O que ninguém fala sobre como amamentar
Quando o assunto é gravidez e cuidados com o recém-nascido, o aleitamento materno e o como amamentar tornam-se relevantes. Afinal, esse processo está relacionado diretamente à saúde tanto do bebê quanto da nova mãe.
Mas nem sempre os desafios da amamentação são mencionados de forma clara. Temas como a pega errada, posição mais confortável e o fato de que amamentar não é algo instintivo para todas as pessoas não são muito falados.
Inclusive, um dos motivos que torna esse assunto ainda mais expressivo é o fato de que entre março e maio nascem mais bebês no Brasil.
O dado é do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde (MS). De acordo com o órgão, em março nascem 17% mais brasileiros do que em dezembro, por exemplo.
Aproveite para entender o que mais está por trás desse tema.
Afinal, o que é amamentação?
A amamentação é o ato de alimentar os bebês com o leite produzido pela própria mãe. E os benefícios são muitos, pois o alimento está sempre pronto e com os nutrientes necessários, além de estar sempre na temperatura ideal.
No entanto, as maiores vantagens são aquelas geradas pelo próprio alimento. Isso porque o leite materno contém anti-inflamatórios, antioxidantes, ômega 3, proteínas e gorduras boas.
O MS aponta que bebês que passam por esse processo têm maior propensão de:
- prevenção de alergias, infecções respiratórias e diarreia;
- menor risco de apresentar obesidade infantil, diabetes e hipertensão;
- ter um desenvolvimento cognitivo facilitado.
Mulheres no puerpério também se beneficiam, já que a amamentação pode ajudar com:
- estimulação da volta do útero ao tamanho normal após o parto;
- menor sangramento após o parto;
- prevenção contra doenças cardiovasculares;
- menores riscos de desenvolver câncer de mama.
Devo amamentar até que idade?
O Ministério da Saúde (MS) recomenda que o leite materno seja a única fonte de alimento até os seis meses de idade.
Após o primeiro semestre, pode-se iniciar a introdução alimentar, por meio da qual a criança começa a ter contato com outros alimentos. Porém, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a amamentação continua sendo relevante até, pelo menos, os dois anos de idade.
Depois disso, essa questão pode ficar sob a decisão dos pais ou dos responsáveis. Recomenda-se o acompanhamento pediátrico e nutricional nessa fase.
Amamentar requer aprendizado e paciência
Ao contrário do que muitos possam pensar, a amamentação não é completamente intuitiva, sendo necessário aprender a como amamentar corretamente.
Para isso, primeiramente é preciso entender os três pilares desse processo de aprendizagem.
1. Identificar sinais de fome do bebê
Inicialmente, é preciso saber quando o bebê está com fome. A criança pode apresentar inquietação, ficar mexendo muito os braços e pernas, além de resmungar um pouco.
Outro sinal que ajuda a identificar essa necessidade é colocar as mãos limpas em seus lábios. Se o bebê começar a sugá-las, pode ser mais um indício. Por fim, vem o choro agitado, acompanhado da coloração avermelhada da pele.
2. Posicionar o bebê corretamente
Escolher uma posição que seja confortável para mãe e bebê é outra etapa essencial. As principais maneiras são:
- tradicional: é a posição mais comum na qual o bebê fica deitado (com o corpinho um pouco inclinado e lateralizado) no braço da mãe e com a cabeça em direção ao seio;
- deitada: a mãe se deita de lado e coloca o nenê de frente para fazê-lo pegar o seio. Normalmente, é mais confortável para os dois;
- invertida: com a mãe sentada, o corpinho da criança é colocado debaixo do braço com a cabeça na altura da mama;
- cavalinho: é uma opção para amamentar bebês maiores, pois ficam sentados no colo e com a cabeça apoiada no seio.
3. Garantir uma boa pega
Garantir uma pega correta, ou seja, a maneira certa do bebê abocanhar o seio e beber uma boa quantidade de leite é fundamental. Essa é uma das dicas mais importantes sobre como amamentar.
Será necessário observar se a boquinha envolve toda ou boa parte da aréola do seio e não só o mamilo (formando a chamada “boca de peixinho”), se o queixo encosta na mama e se a criança consegue respirar pelo nariz.
Do contrário, esse momento pode ser bem estressante para os dois.
Desafios da amamentação e como contorná-los
O aleitamento materno pode ser visto como algo natural, mas isso não significa que seja fácil. Ele é repleto de desafios, mas com estudos, prática e auxílio obstétrico e da equipe de saúde, é possível lidar com eles.
Algumas adversidades comuns durante o aprendizado podem ser:
Dor
Principalmente nos primeiros dias de vida do bebê, quando tudo ainda é novidade, algumas mulheres sentem dores ao amamentar. Assim como outros desconfortos, ele indica que há algo incorreto no aleitamento.
Se permanecer, complicações futuras poderão ser notadas como:
Lesões mamárias
A pega errada no mamilo, com a pressão inadequada e persistente, podem deixar lesões nessa área. Rachaduras e até sangramentos podem ser percebidos, além das dores.
Porém, é possível aliviar essa questão das seguintes formas:
- comece a amamentar com o seio que não está machucado;
- passe o próprio leite materno no mamilo após todas as mamadas para ajudar na cicatrização e prevenção de novas lesões. Utilizar o seu leite evita a amamentação cruzada e uma possível contaminação por doenças infecciosas;
- não fique com sutiã molhado, pois isso irrita ainda mais a pele;
- higienize bem as mamas;
- use protetores de mamilos que permitam a ventilação e não os deixe pressionados contra o sutiã. O modelo a ser utilizado são as rosquinhas;
- use sutiãs adaptados ou específicos para a amamentação;
- não passe pomadas e cremes sem prescrição médica.
Ingurgitamento mamário
Ingurgitamento nada mais é que a produção de leite sem esvaziamento, ocasionando o acúmulo nas mamas, o que as deixa muito densas, enrijecidas e doloridas. Apesar de atípico, pode acontecer até mesmo antes do parto.
Para aliviar, o indicado é retirar um pouco do líquido (com equipamentos próprios ou manualmente) para deixar o mamilo mais maleável.
É importante escolher cuidadosamente os instrumentos quando essa retirada não é manual para evitar lesões.
Mastite
Trata-se de uma inflamação bacteriana nas glândulas mamárias, causando dores, inchaço, febre, calafrios e a sensação de queimação nas mamas.
Para prevenir a mastite, o recomendado é começar a amamentar o recém-nascido o quanto antes, retirar o leite em excesso e manter os seios sempre bem higienizados.
Também é importante buscar ajuda de ginecologistas e obstetras para avaliar a situação e conduzir o tratamento em casos graves.
Obstrução de ductos lactíferos
Essa obstrução ocorre quando o leite não é drenado corretamente até a boca do bebê, o que pode gerar ingurgitamento e mastite.
Amamentar com frequência, massagear a mama que está com os ductos bloqueados, principalmente no momento do banho, e testar diferentes posições para incentivar a pega do bebê podem ajudar na prevenção desse quadro.
Demora na descida do leite
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é normal que o líquido apareça até 5 dias após o parto, na chamada apojadura. Depois desse período, existe a demora da descida do leite.
Mas mesmo que o leite ainda não tenha descido, é interessante colocar o bebê no peito e estimular a sucção do líquido inicial, chamado de “colostro”.
Mamilo plano ou invertido
Algumas mulheres possuem o mamilo plano ou invertido, quando o mamilo faz uma covinha para dentro da mama, retraindo-se até ficar no mesmo nível da aréola (parte mais escura que os rodeia).
Apesar de não causar nenhum dano à saúde, pode ser um dos desafios, já que atrapalha a pega e a sucção. No entanto, é possível educar-se sobre exercícios manuais e buscar orientação médica.
Cansaço
Os primeiros meses de vida do bebê são muito cansativos, principalmente quando associado à amamentação por livre demanda, ou seja, quando o bebê mama sempre que quiser, sem horários definidos.
É por isso que ter uma rede de apoio para ajudar com outras tarefas como preparação das refeições e idas ao médico é fundamental. Dessa forma, a rotina fica mais leve e menos exaustiva.
Restrição alimentar
O aleitamento materno também pode indicar a necessidade de restrições alimentares em algumas mães, como aquelas que percebem que, quando comem determinados alimentos (como os derivados de leite), o bebê sente mais cólicas.
O ideal é conversar com o pediatra e também manter contato com um nutricionista que irá auxiliar na rotina alimentar.
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Cuidados durante o aleitamento materno
Além dos desafios e formas para contorná-los, existem cuidados que pessoas no puerpério podem tomar, que deixam o processo de amamentação mais tranquilo e saudável:
- beber água durante o dia para manter-se hidratada;
- evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarro;
- descansar e evitar o estresse;
- moderar no consumo de café, chá preto e bebidas estimulantes;
- perguntar ao médico quais são os medicamentos contraindicados durante o período.
A amamentação não precisa ser um período solitário
Saiba que você não precisa passar pelos desafios da amamentação sozinha.
Buscar uma rede de apoio e conversar com outras pessoas que passam ou já passaram pela mesma situação, para troca de experiências, são caminhos para diminuir a solidão e melhorar a sua qualidade de vida e do bebê.
Procurar assistência profissional, do ginecologista e do pediatra, além do acompanhamento psicológico e nutricional também são opções.
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Há ainda a possibilidade de buscar orientação de consultores de amamentação do SUS, no banco de leite municipal. O importante é não passar por tudo isso sem ajuda.
Muitas vezes, os pontos levantados aqui são aqueles que ninguém fala ou pouco fala sobre como amamentar, mas tenha certeza de que é possível amamentar tranquilamente o seu bebê ou, no mínimo, com menos dores e sofrimento.
Não se esqueça de que amamentar é essencial para a saúde e desenvolvimento das crianças!
Fontes: