Causas, sinais e cuidados com a doença inflamatória do colo do útero

Também chamado de cérvix, o colo do útero é cilíndrico, revestido por uma mucosa e mede de dois a três centímetros, ligando o órgão à vagina. Ele atua como uma barreira protetora que separa áreas internas e externas, além de desempenhar um papel fundamental na gravidez e no ciclo menstrual.
Do mesmo modo que outras partes do sistema reprodutivo feminino, também pode ser acometido por inflamações.
As explicações para esse tipo de inflamação
Na prática, as causas para a condição, que leva o nome clínico de cervicite, são divididas em dois grandes grupos.
Fatores infecciosos
Decorrentes da proliferação de microrganismos (bactérias, vírus e fungos), especialmente devido a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) – que acontecem diante do contato íntimo desprotegido (ou seja, sem camisinha). Entre as mais comuns estão:
- gonorreia;
- clamídia;
- herpes genital;
- tricomoníase;
- infecção pelo Mycoplasma genitalium.
É importante destacar que elas frequentemente não demonstram manifestações visíveis, o que só reforça a necessidade do uso de preservativos em todas as relações.
Fatores não infecciosos
São aspectos que não se associam com micróbios, mas que podem gerar uma irritação e desencadear a doença inflamatória do colo do útero, como:
- interação com substâncias irritantes e reações alérgicas a produtos de higiene íntima;
- corpos estranhos, incluindo determinados métodos contraceptivos intrauterinos, como os DIUs;
- traumas físicos durante procedimentos médicos.
Não é raro que quadros do tipo sejam crônicos e persistam ao longo do tempo.
Indicativos para ligar o alerta para a inflamação do colo do útero
Muitas mulheres com essa condição não têm sintomas claros, sobretudo nos primeiros estágios. Estima-se que cerca de 80% dos casos sejam assintomáticos. Quando presentes, eles variam em intensidade e incluem:
- corrimento vaginal anormal, com coloração amarelada ou esverdeada;
- sangramento fora do período menstrual;
- desconforto durante o contato íntimo;
- vontade frequente e/ou dor ao urinar.
Eles também podem ser confundidos com outras enfermidades, por isso, a avaliação especializada com um ginecologista é indispensável.
O diagnóstico da doença inflamatória do colo do útero

Estimativas indicam que essa alteração atinge de 4% a 12% de todos os indivíduos do sexo feminino em idade reprodutiva – período que compreende o intervalo de algumas décadas entre a primeira menstruação até a menopausa.
A detecção depende inicialmente de uma consulta detalhada em que o profissional realiza a chamada anamnese, averiguando o histórico e hábitos da paciente, seguida do exame da região.
Com o uso de um instrumento chamado de espéculo, o colo do útero é inspecionado em busca de sinais inflamatórios visíveis, secreções anormais ou outras modificações. Investigações complementares demandam:
- coleta de material para cultura de bactérias e vírus, em que é possível descobrir a presença de microrganismos nocivos;
- análises laboratoriais de sangue e urina;
- testes para ISTs, como clamídia e gonorreia.
Etapas essenciais do tratamento
Quando a origem é infecciosa, são prescritos medicamentos específicos para combater o causador, incluindo antibióticos, antivirais e antifúngicos.
Em paralelo, o acompanhamento dos parceiros é recomendado para prevenir recidivas. É possível que eles também precisem ser tratados para as mesmas ISTs, o que depende da contribuição de um infectologista. Demais orientações gerais preveem:
- evitar relações sexuais até a completa resolução;
- manter o uso regular de preservativos;
- seguir todas as indicações médicas quanto aos remédios, já que a interrupção precoce da terapia favorece a volta do quadro.
Nos episódios não infecciosos, a eliminação da queixa envolve a remoção do agente irritante e, em alguns casos, anti-inflamatórios.
Recomendações de prevenção
Medidas que ajudam a reduzir significativamente esse risco e de outras enfermidades sexualmente transmissíveis são:
- utilização de camisinhas (masculinas ou femininas), sempre da maneira correta;
- realização de exames ginecológicos periódicos;
- vacinação contra HPV e hepatite B;
- substituição das duchas vaginais e produtos íntimos agressivos;
- busca por atendimento ao primeiro sinal de preocupação.
Adicionalmente, manter a assistência com um ginecologista é essencial, sobretudo ao facilitar:
- a identificação de infecções assintomáticas e adoção de abordagens precoces;
- monitorar alterações que possam sugerir a presença de lesões uterinas, às vezes associadas ao desenvolvimento no futuro de um câncer;
- orientação personalizada sobre boas práticas de prevenção.
Possíveis complicações deste processo inflamatório
Quase sempre, os prognósticos são positivos. Isso significa que aquelas que são atingidas conseguem ter uma recuperação completa. Todavia, quando não tratada, ela se agrava e leva a desdobramentos potencialmente sérios, que passam por:
- doença inflamatória pélvica (compromete útero, trompas e ovários);
- infertilidade por conta de danos permanentes ao sistema produtivo;
- dor pélvica crônica;
- maior vulnerabilidade a outros quadros infecciosos.
Diante de tudo isso, a doença inflamatória do colo do útero é mais um aspecto da saúde da mulher que merece atenção. Seguir os devidos cuidados auxilia no bem-estar em todas as idades.
Fontes:
[…] histerectomia total: onde é feita a remoção completa do útero e do colo do útero; […]