Como identificar o retinoblastoma e tratar o tumor ocular infantil

Considerado um tipo raro de tumor maligno, o retinoblastoma ainda é o mais comum entre as malignidades oculares na infância, representando cerca de 3% dos cânceres em crianças, de acordo com o Ministério da Saúde.
Ele é causado por mutações no gene RB1, responsável por regular o crescimento celular. Quando essa característica genética passa por alterações – de forma hereditária ou esporádica –, há uma proliferação descontrolada na retina (parte do olho responsável por captar imagens), formando a massa cancerígena.
Por ser uma condição grave, exige atenção imediata para garantir a preservação da visão e do bem-estar.
Por que o retinoblastoma afeta mais as crianças
A média de idade no diagnóstico gira em torno de 18 a 24 meses. Aproximadamente 75% dos casos surgem antes dos 3 anos de idade, segundo estudo publicado na Revista Eletrônica Acervo Médico.
Isso ocorre porque a estrutura afetada ainda está em desenvolvimento nessa etapa da vida, tornando-se mais suscetível às modificações genéticas que dão origem ao quadro.

Sintomas que os pais devem observar
Geralmente, os pais são os primeiros a perceberem qualquer anormalidade na fisionomia dos pequenos. Um reflexo branco na pupila, visível em fotos tiradas com flash ou sob luz direta (chamado clinicamente de leucocoria) é a manifestação mais encontrada, presente em cerca de 76% dos pacientes, aponta estudo publicado na Research, Society and Development.
Porém, é fundamental também se atentar a outros sinais, como:
- estrabismo (desalinhamento dos olhos em que um aparenta mais “torto”);
- vermelhidão persistente;
- dores ou aumento do tamanho do globo ocular;
- perda da visão ou dificuldade de acompanhar objetos com o olhar.
A importância do diagnóstico precoce
O tempo entre o surgimento dos sintomas, a identificação correta e a intervenção adequada influencia diretamente o prognóstico.
Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores as chances de cura e de preservar a vista, como mostra a revisão da Research, Society and Development.
Para o diagnóstico do retinoblastoma, são realizados testes oftalmológicos, especialmente a fundoscopia (exame do fundo do olho com pupila dilatada).

Procedimentos de imagem como ultrassonografia ocular e ressonância magnética também podem auxiliar na avaliação da extensão do tumor, já que a abordagem depende do estágio em que ele se encontra, podendo incluir:
- quimioterapia;
- radioterapia;
- terapias locais como crioterapia (congelamento) ou termoterapia transpupilar (uso de calor);
- enucleação (remoção do órgão), indicada em casos avançados.
Salvar a vida da criança sem a necessidade de retirada das estruturas é o principal objetivo e, quando viável, manter a capacidade de enxergar intacta.
Com o Cartão dr.consulta, é possível garantir acesso rápido e facilitado a consultas oftalmológicas e exames especializados a valores mais vantajosos.

É possível prevenir o retinoblastoma?
Não há formas comprovadas para evitar a formação do tumor. Mas, se há fatores hereditários, o rastreamento genético permite identificar os portadores do gene RB1 mutado.
A realização do teste do olhinho (feito ainda na maternidade) também é um mecanismo importante para a detecção precoce.
Além disso, atendimentos regulares com o pediatra e o oftalmologista ajudam a constatar sinais antes que o quadro avance.
Fontes: