Entenda o que é a uveíte, inflamação ocular que exige atenção

Movimentos dolorosos, sensibilidade à luz e visão turva podem ser sinais de uveíte, uma inflamação da úvea – camada média do globo ocular composta pela íris, o corpo ciliar e a coroide.
Muitas vezes temporária, a patologia pode apresentar diferentes graus de severidade e gerar complicações sérias se não for tratada adequadamente.
Sintomas comuns da uveíte
Podendo atingir um ou ambos os lados, ela provoca sinais que variam conforme o tipo e a gravidade, mas que, geralmente, incluem:
- olho vermelho;
- dor local;
- visão embaçada;
- fotofobia;
- sensação de corpo estranho;
- lacrimejamento excessivo.
Diante de qualquer uma dessas manifestações, o ideal é procurar um oftalmologista. Com o Cartão dr.consulta, é possível agendar consultas com especialistas e exames com valores mais vantajosos.

Diversas condições podem desencadear a uveíte
Entre as causas mais frequentes estão:
- infecções (toxoplasmose, tuberculose, sífilis);
- enfermidades autoimunes, como artrite idiopática juvenil e lúpus;
- traumas oculares;
- reações alérgicas a medicamentos ou picadas de insetos.
Um exemplo raro, porém, registrado, deste último item citado é a uveíte anterior hipertensiva após picada de abelha, documentado em um artigo publicado nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia.
A relação entre o surgimento do quadro e as espondiloartrites (grupo de condições inflamatórias que afetam principalmente as articulações da coluna) também foi investigado por um estudo disponível na Revista Brasileira de Oftalmologia.
Ele revelou que 26,8% dos pacientes analisados desenvolveram uveíte anterior aguda, sendo mais prevalente entre homens com histórico familiar e portadores do marcador genético específico chamado HLA-B27. Adicionalmente, mostravam maior incidência de catarata (9,7%) e glaucoma (4,8%).
Essas duas complicações estão relacionadas à falta de detecção precoce e ao tratamento correto da patologia, que também pode levar à:
- diminuição permanente da visão;
- sinéquias (aderências internas no olho);
- atrofia do globo ocular.

Como diagnosticar e tratar
Normalmente, o diagnóstico é realizado por procedimento clínico com lâmpada de fenda e dilatação da pupila. Mas, para investigar a origem, o médico ainda pode solicitar exames de sangue, testes sorológicos e, conforme o caso, uma avaliação com reumatologista ou infectologista.
O método terapêutico vai depender desses resultados, sendo os mais comuns:
- corticoides tópicos aplicados na região;
- colírios midriáticos, que evitam que as estruturas fiquem coladas;
- antibióticos ou antivirais, quando a origem é infecciosa;
- imunossupressores ou biológicos, se envolver questões autoimunes.
Para uveíte associada a espondiloartrite, medicamentos como o adalimumabe e o infliximabe são os considerados de maior eficácia, principalmente na diminuição de recorrências.

Cuidados reduzem os riscos
Nem sempre é possível prevenir a condição, mas algumas medidas adotadas no dia a dia podem contribuir para amenizar as chances de complicações. Entre elas:
- tratar infecções oportunamente;
- acompanhar enfermidades autoimunes com o especialista;
- utilizar equipamentos de proteção ao manusear produtos químicos;
- não se automedicar ou prolongar a aplicação de colírios sem prescrição.
Com o manejo adequado da uveíte e com o monitoramento feito por um profissional de saúde capacitado, a maioria dos pacientes consegue controlar os sintomas e não ter danos permanentes na visão, garantindo, assim, a saúde ocular.
Fontes: