Mounjaro promete emagrecimento maior que o de Ozempic

O medicamento tem como princípio ativo a tirzepatida e tem sido muito procurado por também contribuir para a perda de peso, assim como outros já existentes no mercado.
Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, em setembro de 2023, o Mounjaro deve ser comercializado até o fim da primeira quinzena de maio de 2025. Atualmente, seu uso é liberado somente para o tratamento do diabetes tipo 2.
A prescrição para o tratamento da obesidade já ocorre de forma off-label (fora da indicação principal) em alguns países para ajudar pessoas com sobrepeso ou obesidade.
Saiba como o Mounjaro age no organismo
A tirzepatida tem se mostrado promissora como aliada no emagrecimento, principalmente para quem já tentou de tudo com dieta e exercícios, mas ainda assim tem dificuldade em perder peso.
A substância combina a ação de dois hormônios produzidos naturalmente pelo intestino: o GLP-1 (glucagon-like peptide-1) e o GIP (glucose-dependent insulinotropic polypeptide), ambos chamados de incretinas.
Eles são liberados após a alimentação e têm papel fundamental na regulação da glicose, pois aumentam a secreção de insulina, e do apetite.
Quando injetada no corpo humano, ela imita a ação desses hormônios e promove três efeitos principais:
- saciedade precoce – a sensação de satisfação surge após a ingestão de uma quantidade menor de alimento;
- diminuição da fome – a percepção sobre a necessidade de ter que comer algo a todo momento é reduzida;
- controle da glicose – por meio da atuação dos hormônios que elevam a presença de insulina no organismo.
Esse duplo mecanismo (GLP-1 e GIP) é o que a diferencia de outros medicamentos da mesma classe, como a semaglutida e da liraglutida, que agem apenas no GLP-1.

Tirzepatida emagrece mais do que a semaglutida
Além do Mounjaro, outro medicamento muito associado ao emagrecimento que ganhou os holofotes recentemente foi o Ozempic, cuja substância presente é a semaglutida.
Diversos estudos têm sido realizados para buscar entender qual substância é a mais eficaz para o tratamento da obesidade e qual delas é a mais efetiva para a perda de peso.
Uma dessas pesquisas, publicada no periódico JAMA Internal Medicine, em julho de 2024, concluiu que a tirzepatida demonstrou ser mais eficaz do que a semaglutida na perda de peso em adultos com sobrepeso ou obesidade.
Para isso, o estudo analisou um grupo de 18.386 adultos com IMC maior ou igual a 27 (ou seja, obesos) e sem uso prévio de agonistas do receptor GLP-1 (o que significa que nenhum deles havia feito uso de substância do tipo semaglutida ou liraglutida), entre outras características.
Acredita-se que o segredo esteja justamente na ação combinada sobre os receptores de GLP-1 e GIP. Isso parece gerar um efeito mais potente na regulação do apetite e no metabolismo.
Entretanto, é importante salientar que nenhuma substância é uma solução mágica. A medicação deve ser usada com acompanhamento médico e combinada com mudanças no estilo de vida – como investir em alimentação balanceada, reduzir o consumo de álcool e em atividade física regular, para garantir resultados duradouros.
Efeitos colaterais mais comuns
Como qualquer medicamento, Mounjaro também pode causar efeitos adversos, especialmente nos primeiros dias. Conforme a bula, é comum que apareçam:
- náusea;
- dor abdominal;
- vômito;
- diarreia;
- hipoglicemia (se associado a insulina, sulfonilureia, metformina, inibidor de SGLT2 e outros antidiabéticos);
- prisão de ventre;
- distensão abdominal;
- arroto e gases;
- refluxo gastroesofágico;
- fadiga;
- reações cutâneas no local da injeção;
- urticária e eczema;
- doença aguda da vesícula biliar.
Além das reações descritas, existem algumas consideradas mais incomuns. São elas:
- alteração no paladar e/ou da sensibilidade;
- aumento de enzimas pancreáticas;
- reação alérgica grave (raro);
- inchaço profundo, especialmente em olhos e boca (raro).

Não é todo mundo que pode usar o Mounjaro
A tirzepatida não é indicada para todos. Entre as principais contraindicações estão:
- grávidas ou que estão amamentando;
- histórico pessoal ou familiar de câncer medular da tireoide;
- quem tem pancreatite;
- crianças e adolescentes (uso aprovado apenas para adultos);
- pacientes com alergia a qualquer componente da fórmula.
É fundamental o acompanhamento , preferencialmente com endocrinologista, que poderá avaliar se o medicamento é seguro e adequado para o perfil de cada pessoa.
Com o Cartão dr.consulta, é possível ter acesso a diferentes especialidades, além de exames com valores mais vantajosos. O benefício ainda inclui o paciente gratuitamente nem programas de saúde, suporte multidisciplinar e atendimento a dúvidas e consultas (on-line) gratuitas de enfermagem.

Além das contraindicações, alguns grupos devem buscar orientação médica antes de iniciar o uso de medicamento para entender se há algum risco individual. Isso vale para casos de:
- retinopatia diabética;
- desnutrição ou deficiência de nutrientes;
- doença da vesícula biliar;
- aspiração pulmonar;
- doença gastrointestinal grave;
- gravidez e amamentação;
- ideação suicida.
Além disso, é essencial respeitar o acompanhamento médico, que poderá ajustar doses, monitorar efeitos colaterais e avaliar a necessidade de continuar ou interromper o uso.
Fontes: