Saiba mais sobre as características de um câncer no cérebro
A possibilidade de desenvolver um câncer no cérebro é motivo de preocupação, principalmente quando se pensa no papel que o órgão e as estruturas próximas desempenham no pensamento, na memória, nas emoções, no controle de ações motoras e de processos essenciais ao organismo. Esse é um tipo de condição neurológica grave caracterizada pelo desenvolvimento de tumores malignos na região cerebral ou no sistema nervoso central (SNC) — o que inclui toda a medula espinhal.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 11 mil novos casos de câncer no SNC são diagnosticados anualmente no Brasil. Desse total, aproximadamente 88% atingem especificamente o cérebro; porém, menos de 2% dos tumores identificados entre os brasileiros estão nessa parte do corpo.
Embora represente um percentual pequeno comparado a outros tipos de tumores, sua localização afeta controle de funções vitais e torna a condição especialmente desafiadora. Diante disso, conhecer as principais informações sobre essa alteração oncológica torna-se importante para ampliar a conscientização em torno do tema.
Como é a evolução de um câncer no cérebro
Normalmente, essas alterações malignas do sistema nervoso central podem crescer de forma lenta ou acelerada. Alguns tipos permanecem estáveis por longos períodos, enquanto outros se desenvolvem rapidamente.
Durante o processo, as células cancerígenas podem comprimir estruturas cerebrais ou afetar áreas específicas responsáveis por funções como movimento, fala, memória e coordenação.
Por fim, pode haver disseminação para outras áreas cerebrais, da medula espinhal ou até mesmo do corpo.

Tipos de tumor que atingem o cérebro
Os tumores cerebrais são classificados de acordo com diferenciações relativas ao seu aparecimento e ao desenvolvimento.
Desse modo, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) ressalta que a principal distinção se dá entre tumores primários (originados no próprio cérebro) e secundários (metástases de cânceres em outras partes do corpo).
Além disso, existe um sistema de graduação de I a IV, no qual cada etapa representa formas mais agressivas da condição.
Entre os tumores primários, os gliomas fazem parte do grupo mais comum. Eles se originam nas células gliais que dão suporte aos neurônios. De acordo com artigo do periódico JAMA, quase 50% dos tumores cerebrais são glioblastomas, um tipo específico de glioma.
Outros tipos importantes, mas menos comuns, dessa alteração neurológica são:
- os meduloblastomas, que afetam o cerebelo;
- os meningiomas, que surgem nas meninges, as membranas que protegem o cérebro e a medula espinhal;
- os schwannomas (ou neurilemomas), que têm origem nas células de Schwann, que produzem mielina, substância que reveste os nervos;
- os craniofaringiomas, que crescem na base do cérebro, acima da hipófise;
- os cordomas, tumores raros que começam no osso da base do crânio ou na extremidade inferior da coluna vertebral e podem prejudicar a área próxima ao sistema nervoso central;
- os linfomas não-Hodgkin cerebrais, mais comuns em pessoas que apresentam comprometimento no sistema imunológico;
- os tumores pituitários, que começam na glândula pituitária – responsável pela produção de diversos hormônios – e são frequentemente benignos, mas ao crescerem podem causar complicações nas estruturas vizinhas.
Já as metástases cerebrais são mais frequentes que os tumores primários. Elas costumam surgir provenientes de cânceres de pulmão, mama, rim, melanoma (forma rara, mas agressiva de câncer de pele) ou cólon.
Principais sintomas de um câncer no cérebro
As manifestações clínicas dos tumores cerebrais dependem da localização, tamanho e velocidade de crescimento da massa cancerosa.
Os sintomas podem desenvolver-se gradualmente ao longo de semanas ou meses, ou aparecer de forma súbita em casos mais agressivos. Seja como for, vale ter atenção com incômodos como:
- dores de cabeça persistentes que costumam piorar com mudanças de posição (ficar deitado ou se agachar);
- náuseas e vômitos;
- alterações visuais como visão dupla ou embaçada;
- sonolência excessiva ou quedas do nível de consciência;
- disfunções motoras, gerando fraqueza em um lado do corpo, dificuldades de coordenação ou alterações do equilíbrio;
- dificuldade para falar, compreender ou encontrar palavras;
- lapsos de memória, concentração ou oscilações de humor;
- episódios convulsivos, especialmente em pessoas que nunca tiveram crises epilépticas;
- dormência, formigamento ou perda de sensibilidade em partes do corpo.
Cabe destacar que os mesmos sinais podem ser causados por diversas outras condições neurológicas (como um acidente vascular cerebral). Por isso, a avaliação médica conduzida por um neurologista é essencial para o diagnóstico assertivo do caso.
Fatores que podem aumentar as chances de câncer no cérebro
Embora a causa exata dos tumores cerebrais permaneça desconhecida na maioria dos casos, alguns elementos podem estar associados ao maior risco de desenvolvimento deles, podendo ser destacados fatores como:
- síndromes genéticas: neurofibromatose tipo 1 e tipo 2, síndrome de Li-Fraumeni e síndrome de Turcot;
- histórico familiar: presença de tumores cerebrais em parentes diretos;
- exposição prévia à radiação ionizante, incluindo radioterapia na região da cabeça e pescoço ou exposição significativa decorrente do trabalho;
- comprometimento do sistema imunológico: condições congênitas e uso de medicamentos imunossupressores;
- outros fatores, como idade avançada e contato prolongado com agentes químicos específicos.
Para facilitar o acesso ao diagnóstico e acompanhamento de condições neurológicas, o Cartão dr.consulta possibilita a realização de consultas com neurologistas qualificados e exames especializados com preços diferenciados, permitindo o cuidado contínuo da saúde do cérebro.
Além disso, são mantidos programas de saúde e suporte multidisciplinar para esclarecimento de dúvidas por meio de consultas de enfermagem on-line e gratuitas.

Como funciona o diagnóstico?
Ao contrário do que ocorre com outros tumores (como na mama ou na próstata), não existem rotinas de avaliações e exames específicos amplamente recomendados de rastreamento para um câncer no cérebro e em demais áreas do sistema nervoso central, como ressalta o INCA.
Portanto, quase a suspeita só se torna relevante diante dos sintomas, tornando a consulta com o neurologista o primeiro passo para uma investigação adequada.
Depois da avaliação clínica inicial, são solicitados exames para avaliar a presença de um tumor. Os recursos mais empregados são:
- ressonância magnética cerebral ou tomografia computadorizada, para identificação e caracterização dos tumores cerebrais;
- exames de sangue para avaliação geral de marcadores tumorais específicos;
- punção lombar, que coleta material do líquido cefalorraquidiano que reveste o crânio;
- testes específicos para medir a capacidade de visão, audição ou os movimentos.
Quanto antes o diagnóstico for confirmado, melhor. A abordagem precoce é fundamental para aumentar a chance de sucesso das terapias disponíveis.
Quais as opções de tratamento mais utilizadas?
O controle dos tumores cerebrais deve ser personalizado considerando tipo histológico, grau de malignidade, localização, tamanho e idade do indivíduo atendido.
O objetivo principal é controlar o crescimento tumoral para evitar sua progressão para outras áreas do corpo, aliviar sintomas e preservar ao máximo as funções neurológicas.
Tratamento cirúrgico
A remoção via cirurgia representa a primeira linha de tratamento quando tecnicamente viável.
O procedimento visa remover a maior quantidade possível de tecido tumoral, preservando áreas cerebrais funcionalmente importantes. Técnicas modernas permitem intervenções mais seguras e eficazes. Posteriormente, o material coletado é enviado para análise laboratorial.
Em casos nos quais a retirada completa não é possível, a cirurgia pode ter objetivo de redução da massa tumoral ou alívio de sintomas relacionados ao aumento da pressão intracraniana.
Radioterapia
A aplicação da radiação é frequentemente utilizada após a cirurgia ou como tratamento principal em tumores que não são operáveis.
A modalidade conhecida como radiocirurgia estereotáxica é uma das mais indicadas nessas circunstâncias. A técnica administra dose alta de radiação, em sessão única, com uso de vários feixes localizados.
Quimioterapia
Medicamentos quimioterápicos podem ser administrados por via oral, endovenosa ou diretamente no líquido cefalorraquidiano. A escolha dos agentes considera as características do tumor.
A razão para isso é simples: algumas lesões respondem melhor a combinações específicas de medicamentos, orientando a seleção da terapia mais apropriada.
Independente do tratamento escolhido, o médico ainda pode indicar recursos adicionais para a manutenção da qualidade de vida durante o tratamento. Eles envolvem o manejo da dor e das crises convulsivas, por exemplo.
Possíveis prognósticos do câncer no cérebro?
As perspectivas para tumores cerebrais variam amplamente dependendo de múltiplos fatores.
A sobrevida pode variar de alguns meses a muitos anos com uma recuperação completa, sendo influenciada principalmente pelo grau de malignidade, idade do indivíduo e extensão da intervenção necessária para conter a alteração.
Algumas características associadas a melhores progressões incluem:
- tumores de baixo grau de complexidade;
- idade mais jovem no momento do diagnóstico;
- remoção cirúrgica completa quando tecnicamente viável;
- localização em áreas menos sensíveis, que não são responsáveis por uma atividade neurológica específica;
- estado geral de saúde antes e durante o tratamento.
Independente desses indicativos, o acompanhamento multidisciplinar (ou seja, de outros profissionais de saúde além do neurologista) do câncer no cérebro permite identificar oportunidades para reforçar a atenção com a saúde física e mental frente a essa complicação de saúde com impacto considerável sobre o bem-estar.
Fontes:
Tive três irmãos que faleceram pois tiveram glioblastoma . É hereditário ? Tenho medo de ser a próxima . Muito sofrimento !
Oi, Analia! Interessante sempre fazer exames!
Minha neta de 06 anos mora na Austrália, nunca teve nenhum problema de Saúde, nem um resfriado sequer. No dia 30/01/23 apresentou dificuldades para caminhar, estava com a voz embolada
e babando. Minha filha levou a escola e Logo em seguida chamaram pois a menina estava convulsionando.
Foi internada no hospital e após tomografias foi acusado o tumor maligno de 2 a 3 cms, a cabeça dela. Está localizado entre o cerebelo e o cérebro. Os médicos disseram que é um tumor raríssimo e estão fazendo radioterapias para conter o crescimento, porém já falaram que tudo agora é paliativo. Após todos os exames seu corpinho é sadio, não tem Metástase, nenhum problema de tumor primário..Como pode isso?
Quando a pessoa, não pode fazer os exames,por não ter convênio, ficar como??¿??¿??
Criança que fez muita ressonância pode desenvolver câncer no cérebro ?
Olá, Dirce! Tudo bem? Por conta do exame não, a carga da sala é muito pouca para desenvolver um câncer.