Sintomas do hipertireoidismo e eles como afetam o corpo

A glândula tireoide faz parte do sistema endócrino, tem formato semelhante ao de uma borboleta, localiza-se na parte anterior do pescoço e produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina)

Essas substâncias são responsáveis por regular o metabolismo basal e influenciar funções essenciais do corpo, como os batimentos cardíacos, a respiração, a temperatura e a digestão.

Quando produzidos em quantidade elevada, as substâncias causam sintomas característicos aos do hipertireoidismo.  

Como o hipertireoidismo afeta o organismo

A condição leva a alterações em diversos sistemas do corpo. Isso porque o excesso de T3 e T4 aumenta a atividade cardíaca, acelera o funcionamento intestinal, altera o ritmo do sono e influencia a função neuromuscular. 

Em muitos casos, o diagnóstico está relacionado à Doença de Graves, condição autoimune que estimula a produção hormonal de forma contínua, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Por isso, reconhecer os sinais é essencial para buscar avaliação médica, realizar os principais exames da tireoide, e iniciar o tratamento adequado, evitando complicações cardiovasculares, ósseas e metabólicas.

Nesse contexto, contar com uma assinatura em saúde, como o Cartão dr.consulta, conecta a pessoa a uma trilha personalizada de cuidados, com orientação de especialistas, acompanhamento contínuo, bem como acesso facilitado a consultas e exames.

10 principais sintomas do hipertireoidismo

Conforme apontam a SBEM e o Ministério da Saúde, cada um dos sinais descritos abaixo tem relação direta com o aumento da produção hormonal. 

1. taquicardia e palpitações;
2. perda de peso;
3. intolerância ao calor e sudorese excessiva;
4. tremores nas mãos;
5. variações no sono;
6. alterações intestinais;
7. fraqueza muscular;
8. queda de cabelo e mudanças na pele e nas unhas;
9. desequilíbrios menstruais;
10. oftalmopatia.

Em caso de qualquer uma das queixas citadas acima, é fundamental consultar um endocrinologista para confirmar o diagnóstico, identificar a causa, bem como definir o tratamento mais adequado para restabelecer o equilíbrio endócrino.

1. Taquicardia e palpitações

Em adultos saudáveis, a frequência cardíaca varia entre 60 e 100 batimentos por minuto (bpm). 

No hipertireoidismo, no entanto, o aumento dos hormônios estimula o coração, elevando essa frequência acima de 100 bpm. 

Dessa forma, o esforço cardíaco extra provoca sensação de palpitação e, em pessoas acima de 60 anos, risco aumentado de arritmias. Por isso, consultar um cardiologista ajuda a orientar as condutas que reduzem o impacto sobre o sistema cardiovascular.

2. Perda de peso

Esse é um dos sintomas mais característicos do hipertireoidismo. Afinal, o metabolismo acelerado aumenta o gasto energético.

Então, mesmo mantendo a mesma ingestão alimentar, há maior queima de gorduras, carboidratos e proteínas, levando ao emagrecimento. 

Além disso, em alguns casos, a fome aumenta para tentar compensar o consumo elevado de energia. Nesse contexto, um especialista pode orientar quanto à ingestão equilibrada de nutrientes e calorias, além de dicas para emagrecer com saúde. 

3. Intolerância ao calor e sudorese excessiva

O excesso hormonal intensifica a produção de calor no corpo, gerando assim, uma sensação de temperatura elevada mesmo em ambientes frios. Com isso, a resposta natural é aumentar a transpiração, o que pode causar desconforto diário.

4. Tremores nas mãos

Os hormônios tireoidianos atuam diretamente nos sistemas nervosos central e periférico. Então, quando estão elevados, aumentam a excitabilidade neuromuscular, resultando em tremores finos e persistentes, geralmente nas mãos.

5. Variações no sono

O estado de alerta constante e a agitação dificultam o início e a manutenção do sono, levando à insônia. A sensação é semelhante à provocada pela liberação de adrenalina após um esforço intenso, mas ocorre de forma contínua.

6. Alterações intestinais

O trato digestivo responde ao volume aumentado de hormônios com aceleração do trânsito intestinal. Isso causa evacuações frequentes ou diarreia, prejudicando a absorção de nutrientes, bem como contribuindo para o emagrecimento.

Um gastroenterologista é o profissional mais indicado para analisar se isso faz parte dos sintomas do hipertireoidismo ou está relacionado a outras variações no trato gastrointestinal.

7. Fraqueza muscular

A perda de massa muscular é consequência do metabolismo aumentado, sendo mais perceptível nos braços e coxas. Isso dificulta atividades como subir escadas ou carregar peso, por exemplo.

8. Queda de cabelo e mudanças na pele e nas unhas

A hiperestimulação compromete a fase de crescimento dos fios, deixando-os mais finos, quebradiços e sujeitos à queda. As unhas podem crescer rapidamente, mas com tendência à descamação. 

9. Desequilíbrios menstruais

Em mulheres, há risco de ciclos irregulares ou ausência temporária de menstruação, pois há interferência dos hormônios tireoidianos na regulação reprodutiva.

Em casos graves, pode haver redução da fertilidade. Por isso, é importante investigar essas mudanças para preservar a saúde ginecológica. 

10. Oftalmopatia

Comum na Doença de Graves, o quadro se caracteriza pela protrusão dos olhos (exoftalmia, ou seja, deslocamento para frente do globo ocular), além de desconforto, vermelhidão, sensação de areia e, em alguns casos, visão dupla. Isso ocorre pela inflamação e acúmulo de tecido e gordura atrás do globo ocular.

Diagnóstico precoce evita complicações

Identificar a condição o quanto antes reduz a diminuição acelerada de cálcio nos ossos, o que aumenta o risco de osteoporose e de fraturas, alterações cardíacas graves, bem como impacto na saúde reprodutiva.

O tratamento inclui medicamentos antitireoidianos, iodo radioativo ou cirurgia, conforme a avaliação médica.

Em suma, reconhecer os sintomas do hipertireoidismo o quanto antes é fundamental. Com a confirmação do diagnóstico, há maior chance de restabelecer o equilíbrio hormonal e evitar complicações sistêmicas.

Fontes:

• Frontiers in Endocrinology;
• Journal of clinical medicine;
• Journal of endocrinological investigation;
• Ministério da Saúde;
• Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia;
• Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia;
• Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.