O que pode causar o aumento da pressão no olho

A força natural que o humor aquoso (líquido presente dentro do olho) exerce contra as paredes internas do globo é chamada de pressão intraocular (PIO).

Como esse fluido é responsável por nutrir as estruturas internas e manter seu formato, tal parâmetro é importante para a saúde do órgão. Em valores normais, varia entre 10 e 21 mmHg. 

No entanto, quando constantemente alta – condição chamada de hipertensão ocular – pode se tornar prejudicial e gerar complicações.

Possíveis origens da elevação da pressão ocular

Diversas questões podem influenciar as taxas da PIO. Entre elas:

1. glaucoma;
2. obesidade infantil;
3. uso de determinados medicamentos;
4. trauma ocular e inflamações.

1. Glaucoma

Considerado crônico, se caracteriza pela lesão progressiva do nervo óptico devido justamente ao aumento desse índice. O glaucoma pode ser tanto a raiz desencadeante do descontrole quanto uma consequência dele.

É uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo e exige diagnóstico precoce para abordagens capazes de evitar esse resultado. Mas, como costuma evoluir de forma silenciosa, muitas vezes representa um desafio. 

2. Obesidade infantil

Crianças acima do peso, mesmo sem resistência à insulina, têm a pressão no olho mais elevada e a amplitude do pulso ocular mais baixa do que aquelas com peso adequado, apontou uma pesquisa disponível nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. 

Isso indica que a obesidade pode afetar a circulação da área e ainda se tornar um fator de risco para enfermidades como o glaucoma.

3. Hemodiálise

Pacientes submetidos ao procedimento podem ter oscilações na PIO ao longo da sessão, mostrou um estudo publicado na Revista Brasileira de Oftalmologia. A variação, em geral, não prejudica a saúde do órgão, mas pode requerer monitoramento para quem já convive com condições preexistentes.

4. Uso de medicamentos

Corticoides, principalmente diante de utilização prolongada, podem levar à hipertensão ocular. Por isso, qualquer tratamento envolvendo-os deve ser supervisionado por um profissional de saúde.

5. Trauma ocular e inflamações

São situações que tendem a modificar a drenagem do humor aquoso e causar elevação transitória da PIO.

Sintomas associados à pressão no olho

Em grande parte das vezes, esse aumento se dá de forma silenciosa, ou seja, não apresenta sinais perceptíveis em sua fase inicial. Por outro lado, algumas pessoas podem relatar:

• sensação de peso ou compressão;
• desconforto leve ou moderado na região;
• dor de cabeça;
• visão embaçada;
• halos (anéis ao redor das luzes);
• vermelhidão.

Visitas regulares com oftalmologista são fundamentais, mesmo na ausência de manifestações físicas, sobretudo para pessoas com histórico familiar de glaucoma ou outras patologias oculares.

Com o Cartão dr.consulta, é possível agendar consultas oftalmológicas e exames com mais facilidade e valores acessíveis. 

Como diagnosticar e tratar

A aferição da PIO é feita por meio da tonometria, procedimento rápido e indolor realizado no próprio consultório.

Quando há suspeita de alteração ou agravamentos, pode-se exigir testes complementares, como campimetria (campo visual) e avaliação do nervo óptico por tomografia de coerência óptica (OCT).

Qualquer tratamento vai depender da causa. Em casos de hipertensão sem danos ao nervo óptico, o acompanhamento regular pode ser suficiente. Já para riscos ou confirmação de glaucoma, podem ser prescritos:

• colírios hipotensores;
• medicamentos orais;
• procedimentos a laser;
• cirurgias para facilitar a drenagem do humor aquoso.

Mudanças no estilo de vida também são recomendadas, especialmente quando fatores como obesidade ou uso inadequado de medicamentos estão envolvidos.

Assim, a pressão no olho não deve ser ignorada, pois pode comprometer a visão de forma irreversível. Assistência profissional e adoção de hábitos saudáveis contribuem para a prevenção de complicações.

Fontes:

• Arquivos Brasileiros de Oftalmologia;
• Revista Brasileira de Oftalmologia.