Ícone do siteBlog dr.consulta

O que é miopia e astigmatismo? Entenda de vez as diferenças

dr.consulta miopia e astigmatismo

A miopia e o astigmatismo estão entre as principais condições que afetam a saúde ocular. 

Apesar de serem diferentes, elas são constantemente confundidas por aqueles que apresentam um ou ambos os quadros, já que as duas doenças dizem respeito à refração ocular. 

Segundo a revista americana Ophthalmology, 50% da população mundial terá miopia até 2050. No Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 25% da população têm miopia, enquanto o astigmatismo afeta 60% dos brasileiros. 

Em outro estudo da Ophthalmology ficou comprovado que a pandemia da Covid-19 também agravou os quadros e a taxa de pessoas com miopia por causa do uso excessivo de eletrônicos.

Veja a seguir se você se identifica com alguns dos sintomas para saber quando procurar ajuda. 

O que é miopia?

A miopia é uma alteração refratária do globo ocular no qual a imagem de objetos vistos a distância é focada incorretamente. 

O olho humano tem duas estruturas responsáveis por focar as imagens: 

  1. a córnea, a superfície frontal e transparente da “frente” do olho; e a 
  2. lente, a estrutura clara com o tamanho e a forma de um doce M&M’s.

Em um olho sem a presença de miopia, essas duas partes assemelham-se com uma bola de gude e a curvatura é lisa. Assim, toda a luz que entra pela retina passa diretamente pela córnea e pela lente, resultando em uma imagem nítida.

Mas se essas duas estruturas tiverem alterações, mesmo que suaves, a luz não passa de maneira adequada e ocorre um erro de refração (incidência da luz no globo ocular para formar a imagem na retina), que é o que acontece na miopia. 

O olho de pessoas míopes têm o globo ocular mais longo que o normal ou a curvatura da córnea bastante acentuada. Com isso, ao invés da luz ser focada na retina, o foco se dá na frente dela, o que torna a imagem do objeto distante com aparência borrada.

Causas

Os fatores hereditários estão entre as principais causas da miopia. Isso significa que crianças com predisposição genética (pais míopes, por exemplo) têm maior probabilidade de desenvolver essa condição, conforme diz a  Ophthalmology.

Porém, determinados hábitos podem contribuir para o desenvolvimento da miopia, como:

Sintomas

Entre os sinais que podem caracterizar alguns dos sintomas da miopia estão:

Tipos

De acordo com a Ophthalmology, a miopia apresenta diferentes subcategorias conforme as alterações anatômicas do globo ocular. São elas:

  1. Degenerativa: também conhecida como miopia progressiva. É um tipo raro e grave que pode levar à cegueira. Algumas vezes associa-se ao alongamento excessivo do olho e, normalmente, leva a lesões na retina.
  2. Congênita: este tipo aparece desde a infância e é mais predominante no sexo feminino. Geralmente é causada por um fator genético.
  3. Miopia de curvatura: nesse tipo o cristalino ou a córnea tem uma curvatura mais acentuada que o normal. Maus hábitos como uso em excesso de telas e forçar a vista podem causar esse tipo de miopia. 
  4. Secundária: é conhecida como miopia de índice e é mais comum em idosos. Essa alteração é causada por uma degeneração do cristalino. 

Graus

O quadro também varia em três diferentes níveis, os chamados de graus de miopia. Quanto maior for o grau, maior é a dificuldade para enxergar imagens distantes nitidamente. Conheça:

  1. leve: -0,25 a -3 graus;
  2. moderada: -3,25 a -6 graus;
  3. alta: maior que -6 graus.

O grau leve não impede a pessoa de realizar atividades cotidianas, graças à capacidade de adaptação dos olhos e do cérebro. No entanto, a falta de tratamento pode trazer complicações, já que a pessoa faz muito esforço para conseguir enxergar. 

Na miopia moderada a visão fica bastante comprometida. Somente com os óculos ou lentes de contato é que as pessoas podem realizar as tarefas do cotidiano com segurança.

Já nos casos graves, o indivíduo pode desenvolver doenças oculares mais sérias como o descolamento de retina, degeneração da mácula, glaucoma e catarata, entre outras. 

O que é astigmatismo?

Imagem ilustrativa (iStock)

O astigmatismo é uma irregularidade ocular e pode estar associada à miopia (dificuldade de enxergar longe) ou à hipermetropia (dificuldade em enxergar perto). Pode ser genético e piorar ao longo do tempo pelo avanço da idade. 

A pessoa com astigmatismo tem alguma deformação na superfície da córnea. Podemos imaginar que, nesse caso, a forma do olho é mais parecida com uma bola de rugby (oval) do que com uma bola de futebol, que é como deveria ser.

Nessa situação a luz é focada em mais de um lugar no olho e as imagens são focalizadas em dois pontos separados na retina. 

A consequência disso é que a visão parece borrada e distorcida como uma imagem ruim de uma televisão que apresenta “fantasmas” de pessoas e objetos. 

É isso que faz com que quem tem astigmatismo apresente dificuldade de enxergar tanto de perto quanto de longe. 

Causas do astigmatismo

As causas do astigmatismo podem ser muitas, porém, as mais frequentes são as relacionadas a fatores genéticos e condutas de risco. A mais comum entre elas é o ceratocone, uma condição que afeta a espessura ocular. 

