Pupila dilatada: causas naturais e sinais de alerta
A visão humana depende de um delicado equilíbrio entre diversas estruturas oculares que regulam a luminosidade que entra pelos olhos.
Entre os mecanismos envolvidos, a pupila dilatada, especialmente quando persistente ou sem causa aparente, chama atenção, pois pode apontar alterações fisiológicas ou de saúde que exigem avaliação médica.
Entendendo a função da pupila
Ela é a abertura central da íris que controla a quantidade de luz. Em ambientes escuros, o diâmetro aumenta para captar mais claridade e melhorar a vista. Já em locais muito iluminados, ele contrai para proteger a retina. Esse fenômeno é chamado de midríase.
Essa variação também pode refletir o estado emocional ou cognitivo de uma pessoa, como explica estudo da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Fatores como dor, medo ou esforço mental intenso são gatilhos.
Dessa forma, é utilizada em exames neurológicos para checar o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso autônomo – responsável por essa reação e por funções involuntárias do organismo, a exemplo dos batimentos cardíacos e da respiração.
Além disso, certos medicamentos, como colírios midriáticos e descongestionantes, podem provocar uma expansão temporária e inofensiva que desaparece após o término do efeito da substância.
Quando a pupila dilatada é um sinal de alerta
Apesar de ser comum em situações rotineiras, se permanecer por longos períodos, apresentar diferença de tamanho entre os olhos (anisocoria) ou vier acompanhada de sintomas como visão turva, desconforto ocular, fotofobia ou dor de cabeça intensa precisa de assistência especializada imediata.
Isso porque, de forma contínua ou assimétrica, pode indicar condições ou distúrbios neurológicos. Um dos quadros clínicos mais conhecidos é a síndrome de Urrets-Zavalia, descrita em uma revisão publicada na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, e que pode ocorrer após cirurgias na região.
Mais um exemplo é o retinoblastoma, um tipo de câncer que atinge principalmente crianças. De acordo com estudo publicado na Revista Eletrônica Acervo Médico, um dos primeiros sinais pode ser a alteração no reflexo da pupila, tornando-a anormalmente dilatada ou com coloração esbranquiçada, perceptível em fotos com flash.
Outros cenários que podem ter a midríase como uma de suas manifestações são:
- traumas cranianos;
- acidentes vasculares cerebrais (AVC);
- doença de Parkinson.
A análise médica é fundamental para identificar a origem exata e determinar o tratamento adequado.
Ignorar a dilatação pupilar persistente gera riscos
Negligenciar o sintoma pode levar à perda visual permanente, ao agravamento de enfermidades ou progressão de tumores malignos.
Assim, o diagnóstico precoce é crucial para evitar complicações sérias e pode ser feito por um oftalmologista ou um neurologista, dependendo da causa suspeita.
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Durante a visita ao especialista, além da avaliação clínica detalhada e testes de reflexo pupilar, procedimentos de imagem também podem ser necessários, incluindo:
- mapeamento de retina;
- tomografia computadorizada (TC);
- pupilometria (técnica que mede o tamanho da estrutura com alta precisão).
Opções de tratamento e prevenção
Para casos relacionados ao uso de medicamentos, a suspensão da substância costuma ser suficiente para reverter a pupila dilatada.
Quando há diagnóstico de infecções, tumores ou lesões neurológicas, o acompanhamento especializado é indispensável.
Já a síndrome de Urrets-Zavalia tem como alternativa o implante estenopeico para melhorar a qualidade visual, conforme publicação na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação.
Embora nem sempre seja possível prevenir todos os quadros associados, algumas atitudes podem reduzir os riscos:
- realizar consultas oftalmológicas periódicas;
- proteger os olhos de traumas e exposição prolongada à luz intensa;
- controlar patologias crônicas como hipertensão e diabetes, pois tendem a afetar a saúde ocular;
- monitorar a utilização de remédios com potencial de gerar efeitos.
Cuidados diários, estar atento a alterações e buscar atendimento médico são passos importantes para preservar a visão e garantir o bem-estar.
Fontes: