O que preciso saber sobre o câncer no cérebro?
O cérebro é o centro do pensamento, da memória, da emoção e do controle de vários processos orgânicos.
Ele também é responsável pelas nossas ações voluntárias como falar, comer, mexer as mãos.
Por ter toda essa importância, a possibilidade de desenvolver um tumor nesse órgão pode assustar muita gente.
Pensando nisso, nesse conteúdo vamos trazer as informações mais relevantes sobre o câncer no cérebro para que, assim, você possa conhecê-lo e, se for necessário, saber notar os sinais. Vamos lá?
Como o câncer no cérebro acontece?
O câncer no cérebro é caracterizado pelo desenvolvimento de tumores em determinados pontos desse órgão.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ele é classificado, junto com o câncer na medula espinhal, como um tipo de câncer do sistema nervoso central, podendo ser dividido em primário e secundário.
- No primário, o tumor se origina nas células do cérebro e raramente se espalha para outros órgãos distantes.
- Já no secundário, ele tem origem a partir de células cancerígenas de outro órgão, normalmente mama, rim e pulmão. É a chamada metástase a distância.
As principais áreas desse órgão são os hemisférios cerebrais, os gânglios basais, o cerebelo e o tronco cerebral. Cada uma dessas partes têm uma função específica.
Portanto, dependendo da região em que o tumor se desenvolve, diferentes serão os sintomas, o prognóstico e o tratamento.
Existe mais de um tipo?
A maioria dos tumores no cérebro são resultantes de metástase, ou seja, um câncer de outro órgão que se disseminou e atingiu o tecido cerebral.
As ocorrências que são primárias raramente se espalham para órgãos distantes. Porém, podem causar danos sérios ao se disseminarem localmente, destruindo boa parte do tecido cerebral saudável.
Segundo o Oncoguia, o tipo primário pode ser dividido em:
Origina-se nas meninges, camadas de tecido que recobre o cérebro e a medula espinhal. Costuma ser benigno e a incidência é mais comum em adultos, aumentando com a idade (70-80 anos).
Gliomas
Meningeoma
Denominação genérica para tumores astrocitomas, oligodendrogliomas e ependimoma. Esse tipo de câncer pode ser maligno ou benigno, é bastante raro em crianças e atinge seu pico na faixa dos 75 aos 84 anos.
Meduloblastomas
Originam-se nos neurônios do cerebelo. Geralmente se disseminam ao longo do fluxo do líquido cefalorraquidiano e crescem rapidamente, mas podem ser tratados e curados com cirurgia e radioterapia. É mais comum em crianças.
Gangliogliomas
São tumores que contêm neurônios e células da glia. É um tipo de câncer no cérebro bastante raro, com alto índice de cura com cirurgia e radioterapia.
Schwannomas ou neurilemomas
Originam-se nas células de Schwann, que produzem mielina, substância que reveste os nervos. São benignos em sua maioria e surgem perto do cerebelo e nos nervos cranianos responsáveis pela audição e equilíbrio.
Craniofaringiomas
Crescem na base do cérebro, acima da hipófise. São frequentes em crianças, adolescentes e adultos jovens. Causam problemas hormonais, pois comprimem a glândula pituitária e o hipotálamo. Podem alterar a visão e equilíbrio hormonal.
Cordomas
Tumores raros que começam no osso da base do crânio ou na extremidade inferior da coluna vertebral e podem prejudicar a área próxima ao sistema nervoso central.
Linfoma não-Hodgkin
Linfomas cerebrais mais comuns em pessoas que apresentam problemas no sistema imunológico como pessoas vivendo com HIV. Atualmente são menos recorrentes graças ao desenvolvimento dos tratamentos para HIV/Aids.
Tumores pituitários
Começam na glândula pituitária e são sempre benignos, mas ao crescerem podem causar problemas nas estruturas vizinhas ou produzirem hormônios em excesso.
Ele é considerado comum?
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil registra, atualmente, cerca de 11 mil novos casos de câncer no cérebro todos os anos, sendo 5.870 em homens e 5.230 em mulheres.
No entanto, a chance de se desenvolver um tumor maligno é de 1% ao longo de toda a vida.
O que pode levar ao desenvolvimento desse câncer?
Alguns fatores de risco, causados por agentes internos e externos, podem favorecer o desenvolvimento de tumores cerebrais.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), os principais pontos de atenção em relação ao câncer no cérebro são:
- Fatores hereditários ou genéticos como neurofibromatose, esclerose tuberosa, síndrome de Li-Fraumeni e síndrome de von Hippel-Lindau;
- Radiação de raios-X e gama;
- Exposição a arsênico, chumbo, mercúrio, óleo mineral e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), contaminantes que podem ser encontrados no ar, água, solo e até em alimentos;
- Trabalho na indústria petroquímica e de agrotóxicos, com exposição excessiva a componentes químicos agressivos usados em refinarias, telefonia e energia;
- Campos magnéticos de baixa frequência podem ter relação com a doença nos homens;
- Tabagismo, comumente associado a câncer de pulmão, fígado e mama, que, se disseminados, podem atingir o cérebro.
5 sintomas que indicam o câncer no cérebro
Ainda de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), os sinais do câncer no cérebro variam de pessoa para pessoa e conforme a área de localização. Porém, alguns estão presentes na maioria dos casos. São eles:
1 – Dor de cabeça
É o primeiro sintoma e tende a ficar frequente com o passar do tempo. Pode ser acompanhada de náuseas e vômitos e não passar com remédios comuns para dor de cabeça. Pioram quando a pessoa agacha ou está deitada.
2 – Convulsões
Os pacientes podem apresentar dormência, formigamentos, movimentos involuntários de braços e pernas, dificuldade na fala. Além de sensações estranhas, episódios de inconsciência e convulsões.
3 – Mudanças nas funções cognitivas, humor ou personalidade
Pode haver confusão mental ou incapacidade de pensar. O indivíduo pode ficar temperamental ou apresentar ineficiência no trabalho. Também é possível ficar desinibido (sem timidez) ou agir de maneira totalmente diferente da que lhe é comum.
4 – Mudanças na fala
Dificuldade para encontrar as palavras, fala incoerente, incapacidade de se expressar ou de compreender a linguagem também são sintomas do câncer no cérebro.
5 – Alteração nos sentidos
A audição, o olfato ou a visão podem apresentar alterações como visão dupla ou embaçada. Pode haver perda de equilíbrio e coordenação. É possível que a pessoa apresente mudança nas sensações, alterando a percepção de calor, frio, pressão, um toque leve ou algo afiado.
Como tratar após o diagnóstico?
Os tratamentos podem ser feitos por meio de cirurgia, radioterapia e quimioterapia de forma isolada ou pela combinação dessas três formas. Infelizmente, a maioria dos casos não tem cura, mas podem ser amenizados.
Cirurgia
A cirurgia é uma das primeiras providências para a remoção de um tumor cerebral. Feita de maneira segura, garante que as funções cognitivas do paciente sejam preservadas.
Alguns tumores, como nos meningiomas, por exemplo, podem ser totalmente extraídos por esse procedimento ou em conjunto com a radioterapia.
Outros não podem ser extraídos dessa maneira como, por exemplo, situações em que as células cancerosas se espalharam demais pelo tecido cerebral vizinho ao tumor.
Nesses casos, o procedimento cirúrgico diminui a pressão sobre o cérebro e alivia sintomas como dores de cabeça, náuseas, vômitos e visão turva, prolongando a sobrevida do paciente.
Radiocirurgia estereotáxica
Outra opção é a radiocirurgia estereotáxica. Nela, altas doses de radiação são concentradas no tumor. Vários feixes convergem para o mesmo ponto e, somados, criam uma dose capaz de matar as células cancerosas.
Essa técnica é utilizada nos tumores cerebrais e de medula espinhal que não podem ser removidos ou reduzidos cirurgicamente ou quando o estado geral do paciente não permite uma cirurgia tão complexa.
Além disso, essa radiocirurgia pode ser feita em dose única ou em várias sessões.
Qual a chance de curar um câncer no cérebro?
Dependendo do tipo, um tumor cerebral pode ter cura. A maioria dos pacientes acometidos por meningioma (benigno), por exemplo, são curados após cirurgia.
Para os casos incuráveis, a taxa de sobrevida varia muito, dependendo do momento do diagnóstico, tipo de tumor, localização e estadiamento (avaliação de quanto o câncer já se espalhou pelo corpo).
De forma geral, segundo o Oncoguia, as pessoas com câncer no cérebro têm, em média, 70% de chance de estarem vivas pelo menos 5 anos após o diagnóstico.
Caso apresente algum sintoma descrito, não espere e ligue para o dr.consulta para marcar uma avaliação com um neurologista. O agendamento é muito fácil, você pode ligar em um dos nossos telefones ou agendar pelo nosso site ou app.
Fontes:
Instituto Nacional de Câncer (Inca)
Tive três irmãos que faleceram pois tiveram glioblastoma . É hereditário ? Tenho medo de ser a próxima . Muito sofrimento !
Oi, Analia! Interessante sempre fazer exames!
Minha neta de 06 anos mora na Austrália, nunca teve nenhum problema de Saúde, nem um resfriado sequer. No dia 30/01/23 apresentou dificuldades para caminhar, estava com a voz embolada
e babando. Minha filha levou a escola e Logo em seguida chamaram pois a menina estava convulsionando.
Foi internada no hospital e após tomografias foi acusado o tumor maligno de 2 a 3 cms, a cabeça dela. Está localizado entre o cerebelo e o cérebro. Os médicos disseram que é um tumor raríssimo e estão fazendo radioterapias para conter o crescimento, porém já falaram que tudo agora é paliativo. Após todos os exames seu corpinho é sadio, não tem Metástase, nenhum problema de tumor primário..Como pode isso?
Quando a pessoa, não pode fazer os exames,por não ter convênio, ficar como??¿??¿??
Criança que fez muita ressonância pode desenvolver câncer no cérebro ?
Olá, Dirce! Tudo bem? Por conta do exame não, a carga da sala é muito pouca para desenvolver um câncer.