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Como lidar com a azia na gravidez de forma segura

dr.consulta - mulher sentada no sofá apresenta desconforto ao sentir azia na gravidez

A gestação é um período de várias mudanças no corpo da mulher, que se adapta para o desenvolvimento do feto até o momento do parto. Nesse processo, alguns sintomas podem aparecer. Exemplo disso é a sensação de azia na gravidez. 

Quase sempre isso não representa maiores riscos, ainda que possa persistir em muitos momentos dessa etapa da vida feminina. De todo modo, cuidados relativamente simples podem ajudar a minimizar tal desconforto enquanto a hora de dar à luz não chega. 

O que é a azia e o que pode explicá-la na maioria dos casos

A azia não é uma doença em si. Quase sempre ela está associada com algumas alterações gastrointestinais, incluindo casos de refluxo gastroesofágico ou da chamada dispepsia (conhecida popularmente como indigestão). 

Independente da causa, quem é afetado pela azia se queixa de uma sensação característica de queimação na parte superior do estômago, que em muitos casos sobe em direção ao peito. Além disso, geralmente é possível notar um gosto amargo ou ácido na boca.

Em geral, a explicação por trás desses sintomas está no retorno de parte do ácido estomacal (produzido como parte do processo de digestão dos alimentos) para o esôfago, que liga a boca ao órgão onde os alimentos continuam a ser digeridos. 

Na população em geral, isso costuma ocorrer em situações como:

Alguns hábitos como o consumo de álcool, o tabagismo e refeições muito grandes ou ingeridas muito rápido podem piorar a condição. 

Nos casos esporádicos (ou seja, que acontecem apenas de vez em quando), a azia tende a desaparecer por conta própria. Para quando isso se repete muito, pode ser necessária a avaliação de um especialista em Gastroenterologia.

Por que azia na gravidez costuma ser mais frequente

Estima-se que a queimação nessa fase possa atingir entre 30% e 80% das gestantes. Isso faz dela um dos sinais mais comuns durante esse período.

As razões para isso passam por dois aspectos principais. O primeiro deles envolve alterações hormonais que fazem com que os músculos que controlam o ritmo de funcionamento do estômago tenham maior dificuldade em regular o conteúdo estomacal lá dentro. 

A partir disso, o ácido que deveria ficar apenas no estômago sobe pelo esôfago, gerando a queimação característica. 

Adicionalmente, o segundo fator que agrava o quadro entre as grávidas vem da pressão sobre os órgãos do trato gastrintestinal exercida pelo crescimento do feto dentro do útero. Isso também pode fazer com que o fluxo estomacal retroceda pelo esôfago e provoque as queixas.

Tal alteração pode explicar por que, em alguns casos, as azias se tornam mais comuns nos meses mais avançados da gestação.  Apesar disso, o desconforto pode aparecer em qualquer etapa ao longo dos trimestres de espera pelo bebê. 

Muita azia na gravidez significa que o bebê é cabeludo?

Esse é um mito bastante comum. Ele envolve a ideia de que quanto mais forte a azia que a mãe sente durante a gestação, mais longo e espesso será o cabelo da criança ao nascer. No entanto, não existe nenhuma evidência que sustente essa conclusão. 

De que forma é possível aliviar esse desconforto

Quase sempre, a repetição dos episódios de azia tende a desaparecer após o parto. São raros os casos em que eles persistem ou que geram complicações mais sérias, como quadros de refluxo. 

De qualquer maneira, algumas medidas relativamente simples podem ajudar a aliviar o desconforto e garantir à futura mamãe uma gestação um pouco mais tranquila.

Imagem ilustrativa (GettyImages)

Mudanças de hábito

A maior parte das ações essenciais para aliviar (ou mesmo evitar) a azia ao longo da gestação envolve o ajuste de alguns comportamentos que podem atrapalhar a digestão e agravar a irritação provocada pelo ácido estomacal. Por isso, as principais recomendações são:

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Uso de medicamentos 

Embora vários medicamentos para controlar a sensação desconfortável da azia estejam disponíveis para a compra até mesmo sem receita, é preciso observar que muitos deles podem fazer mal para a mulher grávida e o bebê.

Por isso, jamais se automedique nessas circunstâncias. O ideal é sempre conversar com o médico responsável pelo pré-natal, que costuma ser o obstetra. A partir disso, esse profissional poderá indicar a melhor opção de remédio para aliviar esse sintoma sem colocar em risco a gestação.

Em resumo, os fármacos destinados ao combate da queimação atuam neutralizando o ácido do estômago, controlando sua produção ou alterando o ritmo de movimentação dos músculos da região.

Além disso, pode ser importante procurar ajuda profissional nas situações em que a azia for muito frequente, parecer piorar ou ainda quando:

Outras alterações gastrointestinais comuns na mulher grávida

A queimação estomacal não é a única alteração gastrointestinal notada pelas gestantes. Ao longo desses meses, outros tipos de desconforto podem surgir, cada um deles com características específicas. Alguns dos mais comuns estão:

Assim como a azia na gravidez, cada uma dessas condições é normal, esperada e quase sempre passageira. Contudo, isso não significa que não possa haver cuidados para minimizá-las, algo que deve sempre fazer parte do acompanhamento pré-natal indispensável a uma gestação saudável.

Fontes:

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