As pessoas querem falar, mas não sabem ouvir. Essa frase é carregada de muitas verdades. Grande parte dos conflitos nos relacionamentos, na família e no trabalho tem duas causas bem significativas: 1) não saber ouvir e 2) a falta de diálogo — sendo que o primeiro leva ao segundo quase sempre.
Em um cenário ideal, é esperado que duas ou mais pessoas falem e se ouçam. Do contrário, não é um diálogo. E, em discussões mais acaloradas e nos momentos de estresse é exatamente a ausência desses atos que predomina.
Em tempos de ações preventivas contra o suicídio (Setembro Amarelo), vale a pena colocar em prática essas dicas e agir de maneira mais empática, em qualquer situação e ambiente.
Você realmente sabe ouvir?
Para saber ouvir você deve exercitar. Afinal, as atitudes do dia a dia acabam gerando uma relação automática entre as pessoas.
É isso mesmo! Por mais trivial que pareça, não custa relembrar o que não é ouvir:
- falar sem parar, gritando ou alterando o tom de voz para demonstrar superioridade;
- interromper a outra pessoa (cometendo assim o Manterrupting, que é quando um homem insiste em interromper a mulher várias vezes durante a fala e ainda explica o que acabou de ser dito);
- não olhar nos olhos;
- dividir a atenção mexendo no celular.
Enquanto que, por outro lado, ao ouvir o outro você:
- demonstra atenção e interesse (uma das 5 linguagens do amor);
- doa seu tempo;
- pode conhecer um ponto de vista diferente do seu;
- aprende a importância do respeito;
- gera mais proximidade e conexão;
- estabelece mais confiança.
E esses elementos são fundamentais para todo tipo de relação: pai e filho, marido e esposa, aluno e professor.
A escuta ativa
A escuta ativa é, antes de tudo, um exercício de empatia. É ouvir o outro sem qualquer tipo de julgamento, colocando-se sempre no lugar de quem fala.
É importante também atentar-se aos sinais. Uma palavra não dita, um olhar ou uma ação com o corpo também pode transmitir uma mensagem.
Ou seja, além de escutar, você deve compreender, interpretar e demonstrar empatia pelo que está sendo comunicado.
Nesse sentido, encoraje a pessoa a falar mais. Perguntas abertas como “Como você se sentiu quando isso aconteceu?” podem te ajudar nisso. Mas lembre-se de não dar conselhos não solicitados, do contrário o outro pode se fechar ainda mais.
Já frases de apoio como “Estou aqui para você” ou “Vamos fazer isso juntos” podem aumentar o nível de conexão e confiança entre vocês.
Os 5 benefícios de uma boa conversa
Seja formalmente em uma reunião de trabalho, em uma mesa de bar ou durante uma refeição, uma boa conversa pode transformar o dia, já que:
- ajuda a reduzir a solidão;
- promove a inclusão;
- previne a depressão (principalmente na terceira idade);
- melhora a convivência e os relacionamentos sociais;
- alivia o estresse e a ansiedade.
Assim, sempre que puder, promova mais rodas de conversa e debates onde as pessoas possam falar e ouvir sobre diversos temas. Pode ser em casa, no trabalho, na faculdade ou em qualquer outro ambiente.
O importante é que nesse espaço todos se sintam confortáveis para dividir reflexões, expor opiniões e desabafar. Além disso, são ótimos momentos para praticar a escuta ativa e ajudar o próximo, caso necessário. Afinal, todos podemos #acolherparacuidar.
Mas e se a pessoa não quiser falar? Recomende que ela procure um profissional da saúde e se coloque à disposição. Nesses momentos, é importante respeitar o espaço do outro para gerar ou estreitar o laço de confiança.
Também é possível ajudar um amigo ou familiar a ter um atendimento especializado pagando mais barato com o Cartão dr.consulta. Sua assinatura oferece descontos em consultas e exames para você e mais 4 pessoas por dependente.
Fala que eu te escuto! A terapia realmente funciona?
Psicólogos, psiquiatras e terapeutas são excelentes ouvintes. Inclusive, esse é um dos maiores motivos para os pacientes os procurarem.
Isso porque apesar da escuta ativa de amigos, familiares, professores e colegas de trabalho ser muito importante, não substitui os profissionais de saúde mental treinados que saberão como lidar de acordo com a pessoa e o que ela está sentindo naquele momento.
Assim, durante a consulta, há um planejamento de cuidado criado em conjunto para lidar com sentimentos como ansiedade, depressão e estresse. O resultado, ao longo do tempo, é um crescimento pessoal e melhora nos relacionamentos interpessoais.
Fontes:
- Dia Mundial da Prevenção do Suicídio de 2023 | World Health Organization
- A campanha Setembro Amarelo salva vidas! | Setembro Amarelo