Como combater a gota e evitar possíveis complicações
Entender como combater a gota é relevante principalmente quando se leva em conta que essa é a principal forma de artrite inflamatória em adultos do sexo masculino acima dos 40 anos, de acordo com artigo da Revista Brasileira de Reumatologia.
O tratamento adequado envolve tanto o uso de medicamentos quanto adaptações no estilo de vida, ajudando a controlar a condição e prevenir crises e complicações, que podem ser bastante significativas.
Características gerais da gota
A gota é uma condição inflamatória cujo surgimento está vinculado à elevação constante do ácido úrico no sangue.
A substância é produzida naturalmente pelo organismo, sobretudo a partir da quebra das purinas (parte da cadeia de DNA). Ela também pode ser encontrada em alimentos, a partir da digestão de certas proteínas.
A maior parte do ácido úrico é eliminada pelos rins, mas uma parcela menor permanece na circulação sanguínea.
Com o tempo, entretanto, há o risco de aumento indevido na concentração de ácido úrico, geralmente associadas às deficiências de eliminação do composto.
É a chamada hiperuricemia, quadro identificável em exame feito a partir de uma amostra de sangue (e, eventualmente, urina).
Desse modo, quando o corpo tem dificuldade em lidar com o ácido úrico, vários cristais da substância se formam e se acumulam nas articulações. Em resumo, isso é o que os especialistas chamam de gota.
Ela é comum em homens depois dos 40 anos, mas rara quando se tem menos de 25 anos. De modo similar, é difícil encontrar mulheres afetadas antes da menopausa, mas ela se torna mais presente depois dos 60 anos, como destaca a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).
Evolução típica da gota
A presença indesejada desses cristais causa dor, vermelhidão, inchaço e sensação de calor na articulação afetada. A estrutura mais afetada é a base do dedão do pé. Tornozelos, joelhos, punhos e dedos das mãos podem ser igualmente comprometidos também.
O início do incômodo tende a ser súbito e bastante intenso, em especial nas primeiras 24 horas. A área atingida fica sensível até mesmo ao toque.
Em casos avançados, a pessoa pode apresentar “tofos gotosos” — espécie de um nódulo palpável, que podem aparecer sob a pele ou nas áreas articulares, e prejudicam a mobilidade.
Diante da suspeita do quadro, o reumatologista deve ser procurado para diagnóstico correto, pois os sintomas podem ser confundidos com outras condições (como artrites).
A confirmação do diagnóstico vem da combinação de avaliação clínica e de exames necessários. Junto do teste de ácido úrico, uma análise do líquido sinovial (fluido responsável por preencher o espaço entre as articulações, em diversas partes do corpo) é empregada para identificar a presença dos cristais.]
Como combater a gota com o tratamento adequado
Os medicamentos usados para controle da condição prescritos pelo especialista envolvem recursos para desinflamar o local e controlar a dor. Além disso, também são utilizados fármacos que contribuem para controlar os níveis de ácido úrico no sangue.
Eventualmente, os tofos gotosos muitas vezes precisam de cirurgia para serem retirados, sobretudo quando atingem volume considerável.
Não há cura definitiva para a gota. Depois da primeira crise, o indivíduo pode permanecer meses ou anos sem um novo episódio, mas deve sempre manter a supervisão adequada para evitar reincidências.
Ações essenciais no controle da crise aguda de gota
Assim como acontece em outras alterações crônicas, o manejo apropriado vai além do uso de medicamentos.
Logo de cara, algumas medidas podem proporcionar alívio e acelerar a recuperação durante uma crise aguda. Junto dos medicamentos receitados, a SBR mais uma vez recomenda:
- manter a articulação atingida em repouso, evitando movimentos que possam aumentar a inflamação;
- aplicar compressas de gelo na articulação inflamada por 15 a 20 minutos, várias vezes ao dia, para aliviar a dor;
- elevar o membro afetado para diminuir o inchaço.
Acima de tudo, a automedicação deve ser evitada sempre. Somente o especialista pode indicar quais os medicamentos são mais adequados para o controle do quadro agudo.
Recomendações mais importantes no cuidado prolongado
No longo prazo, uma série de medidas combinadas são relevantes para prevenir novas crises. Elas envolvem adaptações no estilo de vida e incluem orientações como:
- aumentar a ingestão de líquidos (considerando dois ou três litros de água por dia) para que o volume urinário se eleve, ajudando o corpo a eliminar o ácido úrico em excesso;
- evitar o consumo de bebidas alcoólicas, principalmente no período em que os níveis da substância ainda estiverem desregulados;
- seguir uma alimentação balanceada e saudável, evitando alimentos com alto teor de proteínas;
- praticar atividades físicas regulares, dentro das limitações impostas pelo comprometimento nas articulações;
- controlar o peso e ter atenção com outros fatores de risco para crises, como diabetes, pressão alta e doença renal crônica (DRC);
- manter consultas periódicas com o reumatologista para monitoramento e ajustes no tratamento quando necessário.
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O papel da alimentação na evolução do quadro
Os alimentos a serem evitados são aqueles ricos em purinas, pois, como já mencionado, são as substâncias transformadas em ácido úrico no organismo. Entre eles estão:
- frutos do mar;
- carnes vermelhas;
- vísceras (como moela e fígado);
- pele de frango;
- alguns tipos de peixe (como as sardinhas).
No sentido oposto, o ideal é compor as refeições com legumes, verduras, frutas e carnes e laticínios com baixo teor de gordura.
Se houver dificuldade para adaptar a dieta, o apoio de um nutricionista capacitado faz a diferença para a obtenção de orientações personalizadas.
Complicações provocadas pelo descontrole da gota
O desenvolvimento de tofos gotosos por conta do acúmulo de cristais de ácido úrico não é a única das consequências da evolução da condição.
Além disso, a alteração crônica pode levar à artrite gotosa, caracterizada por inflamação persistente das articulações. Posteriormente, o dano gera até mesmo deformidades articulares e limitações de movimento.
Outra complicação relevante é a formação de cálculos renais de ácido úrico, capazes de obstruir o sistema urinário e causar dor intensa.
A progressão para doença renal crônica e outros danos aos rins também são possíveis quando a condição permanece sem controle por longos períodos, reforçando a necessidade de compreender como combater a gota corretamente.
Fontes:
Legal contar com. Esses esclarecimentos fica mais facil seguir em frente com o apoio de vocês
Olá, Luciana! Que bom que você gostou! Continue nos acompanhando sempre! ?
[…] crises de gota geralmente começam no dedão do pé, mas podem ocorrer em outras regiões, como […]
[…] com quadros de obesidade, artrite, gota e outros distúrbios […]