Os riscos do descolamento prematuro da placenta (DPP)

O descolamento prematuro da placenta (DPP) é uma das possíveis causas de sangramento vaginal, especialmente na segunda metade da gestação. Além disso, o quadro é uma complicação potencialmente grave tanto para a gestante quanto para o bebê.
Portanto, esse é um tema que merece atenção não só para quem está esperando o nascimento da criança, como também entre quem planeja ter um filho em algum momento da vida.
O papel da placenta durante a gestação
Esse é um órgão temporário (ou seja, que só existe nesse período específico) que surge no corpo da pessoa grávida já nos dois ou três primeiros meses após a fecundação bem-sucedida do óvulo.
A função principal da placenta é alojar o bebê em desenvolvimento. É naquele espaço, de onde parte o cordão umbilical, por meio do qual o feto é nutrido e respira. Adicionalmente, vários hormônios essenciais para o prosseguimento da gestação são produzidos ali.
Ao mesmo tempo, o tecido forma uma barreira parcial que impede que determinadas substâncias e agentes nocivos atinjam quem vai nascer.
Depois do parto, ela é eliminada pelo organismo materno. Eventualmente, é exigida assistência obstétrica para remover o material quando há alguma retenção.
As principais características do descolamento prematuro da placenta (DPP)
Uma série de elementos pode causar danos em parte ou na totalidade do tecido. Isso faz com que haja um desfecho indesejado em relação a essa parte do organismo que acolhe o feto.
Trata-se de uma espécie de rompimento, que leva a uma ruptura placentária e consequente perda da conexão entre a pessoa gestante e bebê, que é mantida por uma estrutura complexa de vasos sanguíneos.
A partir disso, frente à dimensão do episódio, passa a haver maior desafio para concluir a transferência de oxigênio e nutrientes. Simultaneamente, podem ser notados diferentes sintomas, incluindo o sangramento vaginal.
Em geral, os especialistas determinam que o DPP acontece quando a gravidez ultrapassa as 20 semanas. Contudo, a intercorrência também aparece em estágios mais avançados, englobando o último trimestre.
De acordo com dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), tal disfunção atinge cerca de 1% de todas as gestações.
Causas mais frequentes para essa complicação
O mecanismo associado ao descolamento prematuro envolve justamente a ruptura de vasos sanguíneos em determinada região, o que inicia o processo indesejado de separação.
Embora nem sempre seja viável identificar exatamente a causa, é possível apontar os componentes de risco que aumentam a probabilidade de que isso aconteça. Entre eles estão:
- gestações tardias (após os 35 anos, mas sobretudo após os 40 anos);
- várias gravidezes ao longo da vida;
- hipertensão arterial durante a gravidez;
- eclâmpsia e pré-eclâmpsia;
- tabagismo e uso de álcool;
- histórico anterior de descolamento prematuro da placenta;
- alterações na coagulação sanguínea, em que há dificuldade de estancar sangramentos;
- traumas (em acidentes de carro, por exemplo);
- gestação de gêmeos, em que às vezes há uma retração uterina depois do nascimento do primeiro bebê.
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Os sinais e sintomas que devem chamar atenção da gestante

As manifestações da DPP podem variar conforme a evolução da condição. Geralmente, é esperado que a maioria das pessoas nesse estado perceba:
- sangramento vaginal;
- dor na barriga, na parte baixa do ventre (geralmente na forma de cólicas) ou ainda na lombar;
- contrações uterinas.
A eliminação de sangue pela vagina é notada em mais de 80% dos casos de descolamento prematuro da placenta. Contudo, em uma fatia menor, ele pode ser silencioso, uma vez que o fluido que sai das veias se acumula entre o tecido placentário e o útero.
A classificação da gravidade do descolamento prematuro da placenta
Conforme uma série de características, o DPP é classificável nos seguintes estágios:
- assintomático, em que muitas vezes a gravidez consegue prosseguir sem problemas e o deslocamento só é percebido no parto;
- grau 1, em que há sangramento vaginal nulo ou discreto, mas não há contração uterina, alteração na pressão arterial ou risco imediato ao feto;
- grau 2, com perda sanguínea pela via vaginal que pode ser ausente ou moderada, contração uterina discreta e aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, com eventual influência sobre o bebê;
- grau 3, que apresenta sangramento vaginal intenso, contração relevante do útero, queda da pressão arterial e risco à continuidade da gestação.
Portanto, a gestante deve estar atenta aos sinais e sintomas sugestivos e procurar um médico ou um serviço de emergência o mais rápido possível.
A abordagem adequada dessa alteração
Na maioria das vezes, o diagnóstico do descolamento prematuro da placenta é clínico. Ou seja: a avaliação profissional (de um ginecologista ou obstetra, preferencialmente) costuma ser o suficiente para a obtenção das informações necessárias.
Eventualmente, uma ultrassonografia é útil para identificar a presença de um hematoma que indique o derramamento de sangue entre a placenta e o útero.
A partir da confirmação, o médico precisa considerar uma série de variáveis para determinar a melhor conduta, visando o bem-estar da gestante e do feto.
Nos casos de sangramentos leves ou cujo extravasamento sanguíneo não esteja mais ativo, sobretudo em gestações mais avançadas, a pessoa gestante permanecerá sob supervisão em ambiente hospitalar.
No entanto, em situações mais graves talvez seja recomendado induzir o parto, via cesariana. Nessa equação, avalia-se a possibilidade de sobrevivência da criança fora do útero.
A assistência especializada reduz o risco de complicações. As mais comuns nas gestantes são choque hemorrágico, anemia e comprometimento generalizado na capacidade de coagulação. Para o feto há restrição de oxigênio e nutrientes, nascimento antes do ideal ou óbito fetal.
Os meios para reduzir o risco do descolamento prematuro da placenta
Parte dos aspectos associados aos desarranjos no tecido placentário não são modificáveis (como a idade em que se engravida, por exemplo).
De qualquer maneira, o acompanhamento pré-natal cuidadoso é o melhor caminho para a prevenção, assim como para o devido diagnóstico com a devida agilidade. No mais, a pessoa grávida deve se mostrar cuidadosa a aspectos como:
- controle da hipertensão arterial e monitoramento do diabetes gestacional;
- abstenção do consumo de álcool e de tabaco durante a gravidez;
- traumas (pancadas e acidentes), com a busca de ajuda médica sempre que uma suspeita for percebida.
Por fim, se houver dúvidas a respeito de fatores que levem ao descolamento prematuro da placenta, a gestante deve consultar sempre que pertinente o obstetra que conduz cada etapa até a hora do parto.
Fontes: