Taquicardia: saiba o que pode acelerar seu coração

Em diversas situações do dia a dia, como durante o exercício físico, diante de um susto ou até mesmo em um momento de ansiedade, o coração pode acelerar, quadro este chamado de taquicardia.
Esse aumento temporário da pulsação é esperado e considerado uma resposta natural do organismo. No entanto, quando o ritmo se eleva de maneira recorrente ou sem motivo aparente, pode indicar uma situação que merece atenção.
Entendendo a taquicardia
A condição é definida como a frequência acima de 100 batimentos por minuto (bpm) em repouso, para adultos saudáveis. Normalmente, ela costuma estar entre 60 e 80 bpm, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Acima desse limite, pode-se estar diante de uma aceleração que vai além do regular, provocada por estímulos fisiológicos ou alterações no sistema de condução elétrica cardíaca.
Essa elevação pode ter diferentes origens e manifestações clínicas. Por isso, compreender suas causas e variações é essencial para a condução adequada do quadro.

Quando o coração acelera: principais razões
A taquicardia pode surgir em diferentes contextos e ser desencadeada por situações externas ou condições clínicas específicas, por exemplo:
Fatores fisiológicos e comportamentais
- Exercício físico intenso;
- estresse emocional, ansiedade ou sustos;
- consumo excessivo de cafeína (presente em café, chás, refrigerantes e chocolates);
- ingestão de álcool;
- tabagismo;
- privação de sono ou cansaço extremo;
- uso de certos medicamentos, incluindo antipsicóticos como a clozapina.
Esses fatores são considerados gatilhos frequentes para impulsos em ritmo aumentado.
Condições clínicas associadas
- Anemia;
- infecções com febre;
- hipertireoidismo (produção excessiva de hormônios da tireoide);
- distúrbios hidroeletrolíticos, por exemplo, níveis alterados de potássio ou de magnésio;
- quadros respiratórios, como pneumonia ou embolia pulmonar;
- alterações no sistema elétrico cardíaco (por exemplo, na Síndrome de Wolff-Parkinson-White).
Em todos esses casos, a taquicardia pode refletir o esforço do organismo em compensar um desequilíbrio.
O Cartão dr.consulta facilita o acesso a especialistas e exames, com acompanhamento contínuo não só nos primeiros sinais, mas até o diagnóstico e tratamentos necessários.
Com ele, o paciente conta com uma trilha personalizada com foco na qualidade e na continuidade do atendimento, colocando o cuidado no centro da jornada de saúde.

Sintomas mais comuns
A percepção de um coração acelerado pode vir acompanhada de outros sinais, dependendo da intensidade e da duração da taquicardia. Entre os mais relatados estão:
- palpitações;
- tontura ou sensação de desmaio;
- fadiga;
- falta de ar;
- dor no peito.
Em situações graves, podem ocorrer perda de consciência, queda da pressão arterial e até parada cardíaca.
Sempre que houver episódios recorrentes é indicado buscar atendimento especializado. Além disso, quem possui histórico familiar de arritmias deve manter acompanhamento regular.
Classificações da taquicardia
Sinusal
É o tipo mais comum e, geralmente, transitório. Relaciona-se a estímulos físicos ou emocionais, mas, na maioria das vezes, não representa risco imediato. Ainda assim, é preciso investigar episódios frequentes.
Supraventricular (TSV)
Ocorre acima dos ventrículos, ou seja, nas câmaras superiores do coração. Pode se manifestar por crises súbitas de batimentos rápidos e regulares.
Esse tipo é frequentemente associado a pessoas jovens, pois pode ser desencadeado por estresse, cafeína ou histórico familiar. Embora não seja considerada grave, impacta significativamente a qualidade de vida de quem convive com episódios recorrentes.
Ventricular (TV)
Mais comum em pessoas com histórico cardíaco, a TV se origina nas câmaras inferiores do coração e pode ser potencialmente fatal, principalmente se evoluir para fibrilação ventricular. Esse tipo requer atenção médica imediata.
Postural ortostática (PoTS)
Caracteriza-se pelo aumento repentino da frequência cardíaca ao se levantar. Pode vir acompanhada de tontura, visão turva, sensação de fraqueza, bem como “névoa mental”.
É mais comum em pessoas com síndrome da fadiga crônica, condição pós-COVID (quando os sintomas persistem por semanas ou meses após a infecção) ou hipermobilidade articular (situação em que as articulações têm amplitude de movimento acima do esperado, podendo interferir no controle da pressão arterial).

Como é feito o diagnóstico?
Diante da suspeita de taquicardia, o primeiro passo é a avaliação clínica com um(a) cardiologista, que poderá solicitar vários exames, incluindo:
- eletrocardiograma (ECG): identifica o tipo, bem como a origem da arritmia;
- holter de 24h: registra a atividade elétrica do órgão cardíaco ao longo de um dia;
- teste de esforço (ou ergométrico): avalia os batimentos durante a atividade física;
- ecocardiograma: examina a estrutura do coração;
- tilt test (teste de inclinação): útil principalmente em casos de PoTS;
- exames laboratoriais: analisam níveis de hormônios, eletrólitos, bem como possíveis causas secundárias.
A precisão na avaliação é essencial para direcionar a melhor conduta. Na avaliação com o especialista, esses recursos são utilizados para chegar à conclusão correta e orientar as práticas mais adequadas para cada perfil
Condutas indicadas e práticas de controle
O tratamento vai depender da causa e do tipo de taquicardia. Mas, algumas medidas recomendadas incluem ajustes no estilo de vida, como:
- redução do consumo de substâncias estimulantes;
- hidratação adequada;
- práticas regulares de exercícios leves, como caminhada e pilates;
- uso de roupas compressivas em casos de PoTS;
- evitar exposição prolongada ao calor e longos períodos em pé.
Além disso, podem ser indicados medicamentos betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio, entre outros.
Cuidar do ritmo dos batimentos é também cuidar do ritmo da vida. Por isso, entender os sinais e buscar ajuda no momento certo faz toda a diferença, especialmente quando há caminhos acessíveis para isso.
Afinal, com atenção contínua e o suporte certo, é possível viver com mais segurança, tranquilidade e saúde no centro de tudo.
Fontes:
[…] causadas por acúmulo de placas de gordura nas paredes arteriais (aterosclerose), por obstruções, alterações no ritmo cardíaco, inflamações ou enfraquecimento do […]