Como identificar a anemia infantil e formas de prevenção

Embora possa afetar pessoas de todas as idades, a anemia é muito comum na infância, principalmente a denominada ferropriva, segundo o Ministério da Saúde. O tratamento é viável, mas as consequências pedem atenção especial.
Assim, entender quais são os métodos de prevenção e os sintomas é fundamental para que pacientes busquem auxílio médico imediato e evitem o avanço da enfermidade.
O que desencadeia a anemia ferropriva infantil
A anemia é uma condição caracterizada por uma concentração abaixo do ideal de hemoglobina no sangue, uma proteína presente nas células vermelhas e responsável por transportar oxigênio dos pulmões para os tecidos. Pode ser causada pela deficiência de diferentes substâncias ou falhas estruturais do corpo.
No caso da ferropriva, como esclarece a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o ferro (um dos componentes da hemoglobina) é o maior desencadeador.
Esse é o metal mais encontrado no corpo humano e atua em diversas funções metabólicas, sendo obtido, em grande parte, por meio da reciclagem das hemácias (glóbulos vermelhos). No entanto, uma parcela importante também precisa ser adquirida pela alimentação.
Por isso, a ingestão inadequada deste nutriente é uma das principais causas da enfermidade, sobretudo entre crianças em situação de vulnerabilidade social, aponta um estudo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), publicado na revista científica Public Health Nutrition da Universidade de Cambridge.
Outros fatores que podem contribuir para o surgimento da deficiência de ferro incluem:
- ausência do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses;
- introdução alimentar precoce ou inadequada;
- parasitoses intestinais.
A mesma pesquisa, que analisou 134 publicações divulgadas de 2007 a 2020, nas quais quase 47 mil crianças foram envolvidas, também indica que uma em cada três pessoas entre 0 e 7 anos apresenta a condição.
Outros tipos de anemia
Apesar da falta de ferro ser a circunstância mais frequente, existem outras variações da enfermidade causadas por diferentes alterações nos glóbulos vermelhos:
- anemia hemolítica: o organismo forma anticorpos que os destroem;
- anemia aplástica (autoimune): na qual há uma redução na produção;
- anemia megaloblástica: em que os tamanhos são anormais e em número reduzido;
- anemia de Fanconi (hereditária): diminuição da produção das células sanguíneas pela medula óssea;
- anemia falciforme (de origem genética): além da aparência desigual, se rompem facilmente.
Há também a chamada anemia perniciosa em que o corpo não consegue absorver a vitamina B12.

Principais sintomas em bebês e crianças
Os sinais podem ser sutis, mas, segundo o Ministério da Saúde, incluem:
- cansaço excessivo;
- perda de apetite;
- palidez de pele e mucosas (gengivas e parte interna do olho);
- falta de disposição para brincar;
- pouca concentração ao executar atividades;
- dificuldade de aprendizado;
- crescimento atrasado;
- peso abaixo do esperado ao nascer.
Como são facilmente confundidos com os de outras condições, a avaliação médica é de extrema importância.
A SBP ainda alerta que os sintomas só costumam surgir quando a anemia já está instalada. Para um diagnóstico precoce, exames laboratoriais podem ser solicitados, como hemograma e dosagem de ferro sérico.
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Falta de ferro impacta a qualidade de vida de crianças e bebês
A anemia ferropriva não tratada pode comprometer diversas funções do organismo, gerando:
- prejuízo ao desenvolvimento cerebral, habilidades cognitivas, motoras e de linguagem;
- maior susceptibilidade a infecções;
- alterações comportamentais, como dificuldades de concentração;
- complicações na saúde bucal, favorecendo o desenvolvimento de cáries.
Por isso, é fundamental que nenhuma das manifestações citadas seja ignorada e que se busque ajuda profissional imediatamente.
Existe tratamento e prevenção para a anemia infantil
No caso dos bebês, o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses é crucial para evitar a condição. Após esse período, a introdução alimentar deve ser realizada respeitando cada etapa e as necessidades nutricionais dos pequenos.
Além disso, a suplementação com sais de ferro via oral pode ser realizada, esclarece a SBP, mas precisa da supervisão de um pediatra, nutrólogo ou nutricionista.
Já a aplicação de injeções costuma ser indicada apenas para quadros mais graves, como pacientes oncológicos que realizam tratamento quimioterápico, pessoas que fazem diálise, tiveram perdas sanguíneas intensas, quadros infecciosos ou passaram por cirurgias gástricas.
7 alimentos ricos em ferro
Para garantir uma boa ingestão do nutriente, os seguintes itens devem fazer parte do cardápio de toda a família, conforme orientação da SBP:
- carne vermelha;
- peixes;
- aves;
- cereais;
- oleaginosas (castanhas e nozes);
- frutos do mar;
- espinafre.
Por fim, vale reforçar que a anemia infantil precisa ser rapidamente diagnosticada para um bom acompanhamento médico e recomendações necessárias sobre alimentação, saúde e exames que manterão os bebês e crianças saudáveis.
Fontes:
Meu bebê tem 1ano e 5 meses e tem anemia desde os 7 meses,já tomou vários sulfatos ferroso e ainda continua com anemia,o que faço??
Olá! Aldineres, como vai? Recomendamos levar ele no pediatra para que o médico possa avaliar e informar o melhor tratamento.
[…] anemias; […]