O que é considerada menstruação irregular e suas causas

Caracterizada por variações significativas no intervalo entre os ciclos, na duração do fluxo e/ou em sua quantidade, a menstruação irregular pode ocorrer em diferentes fases da vida.

Seja na adolescência, idade fértil ou na transição para a menopausa, identificar padrões fora do comum é essencial para cuidar da saúde ginecológica.

O que é a menstruação irregular

De forma geral, o esperado é que o ciclo menstrual apresente intervalos entre 21 e 38 dias, com sangramentos entre três e oito dias. As atuais classificações completas sobre o tema, de acordo com o livro Adolescência e Saúde, publicado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, demonstram:

Frequência 

• frequente: intervalo inferior a 21 dias;
• normal: entre 21 e 38 dias;
• infrequente: superior a 38 dias;
• ausente: sem menstruação durante 12 meses consecutivos (configura amenorreia).

Regularidade:

• regular: variação de até 20 dias entre os ciclos;
• irregular: maior que 20 dias.

Duração do fluxo:

• curto: menos de três dias;
• normal: entre três e oito dias;
• prolongado: mais de oito dias.

Volume do sangramento:

• escasso: menos de 5 mL (geralmente percebido como corrimento escurecido);
• normal: entre 5 e 80 mL por ciclo;
• excessivo: acima de 80 mL, uso de mais de oito absorventes por dia ou presença de coágulos.

Outras classificações:

• sangramento intermenstrual: ocorre fora do período;
• amenorreia: ausência de menstruação por mais de três meses (sem gravidez);
• oligomenorreia: intervalos superiores a 38 dias;
• polimenorreia: inferiores a 21 dias.

Esses parâmetros ajudam a identificar padrões normais e possíveis alterações que exigem suporte médico.

Diferenças entre o ciclo menstrual regular e irregular

Com base nas características descritas acima, nos regulares as pausas entre as menstruações se mantêm relativamente estáveis e a duração permanece dentro do esperado. Por outro lado, os chamados de irregulares, além de suspensões acima de 20 dias, são aqueles que podem ter:

• fluxos de menos de três dias ou mais de oito;
• volume excessivo ou escasso;
• sangramento intermenstrual.

Essas mudanças são chamadas de disfunções menstruais e precisam de acompanhamento profissional, especialmente se forem recorrentes ou vierem acompanhadas de sintomas associados, como acne, aumento de pelos ou ganho de peso. Outros sinais que também pedem atenção são:

• atrasos superiores a sete dias com frequência;
• ausência por mais de um mês;
• sangramentos intensos ou com coágulos;
• dores incapacitantes (cólicas).

O Cartão dr.consulta pode ser um aliado nesse processo, oferecendo acesso facilitado a consultas ginecológicas e exames essenciais para tratamento adequado. O benefício ainda disponibiliza programas de saúde com apoio multidisciplinar.

Quantos dias é normal a menstruação atrasar

Atrasos de até sete dias são considerados comuns e geralmente não indicam quadros relevantes. Segundo estudo publicado na Revista de Medicina, da Universidade de São Paulo, pequenas variações dentro desse intervalo ainda são classificadas como fisiológicas e não necessariamente indicam uma condição clínica.

Entretanto, quando a menstruação não ocorre por um mês ou mais, é importante investigar. A ausência pode estar relacionada a alterações hormonais, distúrbios endocrinológicos ou gravidez, exigindo avaliação de um profissional de saúde.

Ciclos prolongados, encurtados ou com sangramentos muito leves também devem ser monitorados, especialmente se recorrentes. O diagnóstico precoce de disfunções menstruais evita complicações futuras.

O que pode causar a menstruação desregulada

Nos primeiros anos após a menarca (primeira menstruação), a instabilidade é natural já que o eixo hormonal que regula o sistema reprodutivo ainda está em fase de amadurecimento – processo que pode levar até dois anos para se estabilizar.

Já nas demais fases da vida, diversos fatores podem influenciar:

• estresse físico ou emocional;
• oscilações bruscas de peso;
• mudança de rotina ou hábitos de sono;
• uso ou interrupção de anticoncepcionais hormonais;
• síndrome dos ovários policísticos (SOP);
• questões na tireoide (hipotireoidismo ou hipertireoidismo);
• amamentação;
• proximidade da menopausa.

Segundo a Revista Femina, contraceptivos hormonais podem ajudar na regulação em alguns casos, desde que haja recomendação médica.

Como manter o ciclo menstrual estável

Hábitos saudáveis podem contribuir para o equilíbrio menstrual, incluindo:

• praticar exercícios físicos com frequência;
• evitar dietas restritivas e manter o peso adequado;
• dormir bem e em horários fixos;
• reduzir o estresse com atividades como meditação, yoga ou terapia;
• realizar acompanhamento ginecológico de forma preventiva.

Por fim, vale ressaltar que observar o próprio corpo e reconhecer os padrões da menstruação irregular é um passo importante no autocuidado e para o bem-estar.

Fontes:

• Adolescência e Saúde;
• Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício
• Revista de Medicina;
• Revista Femina;
• Revista Pensar a Prática.