Pontada no coração nem sempre é infarto. Veja outras causas

Sensações agudas e repentinas no tórax geram grande apreensão, principalmente quando a impressão é de que a origem está no órgão cardíaco.

Ainda que a pontada no coração nem sempre indique um risco cardiovascular, identificar suas possíveis causas é fundamental para agir com segurança e buscar avaliação médica quando preciso.

O que as fisgadas no tórax significam?

Também descritas como ferroadas, beliscadas ou choques, muitas vezes elas têm relação com questões musculares, pulmonares, digestivas e até emocionais.

Quando o motivo é, de fato, cardiológico, como em quadros de infarto ou angina, costumam ser mais intensas e contínuas, conforme explica o Ministério da Saúde, e se parecem com uma pressão ou aperto no peito, irradiando para o braço esquerdo, pescoço ou mandíbula.

Isso acontece porque esse tipo de dor está associada à redução do fluxo sanguíneo no músculo da região, provocando ainda:

• falta de ar, mesmo em repouso;
• suor frio;
• tontura ou desmaios;
• palidez;
• náusea ou vômito.

Vale destacar que pessoas idosas ou com diabetes apresentam manifestações diferentes, como cansaço extremo ou mal-estar, mesmo sem um desconforto evidente.

Com acesso facilitado a várias especialidades, o Cartão dr.consulta permite que o paciente receba o diagnóstico e os cuidados necessários desde os primeiros sinais, contando com uma equipe de saúde que orienta, monitora e acompanha a jornada até o tratamento completo.

5 causas comuns para pontada no peito que não envolvem o coração

Entre os diversos diagnósticos não cardíacos que provocam esse incômodo no tórax, os principais são:

1. distúrbios gastrointestinais;
2. condições musculoesqueléticas;
3. afecções pulmonares;
4. transtornos emocionais;
5. síndrome do coração partido.

1. Distúrbios gastrointestinais

O refluxo gastroesofágico (GERD) é uma das razões mais frequentes já que a queimação característica costuma ser confundida com uma pontada no coração. No entanto, ela acontece devido à acidez e ao retorno do conteúdo do estômago para o esôfago.

Em casos como esse, a avaliação de um gastroenterologista é essencial para indicar exames como endoscopia digestiva alta ou pHmetria esofágica, bem como recomendar a melhor abordagem de acordo com a origem real da sensação.

2. Condições musculoesqueléticas

Lesões musculares ou inflamação na cartilagem entre as costelas ocasionam algumas dores pontuais, mas elas são localizadas na área afetada, que também fica sensível ao toque ou ao movimento.

3. Afecções pulmonares

Pneumonia, embolia pulmonar e pneumotórax (colapso do pulmão) são enfermidades que geram esse sintoma, só que em ambos os lados do peito e muitas vezes acompanhado de dificuldade de respirar, tosse persistente e febre.

Um pneumologista é quem pode confirmar o diagnóstico por meio de procedimentos de sangue, como o PCR, além de raio-x do tórax, tomografia e gasometria arterial.

4. Transtornos emocionais

Ataques de pânico, ansiedade e estresse crônico provocam reações físicas marcantes. O corpo, em estado de alerta, libera hormônios, a exemplo da adrenalina, que alteram a frequência cardíaca e tensionam a musculatura, provocando a sensação súbita de pontadas no coração.

Se o motivo for um desses quadros, o apoio psicológico ou psiquiátrico faz parte de uma trilha de cuidado importante, promovendo a manutenção da saúde mental e da qualidade de vida.

5. Síndrome do coração partido

Geralmente desencadeada por uma emoção profunda, como a perda de um ente querido, a chamada cardiomiopatia de Takotsubo é rara e mais comum em mulheres acima dos 40 anos.

Embora simule um infarto, as artérias não apresentam obstrução, mas há disfunção temporária do músculo cardíaco, que leva a manifestações graves, como dores e falta de ar.

O que fazer ao sentir pontada no coração?

Mesmo que nem toda fisgada represente um risco iminente, a melhor conduta é agir com cautela e atenção para conseguir diferenciar um incômodo transitório de algo mais sério.

Afinal, as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de adoecimento no Brasil e no mundo, sendo reconhecidas como um grave problema de saúde pública.

Diante disso, ao perceber qualquer desconforto, mesmo que leve, é importante observar o sintoma com atenção e buscar avaliação em uma Unidade de Saúde.

Além do cuidado com os sinais, a prevenção é um pilar fundamental. Hábitos saudáveis como manter uma alimentação balanceada, praticar atividades físicas, não fumar e manter o peso adequado são estratégias efetivas e recomendadas pelo Ministério da Saúde.

Evitar a automedicação, principalmente com analgésicos ou antiácidos sem prescrição, também é pois há o risco de mascarar sintomas importantes e atrasar o diagnóstico.

Por fim, observar a duração e a intensidade, e acionar a emergência se durar mais de 20 minutos, for muito forte ou vier junto de dificuldades para respirar, suor ou desmaios.

Na prática, uma pontada no coração pode ser passageira, mas buscar orientação adequada e investir em acompanhamento contínuo é indispensável, pois, acima de tudo, representa um ato de cuidado físico, mental e emocional.

Fontes: 

• Conselho Nacional de Secretários de Saúde;
• Ministério da Saúde;
• NHS;
• Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo;
• Sociedade Brasileira de Cardiologia.