Entenda quais os riscos de uma doença congênita
De forma geral, uma doença congênita (também chamada de anomalia congênita) é uma alteração que surge durante o desenvolvimento do feto ainda no interior do útero e podem se manifestar antes ou depois do parto.
De acordo com dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), mantido pelo Ministério da Saúde, cerca de 25 mil bebês nascem por ano, no País, com algum tipo de condição com essa característica.
Diante disso, quem pretende engravidar, ou já está em fase gestacional, deve saber o que considerar para minimizar a chance de que isso aconteça.
Fatores que influenciam no desenvolvimento de alterações congênitas
Na maioria dos casos, tais anomalias são resultados da interação de fatores que fazem com que o desenvolvimento do bebê seja afetado. Entre alguns desses componentes que podem estar por trás dessas condições estão:
- fatores genéticos (ou seja, relacionados ao DNA, as sequências de letras que funcionam como o manual de instrução do organismo);
- agentes infecciosos (como vírus e bactérias, sobretudo quando eles atingem gestantes);
- componentes nutricionais (em que a deficiência de determinado elemento ao longo da gravidez leva à alteração congênita);
- agentes relativos ao ambiente (como a poluição e a exposição a produtos tóxicos nos meses de gestação).
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Os grupos das alterações mais comuns
Em resumo, uma alteração percebida ainda antes do nascimento pode ser classificada como estrutural ou funcional.
Doença congênita estrutural (ou morfológica)
Nesses casos, são notadas anomalias em partes específicas do corpo. Os exemplos mais conhecidos disso são: as fendas palatinas (em que o palato, popular “céu da boca”, não se completa); falhas no fechamento do tubo neural (que pode gerar desde dificuldade de aprendizagem até paralisia); e as cardiopatias congênitas (que fazem com que as válvulas do coração não trabalhem adequadamente).
Doença congênita funcional
Há alteração em determinada função do organismo, impedindo que ele funcione corretamente. A partir disso, essas condições podem se manifestar por desequilíbrios cromossômicos (como a síndrome de Down), distúrbios metabólicos, comprometimento intelectual ou disfunções neuropsicomotoras.
O acompanhamento e o tratamento desse tipo de condição
Parte das alterações congênitas pode ser identificada ainda durante o pré-natal, período em que a gestante é acompanhada por um médico obstetra para garantir o sucesso da gestação.
Para isso, o profissional pode utilizar exames de ultrassonsonografia e a triagem de soro materno, entre outros recursos, sempre conforme avaliação de risco.
Depois do parto, esses cuidados continuam. Para isso, o bebê deve ser avaliado logo após o nascimento e submetido aos exames necessários para identificar possíveis disfunções. É nessa hora que costumam ser feitos os testes:
- do pezinho;
- da orelhinha;
- do olhinho;
- do coraçãozinho.
Cada um desses procedimentos busca identificar qualquer alteração que sugira uma condição que precise ser mais bem investigada. Depois disso, outros exames específicos podem ser solicitados por um pediatra, incluindo testes genéticos.
Diante da variedade de quadros, nem sempre é fácil determinar um prognóstico para uma doença congênita.
Em certas circunstâncias, por exemplo, pode haver a correção da alteração por meio de cirurgias. É o que acontece em casos de fendas palatinas ou ainda diante de disfunções cardíacas.
Em outros casos, o tratamento envolve o controle das complicações associadas à doença congênita, bem como a adoção de medidas de suporte para aprimorar o desenvolvimento de todas as habilidades motoras e sociais do bebê.
As principais recomendações para uma gestação sadia
Por se tratar de uma série de condições que surgem a partir da combinação de inúmeros fatores, não há uma única iniciativa específica capaz de prevenir com 100% de sucesso o aparecimento de uma doença congênita.
Entretanto, uma série de medidas mantidas antes e durante a gestação certamente contribui para que tudo saia da melhor forma possível. As principais dessas ações são:
- planejamento pré-gravidez, com rastreamento do risco de possíveis alterações por meio de aconselhamento genético;
- manutenção de todas as visitas ao médico durante o período pré-natal;
- alimentação equilibrada, inclusive para prevenir a deficiência de ferro e ácido fólico, associado a deficiências na formação da espinha;
- prática regular de exercícios físicos, dentro dos limites impostos pela evolução da gestação;
- vacinação contra infecções que podem desencadear condições congênitas;
- prevenção de exposição contra agentes químicos ou físicos nocivos que sejam capazes de influenciar no desenvolvimento do feto, seja em casa, seja no trabalho;
- controle de doenças que possam prejudicar a gestação (como diabetes e hipertensão):
- limitação ao consumo de álcool e cessação do tabaco;
- reconhecimento dos riscos associados às gestações de mães depois dos 35 anos, uma vez que nessa fase da vida as chances de doenças congênitas são maiores.
Em resumo, além de permitir identificar uma doença congênita da forma mais precoce possível, o acompanhamento pré-natal é indispensável para a manutenção da saúde da mãe, assim como para prepará-la para o que está por vir depois que o bebê nascer.
Fontes: