicamentos capazes de eliminar os microrganismos antes de procedimentos dentários ou cirúrgicos pode ser necessário. Essa determinação é feita com base nas diretrizes internacionais, como as da Sociedade Europeia de Cardiologia.
Se aplica também a quem tem repetição de endocardite ou próteses cardíacas, que deve informar ao dentista para o planejamento de qualquer intervenção.
Controle rigoroso de condições crônicas
Diabetes, hipertensão, colesterol e insuficiência renal, entre outras, devem ser monitoradas com frequência, pois aumentam a vulnerabilidade a infecções.
É natural também que pessoas com essas disfunções tenham a imunidade comprometida em algum grau, fazendo com que o corpo tenha mais dificuldade em combater invasores.

Acompanhamento especializado
Indivíduos com implantes cardiovasculares, válvulas artificiais ou histórico da condição precisam de seguimento com especialistas, sobretudo para identificar alterações precocemente.
O Cartão dr.consulta é um grande aliado, oferecendo acesso a exames e especialistas a preços diferenciados. O paciente ainda conta com o suporte de um time multidisciplinar para tirar dúvidas e realizar consultas de enfermagem on-line.

O que a pessoa afetada pode sentir
Nas hipóteses em que a patologia aparece, os sinais de que há algo de errado com o coração são:
- febre persistente, ainda que baixa (em quadros agudos costuma ser alta);
- calafrios e suor noturno;
- cansaço excessivo, até em atividades leves;
- dores articulares e musculares;
- manchas vermelhas na pele, nos olhos ou sob as unhas;
- perda de peso não intencional;
- falta de ar ou sensação de fraqueza;
- batimentos cardíacos irregulares.
- inchaço nas pernas e pés.
Nem todos os sintomas aparecem juntos e podem ser confundidos com outras questões. Por isso, qualquer manifestação incomum deve ser comunicada a um cardiologista.
Os caminhos para o diagnóstico e tratamento da endocardite
Determinar se há um episódio do tipo depende da combinação de avaliação clínica com procedimentos como:
- hemocultura –ajuda a mapear o agente causador da infecção por meio de uma amostra de sangue;
- ecocardiograma –permite visualizar as válvulas cardíacas com mais precisão (eventualmente, precisa ser feito por via transesofágica, com o auxílio de uma sonda introduzida pela boca);
- outros testes de sangue –para buscar marcadores associados a inflamações e distúrbios no organismo;
- ressonância magnética ou tomografia –indicadas principalmente para captar imagens melhores em casos
- mais complexos ou com suspeita de complicações.
Dessa forma, o profissional consegue diferenciar o quadro de outras alterações. Na sequência, as terapias são introduzidas com:
- administração de antibióticos (se o responsável for uma bactéria) ou antifúngicos (para fungos),
- geralmente pelas veias, durante algumas semanas;
- cirurgia, se a válvula estiver muito danificada ou há agravamentos;
- observação e monitoramento contínuo.
Com abordagens e cuidados corretos, é possível contornar a situação sem grandes sequelas e garantir o bem-estar geral.
Fontes: