Você acorda com uma dor estranha no pescoço, não consegue virar a cabeça para os lados e qualquer pequeno movimento gera desconforto? Isso pode ser um indicativo de torcicolo.
Infelizmente, cerca de 55% da população brasileira, em algum momento, vivenciará dores na região cervical causadas por tensão involuntária dos músculos que gera muitos incômodos.
Ainda bem que existem recursos para lidar com isso, sendo os médicos ortopedistas e os fisioterapeutas grandes aliados para indicar os cuidados e tratamentos necessários. Acompanhe para saber mais sobre as causas e o que fazer para aliviar os sintomas desse quadro.
O que é torcicolo?
O torcicolo ou distonia cervical, ocorre quando uma tensão involuntária deixa as fibras musculares mais rígidas, impedindo o movimento correto do pescoço.
Esse processo é uma resposta do corpo para proteger a cabeça e a coluna cervical quando há algum trauma ou esforço repetitivo, mesmo que seja apenas por dormir em uma posição desconfortável. O sistema nervoso central percebe e “avisa” os músculos para que eles se contraiam. Isso pressiona os nervos e, consequentemente, a dor se manifesta.
Quando os músculos cervicais estão enfraquecidos os riscos do aparecimento dessa condição são maiores.
Há mais de um tipo de distonia cervical?
Sim, é possível citar 3 tipificações comuns: a espasmódica, a congênita e a reumatológica.
Torcicolo espasmódico
É o tipo mais comum entre os três mencionados. Aqui, há ocorrência de espasmos dolorosos e, eventualmente, pontadas no músculo. Costuma ser involuntário e é proveniente de causas cotidianas como dormir em uma posição inadequada ou movimentar-se de forma brusca.
Torcicolo congênito
O tipo congênito afeta os bebês recém-nascidos e tem origem ainda no período de gestação. A posição que o bebê fica no útero e também no momento do parto pode lesionar os músculos e os nervos do pescoço.
Com isso, após o nascimento os pais percebem que a criança permanece com a cabeça virada apenas para um lado e há ocorrência de desconforto na tentativa de virá-la para o outro. Também é possível perceber um nódulo na região.
Ao notar essas características é muito importante informá-las ao pediatra. O tratamento é feito com sessões de fisioterapia para melhorar os movimentos.
Torcicolo reumatológico
Esse tipo pode ser causado por doenças reumatológicas que afetam a coluna vertebral. As mais corriqueiras são: fibromialgia, osteoporose, artrose e artrite. Em todos esses casos a fisioterapia é essencial para o tratamento.
Como identificá-los?
Alguns sintomas do torcicolo são semelhantes e mais perceptíveis como:
- não conseguir movimentar a cabeça de um lado para o outro;
- dores quando tenta fazer a movimentação;
- tremores na cabeça;
- inchaços nos músculos;
- dor irradiando para os ombros e cabeça, em alguns casos;
- um ombro mais alto do que o outro.
No casos de traumas pequenos, como um movimento brusco, por exemplo, em cerca de 24 horas as dores costumam diminuir. No entanto, quando elas persistem, é fundamental procurar ajuda médica perto de você.
Atenção quando outros sinais estiverem presentes
A meningite, infecção que afeta as membranas que cobrem o cérebro e a medula espinhal, é uma patologia grave que também gera rigidez no pescoço.
Com essa enfermidade a pessoa não consegue abaixar a cabeça (levando o queixo até o início do tórax, por exemplo). Além disso, também acarreta febre, fortes dores de cabeça, perda de apetite, náuseas e vômitos. Aqui, a procura por assistência médica deve ser rápida e urgente
As 4 causas mais comuns
A distonia cervical pode ser gerada por vários fatores, mas existem quatro deles que são os mais recorrentes:
1. Sedentarismo
A fraqueza muscular na região cervical pode estar por trás do torcicolo e o motivo é o sedentarismo. A falta de exercícios físicos deixa os músculos mais sensibilizados e qualquer movimento errado provoca a contração excessiva e as dores.
2. Questões psicológicas
Altos níveis de estresse e ansiedade podem gerar a dor no pescoço por causa da tensão localizada na musculatura cervical. Isso também promove a queda do fluxo de sangue na região, piorando todo o quadro.
Por isso, é essencial manter os cuidados com a saúde mental e procurar momentos de descompressão no dia a dia, mesmo com a rotina agitada. Não deixe de contar com profissionais como psicólogos e psiquiatras também.
3. Fatores genéticos e uso de medicamentos
Caso os seus familiares tenham muitos episódios de torcicolo, é provável que você também tenha que lidar com essa questão. É necessário ter atenção às anormalidades congênitas e ao uso de remédios que podem afetar os músculos.
4. Posições que geram traumas
Estamos falando do clássico “dormir do jeito errado”. Aqui, as dores aparecem ao ficarmos em uma posição não confortável durante à noite, especialmente quando os travesseiros estão muito altos ou baixos.
Outros movimentos diários, como virar a cabeça de forma mais abrupta, podem machucar as fibras dos músculos e gerar os incômodos da distonia cervical.
Diagnóstico e tratamento
A dor apareceu inesperadamente após uma noite de sono ruim? Provavelmente, a forma de melhorar esse torcicolo vai envolver cuidados em casa e, em alguns dias, será sanado.
Contudo, quando o quadro dura mais de uma semana, é importante ter uma avaliação com o ortopedista. O profissional realizará o exame físico e também pode solicitar exames de imagem como:
A partir disso será possível verificar se o dano está realmente no pescoço ou em alguma parte das costas, como no caso da hérnia de disco.
Com os resultados em mãos, chega a hora de iniciar o tratamento. Uma das condutas mais indicadas é a fisioterapia, que fortalece os músculos e ossos, além de melhorar a postura e amenizar as dores.
A união do cuidado desses dois profissionais, médico e fisioterapeuta, é fundamental para retomar a qualidade de vida e bem-estar do paciente.
Uso de anti-inflamatório
Anti-inflamatórios também podem ser prescritos, mas é preciso ter cuidado com esse tipo de medicamento, uma vez que podem fazer mal aos rins e ao fígado.
Por isso, não se automedique e tome sempre a quantidade de remédio indicada pelo médico, sem exageros. Procure também se alimentar de forma saudável para proteger a mucosa do estômago, sem esquecer da hidratação constante.
O que fazer para aliviar as dores no pescoço?
Caso o seu torcicolo não represente nenhuma questão grave, o médico poderá recomendar cuidados caseiros simples. Conheça alguns:
1. Alongamentos diários
Relaxar os músculos é uma forma de evitar a contração excessiva e, consequentemente, a distonia cervical. Tente os seguintes exercícios de alongamento:
- Puxe a cabeça com a ponta dos dedos, inclinando-a para um lado, e segure-a levemente por 20 segundos.
- Volte à posição original lentamente.
- Repita o movimento para o outro lado.
- Volte devagar à posição anterior.
- Abaixe a cabeça, com o queixo encostado no peito. Permaneça assim por 30 segundos.
- Faça o movimento oposto, olhando para cima também por 30 segundos.
- Por fim, mexa o pescoço levemente de um lado para outro.
Não deixe de conversar com o seu fisioterapeuta para receber outras indicações de exercícios.
2. Faça compressas de água morna
A água morna diminui as contraturas musculares e os pontos de inflamação, o que é perfeito para quem está buscando formas de melhorar essa condição. Portanto, aposte em uma compressa quente e também a associe com leves massagens.
3. Uso de colar cervical
Quando a dor estiver muito intensa fale com o seu médico e pergunte sobre a possibilidade de usar um colar cervical. O item imobilizará a região enquanto o corpo se encarrega de tratar os danos causados às fibras musculares. O profissional saberá orientar sobre qual o tamanho mais adequado para você.
E como prevenir o torcicolo?
A melhor forma de evitar as dores é não forçar muito a musculatura do pescoço, mas sem esquecer de exercitá-la para que fique fortalecida. Confira alguns hábitos que podem ajudar na prevenção:
1. Ajuste o seu local de trabalho
Você trabalha o dia inteiro sentado em frente a um computador? Garanta que a tela esteja na altura dos seus olhos, sem que seja necessário ficar olhando para baixo ou para cima por muito tempo ou repetidamente.
Sente-se em uma cadeira confortável, que permita um bom ajuste nos quadris e que os seus pés consigam tocar no chão.
2. Descanse bem
Tenha atenção em relação à qualidade do seu travesseiro. Encontre uma posição em que a sua cabeça não fique excessivamente elevada em comparação com o corpo.
Também verifique se o seu colchão não está desgastado ou muito macio, o que impede que o seu corpo se molde adequadamente à espuma.
3. Cuidado com o celular
Quanto tempo do dia você passa olhando a tela ou manuseando seu celular? Quando faz isso sua cabeça fica abaixada? Esse é um hábito comum e pode ser um gatilho para a distonia cervical.
Quando for usar o celular, prefira manter a tela na altura dos olhos, sem precisar movimentar demais o pescoço.
4. Pratique atividades físicas
Seus músculos naturalmente ficarão mais resistentes aos movimentos bruscos e possíveis traumas. Dessa forma, os riscos de lesões são menores.
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Fontes: