Aprenda a lidar com a artrite reumatoide

Considerada uma condição inflamatória crônica, atinge principalmente as articulações, mas pode se estender a órgãos, tecidos e até ao sangue em casos mais raros.

Embora sua causa não seja totalmente conhecida, ela acomete duas vezes mais o público feminino e costuma surgir entre os 30 e 40 anos, tornando-se mais comum com o passar da idade, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). 

Dependendo da intensidade das dores, da rigidez e do desgaste articular, atividades simples do dia a dia podem se tornar mais desafiadoras. Por isso, saber como lidar com a artrite reumatoide é fundamental para garantir o bem-estar.

6 dicas para lidar com a artrite reumatoide

Conviver com o diagnóstico exige adaptações, uma vez que o tratamento costuma ser de longo prazo e o impacto na rotina pode variar de acordo com as manifestações físicas de cada quadro. 

Porém, algumas recomendações são cruciais para a qualidade de vida de pessoas com artrite reumatoide:

1. seguir o tratamento medicamentoso corretamente;
2. praticar exercícios físicos regularmente;
3. controlar o peso corporal;
4. adotar bons hábitos na rotina;
5. contar com suporte profissional complementar;
6. consultar o reumatologista periodicamente.

1. Seguir o tratamento medicamentoso corretamente

Toda abordagem é individualizada, considerando estágio e gravidade da inflamação. Entre as opções estão anti-inflamatórios, corticoides, substância modificadoras da evolução da enfermidade (muitas vezes imunossupressoras) e, mais recentemente, agentes biológicos. 

Em situações específicas, pode haver indicação cirúrgica, como sinovectomia ou próteses articulares.

De forma geral, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido orienta que a medicação seja seguida conforme prescrição, mesmo quando houver melhora dos sintomas, para impedir crises e preservar as estruturas afetadas. 

Também é importante consultar um médico antes de usar qualquer remédio ou suplemento, pois interações podem ocorrer e levar a efeitos colaterais.

2. Praticar exercícios físicos regularmente

Eles fazem parte do tratamento de enfermidades reumáticas, pois ajudam a aliviar tensões, manter a mobilidade e fortalecer a musculatura que sustenta as articulações. Além disso, podem auxiliar no controle do peso, reduzindo a sobrecarga sobre joelhos, quadris e tornozelos.

A Sociedade Nacional de Artrite Reumatoide do Reino Unido (NRAS) recomenda:

• dar preferência a exercícios de baixo impacto, como natação, caminhada, hidroginástica e bicicleta;
• alternar momentos de descanso com movimentos para evitar rigidez e fadiga;
• interromper qualquer prática se houver dor intensa, calor ou inchaço.

Para uma rotina completa de condicionamento físico, além das atividades aeróbicas, é importante incluir as de fortalecimento muscular e alongamentos, sempre respeitando os limites individuais.

3. Controlar o peso corporal

O sobrepeso aumenta a pressão sobre as juntas, além de estimular processos inflamatórios por meio da gordura abdominal. Até pequenas perdas podem gerar grandes benefícios. 

Por outro lado, estar abaixo do limite saudável também pode gerar riscos, já que a musculatura fragilizada deixa as estruturas menos protegidas. 

Assim, a NRAS ressalta que o objetivo principal é buscar equilíbrio e seguir as orientações do médico.

4. Adotar bons hábitos na rotina

Mudanças no estilo de vida também promovem impacto positivo. Entre as citadas pelas entidades oficiais já mencionadas estão:

• alimentação balanceada: a dieta mediterrânea, baseada em frutas, vegetais, grãos integrais, azeite e peixes (especialmente os ricos em ômega-3), é considerada anti-inflamatória e pode contribuir para a diminuição do inchaço e da rigidez;
• abandono do tabagismo: fumar aumenta tanto o risco de desenvolvimento quanto de progressão da artrite reumatoide;
• baixo consumo de bebidas alcoólicas: o álcool pode sobrecarregar o fígado, principalmente em quem faz uso de medicamentos para manejo da condição.

Vale frisar que a assistência profissional de nutricionistas ou nutrólogos para elaborar planos individuais garante adequações alimentares mais eficazes.

5. Contar com suporte profissional complementar

Algumas intervenções auxiliam na manutenção da autonomia, amenizando os impactos físicos, sociais e profissionais, destaca a SBR.

A fisioterapia é uma das mais indicadas, pois o especialista da área pode orientar os exercícios mais adequados e monitorar a evolução do quadro. 

Em paralelo, a terapia ocupacional também é uma alternativa de adaptação. Ela facilita a execução de tarefas cotidianas, utilizando técnicas de proteção articular e, quando necessário, dispositivos auxiliares.

6. Consultar o reumatologista periodicamente 

O acompanhamento médico com o reumatologista é indispensável para avaliar o andamento da artrite, a necessidade de abordagens adicionais, o ajuste das doses ou mudanças de medicamentos.

No entanto, a frequência das visitas varia conforme o caso e até mesmo de acordo com os momentos vividos por cada paciente, podendo ser mensal em fases mais ativas dos sintomas ou mais espaçada em situações estáveis.

Como identificar a artrite reumatoide

Dor, calor, inchaço e vermelhidão nas juntas são os sinais mais comuns e os primeiros a levantar suspeitas. O diagnóstico, de acordo com o Ministério da Saúde, é feito quando pelo menos 4 dos seguintes critérios estão presentes por 6 semanas ou mais:

• rigidez matinal por pelo menos uma hora;
• inflamação em três ou mais áreas articulares;
• comprometimento das articulações das mãos;
• inflamação simétrica (nos dois lados do corpo);
• presença de nódulos reumatoides;
• fator reumatoide positivo no sangue;
• alterações radiográficas em mãos e punhos.

Procedimentos laboratoriais e de imagem, como VHS, radiografia, ultrassonografia e ressonância magnética, podem ser solicitados para confirmar a condição. A detecção precoce é fundamental para iniciar o tratamento correto e evitar complicações.

Para esses casos, uma boa medida é contar com o Cartão dr.consulta que garante acesso a diferentes especialistas e exames com valores mais vantajosos. Com ele, o paciente ainda é inserido em programas de saúde para receber acompanhamento multidisciplinar e atendimento de enfermagem (on-line e gratuito).

Lidar com a artrite reumatoide exige cuidados contínuos, mudanças no estilo de vida e suporte médico especializado. Com orientações adequadas, é possível preservar a mobilidade, reduzir desconfortos e garantir qualidade de vida.

Fontes:

• Ministério da Saúde;
• Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido;
• Sociedade Brasileira de Reumatologia;
• Sociedade Nacional de Artrite Reumatoide (UK).