Por que o teste do pezinho é obrigatório?
O teste do pezinho, que faz parte da chamada triagem neonatal (conjunto de ações que ajudam a identificar doenças antes de sintomas surgirem), é um exame rápido e simples.
Sua realização é obrigatória para todos os recém-nascidos. Inclusive, desde 2001 há uma determinação indicando que todos os bebês nascidos vivos devem passar pelo teste da forma mais breve possível.
Por isso, o exame é feito normalmente entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê. Porém, ele pode ser realizado até o fim do primeiro mês de vida. O teste é fundamental para identificar se o bebê nasceu com alguma doença genética ou congênita (desenvolvida ainda na barriga da mãe).
Como é feito o teste do pezinho e por que o prazo é importante?
O exame é feito a partir de uma pequena coleta de sangue do calcanhar do recém-nascido. O processo para isso é rápido, simples e indolor. O material coletado é colocado em um papel de filtro e, em seguida, encaminhado para o laboratório para que seja feita a análise. O resultado, geralmente, sai dentro de 15 dias.
Caso o resultado dê positivo para alguma anormalidade, o recém-nascido pode começar a receber a assistência adequada a partir daquele momento, evitando diagnósticos mais graves no futuro e aumentando a sua qualidade de vida.
O respeito ao prazo após o nascimento é um aspecto importante da eficácia do teste do pezinho, já que quanto mais cedo os resultados estiverem prontos, mais rápido o suporte necessário poderá ser oferecido.
Que diferentes tipos de teste do pezinho podem ser feitos?
Além do teste do pezinho convencional, no dr.consulta os pais contam opções de outros tipos de exame para avaliar a condição de saúde dos bebês no período seguinte ao nascimento:
- Perfil Master;
- Perfil Master + HIV;
- Teste estendido;
- Perfil Plus;
- Perfil Plus + G6PD;
- Perfil Plus Especial.
Quais doenças o teste do pezinho identifica?
Atualmente, o teste do pezinho convencional identifica seis tipos de doenças genéticas e congênitas. Conheça abaixo quais são elas:
- fenilcetonúria: é uma alteração genética rara causada pelo acúmulo de uma enzima chamada de fenilalanina. Em excesso, essa enzima pode provocar questões neurais no ser humano. A fenilalanina pode ser encontrada em alimentos como carne e ovos;
- hipotireoidismo congênito: é uma condição médica em que o bebê já nasce com alteração na produção de hormônios da tireoide, glândula localizada no pescoço. Essa deficiência pode causar complicações no desenvolvimento da criança;
- anemia falciforme: caracteriza-se pela alteração no formato das células vermelhas do sangue, responsáveis pelo transporte de oxigênio pelo corpo;
- hiperplasia adrenal congênita: é uma desregulação hormonal no organismo, em que alguns hormônios são produzidos em menor quantidade e outros em excesso. Essa condição pode provocar alterações no crescimento e na puberdade, por exemplo;
- fibrose cística: considerada uma doença grave, a fibrose cística é uma complicação causada pelo acúmulo de muco nas vias respiratórias do bebê. A doença também costuma atingir o pâncreas. O muco é um fluido natural do nosso organismo. Entre suas diversas funções está, por exemplo, proteger nosso corpo contra a desidratação e ataques de bactérias;
- deficiência de biotinidase: é uma condição médica em que o organismo não é capaz de reciclar a biotina, uma vitamina importante para a saúde do cérebro. Bebês com essa doença costumam apresentar convulsões, falta de coordenação motora e questões no crescimento.
A atualização do teste do pezinho
Cabe destacar que, desde 2021, uma nova lei estipula uma ampliação no número de doenças analisadas no sangue coletado com o teste do pezinho convencional. No fim do processo de ampliação, a legislação prevê que a quantidade de enfermidades testadas no exame chegue a 50.
Na primeira etapa, por exemplo, estão sendo incluídos testes para identificar a toxoplasmose congênita (ou seja, uma infecção contraída antes do nascimento na barriga da mãe).
Enquanto isso, nas fases posteriores é esperado que a avaliação inclua ainda a análise de doenças metabólicas e genéticas mais raras, mas com impacto significativo sobre a saúde do recém-nascido.
Quais outros cuidados neonatais são indispensáveis?
Ainda que o teste do pezinho seja o mais famoso, ele não é a única avaliação feita nos primeiros momentos da vida do bebê. O cuidado neonatal inclui ainda outros testes menos conhecidos, mas igualmente importantes. Entre os que merecem destaque estão:
Teste da orelhinha
Também chamado de triagem auditiva, o teste da orelhinha é realizado ainda na maternidade, até o segundo ou terceiro dia após o nascimento do bebê. Desde 2010, uma lei federal determina que nenhum recém-nascido saia do hospital sem passar por essa avaliação. Quem nasce fora do hospital deve fazer o exame até o terceiro mês de vida.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, seu objetivo é identificar perdas congênitas na audição do recém-nascido. Para isso, o teste é feito com o bebê dormindo, em um ambiente silencioso. Ele é rápido, indolor e sem contraindicação. Sua duração não ultrapassa os dez minutos. Caso alguma alteração seja identificada, há o encaminhamento para uma avaliação mais detalhada.
Teste do coraçãozinho
Como o nome sugere, o teste do coraçãozinho avalia a condição cardíaca do recém-nascido. Dessa forma, é possível identificar cardiopatias (ou seja, doenças cardíacas) que o bebê eventualmente tenha trazido de nascimento. Essas costumam ser causas importantes de mortalidade neonatal.
Para isso, nas primeiras 48 horas de vida o bebê deve ter seus batimentos e oxigenação sanguíneas avaliadas. Caso algo suspeito seja percebido, um exame mais detalhado pode ser solicitado.
Teste do olhinho
Outra avaliação simples, rápida e sem contraindicações, que permite identificar de forma precoce alterações oftalmológicas como glaucoma e catarata, entre outras. Uma luz é utilizada e permite observar possíveis reflexos avermelhados nos olhos do bebê, o que pode sugerir a presença de alguma condição anormal.
O teste é feito, de preferência, logo após o nascimento do recém-nascido ou na primeira consulta de acompanhamento com o pediatra. A partir disso, diante de qualquer suspeita, uma avaliação mais detalhada com um oftalmologista pode ser indicada. Testes similares podem ser repetidos periodicamente durante o desenvolvimento da criança.
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Vacinação
Junto desses testes, a criança também deve receber logo depois do nascimento vacinas essenciais para protegê-la de determinadas doenças. Entre algumas das doses mais importantes neste momento estão a BCG (contra a tuberculose, conhecida pela marquinha no braço) e a contra a hepatite B.
Viu como o teste do pezinho e outros cuidados simples com a saúde do recém-nascido são importantes? Pequenos cuidados no nascimento ajudam a prevenir complicações e garantir um maior bem-estar para o bebê, permitindo diagnósticos precoces e tratamentos desde cedo.
Na dúvida a respeito desses e de qualquer outro aspecto da saúde da criança, consulte um pediatra para mais informações.
Fontes:
[…] Embora possa ser considerado algo normal e passageiro na maioria dos casos, algumas circunstâncias podem exigir acompanhamento mais próximo dos profissionais de saúde envolvidos no cuidado desse período neonatal. […]