Outros fatores comuns incluem coçar muito os olhos, traumas causados por acidentes ou ainda algumas cirurgias. 

Algumas vezes, a condição é de nascença, mas só é identificada tardiamente. Por isso, os bebês precisam realizar o teste do olhinho para o diagnóstico adequado. 

Sintomas

Os sintomas de astigmatismo mais comuns são:

Tipos

Conforme o Hospital de Olhos de São Paulo, é importante entender seus diferentes tipos. São eles: 

  1. Astigmatismo regular: é o tipo mais comum de astigmatismo e é facilmente corrigido. Acontece quando a córnea é curva mais em uma direção do que em outra, resultando em um formato mais oval.
  2. Astigmatismo irregular: é menos recorrente e acontece quando a curvatura da córnea não é uniforme.
  3. Astigmatismo miópico: quando um ou mais meridianos principais criam um ponto focal sobre a superfície da retina e outro antes da retina. Dessa forma, há dois pontos de erro de refração: miopia e astigmatismo. É muito presente em crianças.
  4. Astigmatismo hipermetrópico: há a presença de astigmatismo e hipermetropia (dificuldade em enxergar de perto). É frequente em ambos os sexos e em crianças é necessário que seja diagnosticado o quanto antes, pois pode ser irreversível.
  5. Astigmatismo misto: casos em que há diversos pontos focais antes ou depois da retina.

Graus

Em relação ao grau, primeiramente, é preciso compreender que o astigmatismo funciona por eixo e, dessa forma, é possível ter a noção sobre o que é considerado muito ou pouco. 

Assim, para cada intervalo na escala dos eixos, que vai de 0º a 180º, existe um tipo de lente específica. Conheça os graus do astigmatismo e sua classificação:

Tratando a miopia e o astigmatismo

Imagem ilustrativa (iStock)

Infelizmente, a miopia e astigmatismo não têm cura. No entanto, quanto antes se chega a um diagnóstico, melhor, pois isso evita que a condição evolua e se torne grave com o passar do tempo.

Os tratamentos dessas doenças são diversificados e variam de paciente para paciente, já que o grau diagnosticado é o que determina a melhor opção

Em algumas situações, os óculos e/ou lentes de contato são bastante eficientes. 

As lentes corretivas ajudam a focar os raios de luz, colocando a imagem sobre a retina. Os óculos podem ser uma opção de tratamento para crianças e adultos em qualquer idade. As lentes de contato só têm indicação a partir dos 15 anos.

Em quadros mais avançados a cirurgia refrativa pode ser uma boa alternativa.

A cirurgia de miopia e de astigmatismo é recomendada quando o grau de miopia estiver estabilizado, o que acontece entre os 18 e os 21 anos. Nela é utilizado um Laser para correção da refração ocular, o que faz da cirurgia indolor e rápida.

Como preservar a saúde ocular?

A miopia e o astigmatismo são quadros ligados a fatores genéticos. Mas também existem fatores externos que podem afetar a saúde dos olhos, acelerando processos de envelhecimento. 

Segundo o Ministério da Saúde, há 8 dicas que podem contribuir para a saúde da sua visão. 

  1. Durma cerca de oito horas por dia: a qualidade e quantidade de sono podem influenciar o cansaço do corpo todo, inclusive o dos olhos, que podem ficar vermelhos e inchados.
  2. Evite bebidas alcoólicas: essas substâncias produzem resíduos tóxicos ao serem metabolizadas no fígado, o que pode causar envelhecimento precoce das células oculares. A desidratação causada pela bebida também afeta os olhos.
  3. Tenha bons hábitos alimentares: já sabemos que a boa alimentação beneficia todo o organismo e isso não é diferente com os olhos. Desde crianças até idosos, aposte nos vegetais verdes escuros, que possuem vitaminas benéficas para a retina.
  4. Use óculos escuros: utilize óculos escuros de boa qualidade, pois a luz ultravioleta prejudica as células da retina, envelhecendo-as precocemente. Além disso, a incidência dos raios UV nos olhos pode provocar diversas doenças oftalmológicas.
  5. Atenção ao tempo seco: com a baixa umidade do ar, as lágrimas podem evaporar com maior facilidade e os olhos podem apresentar ardência e vermelhidão. Evite ventiladores e ar-condicionado, que ressecam muito os olhos.
  6. Não deixe de usar seus óculos de grau: use-os constantemente, pois eles evitam outras situações oculares e incômodos como dores de cabeça e vista cansada.
  7. Vá ao oftalmologista regularmente: crianças e adultos devem consultar regularmente o oftalmologista, seja para avaliar a qualidade e as condições dos olhos ou para atualizar o grau dos óculos
  8. Cuidado com a iluminação: crianças e adolescentes, principalmente, devem tomar cuidado para não passar muito tempo em frente a uma tela, seja TV, celular ou computador. 

Conhecia a diferença entre miopia e astigmatismo? Percebeu que tem alguns dos sintomas relatados? 

Aqui no dr.consulta você pode realizar a sua consulta com oftalmologista, além de fazer todos os exames que a saúde dos seus olhos precisa. 

Fontes:

Sair da versão mobile