A compulsão alimentar, geralmente associado ao emocional, pode colocar a saúde de uma pessoa em risco.
Por isso, se você ou alguém que conhece estiver com esse quadro, é importante saber os cuidados necessários para lidar com essa questão de maneira eficaz.
Continue neste post para entender o que é essa condição, como a identificar, tratamento e mais.
O que é compulsão alimentar?
Esse tipo de transtorno ocorre quando uma pessoa ingere uma grande quantidade de comida em um curto espaço de tempo e sente que não consegue controlar o que, ou quanto, está comendo.
Assim, a compulsão alimentar é caracterizada por episódios recorrentes de ingestão excessiva, seguidos por sentimentos de vergonha ou culpa.
Este tipo de transtorno pode trazer complicações, como sobrepeso e obesidade e, consequentemente, o desenvolvimento de outras doenças crônicas. Por isso, é importante estar atento a qualquer comportamento relacionado a essa condição.
Só no Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 5% da população brasileira foi diagnosticada com esse quadro — o número quase dobra em relação à média mundial que é de 2,6%.
O que causa esse tipo de transtorno?
Essa condição pode surgir devido a diferentes motivos, incluindo fatores emocionais e genéticos.
Segundo o Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais dos Estados Unidos, a compulsão alimentar é mais comum em jovens adultos ou indivíduos de meia-idade — mas também pode ser desencadeado em pessoas idosas.
Além disso, o órgão também menciona que experiências dolorosas na infância, como questões familiares ou comentários críticos sobre peso e hábitos alimentares, podem favorecer o desenvolvimento da compulsão alimentar.
Estudos ainda identificaram que essa condição tende a ocorrer quando:
- há histórico familiar da doença — o que pode estar associado a uma predisposição genética;
- a pessoa é obesa, especialmente em casos mais graves. Vale ressaltar, no entanto, que a maioria dos indivíduos com obesidade não apresenta esse transtorno;
- há diagnóstico de diabetes tipo 1 e 2 — o que pode ser resultado da atenção constante ao peso e à alimentação para evitar complicações.
Como sei que tenho compulsão alimentar?
Apenas um profissional da área de Psicologia ou Psiquiatria pode confirmar o diagnóstico de compulsão alimentar, mas existem alguns sintomas que você pode observar e identificar para procurar ajuda médica.
É importante entender que o comportamento da pessoa que possui essa compulsão é como a de um viciado em qualquer outra coisa, já que o cérebro ativa os mesmos neurotransmissores e gera o mesmo tipo de descontrole.
O primeiro sinal que deve ser considerado é o ato de comer mesmo sem fome e continuar se alimentando apesar de estar saciado e até estufado. Geralmente, as porções de comida são grandes, a ingestão é rápida (sem tempo para saborear o alimento) e com intervalos pequenos entre uma refeição e outra.
Grande parte das vezes, a pessoa se alimenta escondido de outros indivíduos, até porque na frente de alguém apresenta um comportamento alimentar diferente. Além disso, ela tem a tendência de esconder comida para novas crises e acaba se sentindo culpado e envergonhado após o descontrole.
É mais provável que seja uma compulsão alimentar quando as crises acontecem mais de uma vez na mesma semana. E, claro, são intensificadas pela ansiedade e por sentimentos depressivos, que são psicologicamente confortados pela comida.
Se você está desconfiando que alguém próximo está com esse quadro, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido recomenda observar os seguintes sinais:
- mudanças frequentes de humor ou comportamento;
- alimentação em excesso e recorrente (ao mesmo tempo que tenta esconder que está comendo);
- armazenamento de comidas (muitas vezes feito escondido);
- aumento no peso (mas atenção: nem sempre isso acontece, por isso, não leve só esse fator em consideração).
Ao notar um desses sintomas, seja em você ou em outra pessoa, a ajuda especializada é necessária, normalmente com uma abordagem multidisciplinar.
Qual a diferença entre compulsão alimentar e bulimia?
Apesar das duas condições envolverem episódios de ingestão excessiva de alimentos, há diferenças importantes entre esses transtornos alimentares.
- bulimia: além dos episódios de compulsão alimentar, a bulimia nervosa envolve comportamentos compensatórios inadequados, como vômitos autoinduzidos ou uso de laxantes, diuréticos ou exercícios físicos excessivos para evitar o ganho de peso.
- compulsão alimentar: nesse caso, podem até acontecer alguns episódios de comportamentos compensatórios para evitar ganho de peso, mas não é o foco central do transtorno.
No tratamento, o emocional precisa de atenção
Como a compulsão alimentar, na maioria das vezes, é uma válvula de escape de sentimentos negativos, para que ela seja controlada é essencial que o paciente se comprometa com um tratamento que cuida das questões emocionais e psicológicas que servem de gatilho.
Além disso, é preciso seguir uma reeducação alimentar orientada por um profissional da área, como o nutricionista, pois os alimentos ingeridos em crises de compulsão não costumam ser saudáveis e o paciente acaba prejudicando seu organismo e seu físico no processo, ficando mais suscetível a doenças crônicas, como a diabetes, por exemplo.
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É possível prevenir a compulsão alimentar?
De acordo com as orientações do Governo do Estado do Pará, existem algumas medidas que podem ajudar na prevenção deste quadro. São elas:
- beber muita água;
- praticar atividades físicas;
- não pular refeições;
- dormir 8 horas por dia;
- ter acompanhamento psicológico.
Além disso, no geral, é importante promover a conscientização, desde a infância, sobre escolhas alimentares saudáveis e equilibradas e criar um ambiente que promova uma relação saudável com a comida, livre de pressões e estigmas relacionados ao peso e à imagem corporal.
O cuidado com a saúde deve ser sempre a pauta para quem busca uma vida mais saudável e equilibrada.
Fontes: