O que pode causar visão dupla e quando se preocupar

Também conhecido como diplopia, o sintoma pode acometer pessoas de todas as idades, provocando desconforto visual.
Caracteriza-se pela percepção de duas imagens de um único objeto, o que dificulta atividades simples do dia a dia, como ler, dirigir ou caminhar.
Além do incômodo físico, a visão dupla pode gerar preocupação, uma vez que indica a presença de quadros leves ou até mesmo mais graves.
Por que a visão dupla acontece
Pode surgir de forma repentina ou gradual e se apresenta em duas formas principais. A chamada de monocular é quando essa manifestação permanece mesmo tampando um dos lados.
Geralmente, está ligada a patologias no próprio órgão, sendo a catarata, os erros refrativos como astigmatismo ou as alterações na córnea os fatores mais comuns. Segundo publicação na Kerala Journal of Ophthalmology, a avaliação oftalmológica detalhada é essencial para detectar a origem e definir o tratamento adequado.
Já a binocular é aquela que, ao fechar um olho, “desaparece” e muitas vezes está relacionada a disfunções neurológicas ou musculares. Cerca de 16% dos casos atendidos em prontos-socorros têm causas potencialmente graves, como lesões no cérebro ou na rede neural, de acordo com estudo publicado na Journal of the Neurological Sciences.
Entre as mais frequentes estão:
- paralisia dos nervos responsáveis pelo movimento ocular;
- miastenia gravis (condição autoimune que afeta a comunicação entre as terminações nervosas e os músculos);
- distúrbios da tireoide, a exemplo da oftalmopatia de Graves, que provoca inflamação e afeta a mobilidade dos olhos;
- modificações estruturais no globo, como os distúrbios das polias oculares, sobretudo em pessoas idosas.

Quando buscar ajuda médica
Nem toda ocorrência de visão dupla significa uma enfermidade grave. No entanto, é fundamental buscar atendimento imediato quando há:
- início súbito do sintoma;
- presença de outros sinais neurológicos, tipo tontura, fraqueza, dificuldade para falar ou perda de equilíbrio;
- alterações na pálpebra, como queda da pele que cobre os órgãos visuais;
- dor intensa na região ou de cabeça (se associada);
- histórico de diabetes, hipertensão ou disfunções na tireoide.
Um artigo publicado no Journal of the Neurological Sciences também alerta que pessoas com manifestações ligadas ao tronco cerebral, como perda de coordenação motora ou fraqueza de um lado do corpo, devem realizar testes de imagem (ressonância magnética, por exemplo) com urgência.
Especialistas que podem ajudar
O diagnóstico pode exigir uma abordagem multidisciplinar, incluindo os seguintes profissionais:
- otorrinolaringologista ou clínico geral — podem ser os primeiros a identificar o quadro e encaminhar ao médico mais apropriado;
- oftalmologista — para investigar causas oculares;
- neurologista — se há suspeita de questões neurológicas;
- endocrinologista — quando envolve a tireoide.
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Tratamentos disponíveis
A escolha do método depende diretamente do fator desencadeante, porém, as opções mais utilizadas são:
Casos de paralisia isolada dos nervos locais em adultos, muitas vezes devido ao diabetes ou à pressão alta, podem se resolver espontaneamente entre seis e oito semanas, aponta estudo publicado no periódico Kerala Journal of Ophthalmology.
Como prevenir a visão dupla
Embora nem todos os episódios sejam evitáveis, algumas medidas gerais podem reduzir os riscos:
- controlar enfermidades crônicas associadas aos danos nas terminações nervosas (como diabetes e hipertensão);
- realizar exames oftalmológicos regulares e cuidar da saúde ocular;
- usar óculos e lentes de contato adequadamente para a correção de erros refrativos;
- se proteger contra traumas cranianos, que podem resultar em lesões nas estruturas responsáveis pela movimentação dos olhos.
Vale reforçar que é crucial procurar orientação médica ao perceber a visão dupla ou qualquer outra alteração visual. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de tratamentos eficazes e da recuperação da qualidade de vida.
Fontes: