O médico gastroenterologista é o especialista que cuida do trato digestivo (que começa na boca e se estende até o ânus e é responsável principalmente por processar e absorver os alimentos), garantindo a atenção a uma série de doenças gastrointestinais com uma grande variedade de causas e, claro, de consequências.
O dia do gastroenterologista é comemorado em 29 de maio e celebra também o Dia Mundial da Saúde Digestiva. A data escolhida pela Organização Mundial de Gastroenterologista, além de homenagear esses profissionais, busca também reforçar a prevenção contra alterações nessas estruturas do organismo.
Então que tal conferir uma série de hábitos e mudanças no estilo de vida que podem contribuir para prevenir diversas alterações gastrointestinais?
Quais as doenças gastrointestinais mais comuns?
Por englobar uma área bem grande do corpo, o trato gastrointestinal está sujeito a diferentes alterações na sua condição adequada. De todo modo, entre as doenças gastrointestinais mais frequentes estão:
- refluxo, em que o ácido estomacal retorna para o esôfago, gerando uma série de desconfortos;
- úlceras, que aparecem na forma de feridas dentro do estômago;
- gastrite, uma inflamação no interior do estômago;
- pancreatite, o nome dado à inflamação do pâncreas;
- hepatites, na forma de diferentes tipos de inflamação e infecção do fígado;
- diverticulite, que ocorre por conta da inflamação ou infecção dos divertículos, pequenas bolsas que podem se formar na parede de partes do intestino;
- doenças inflamatórias intestinais, que são condições crônicas que causam inflamação no trato gastrointestinal;
- síndrome do intestino irritável, alteração intestinal, muitas vezes relacionada ao estresse e ao consumo de alguns alimentos específicos;
- câncer colorretal, que se desenvolve no cólon ou no reto e é o tumor do trato gastrointestinal mais comum.
Como contribuir para a manutenção da saúde gastrointestinal?
1 – Mantenha uma dieta equilibrada
Como não poderia deixar de ser, uma alimentação balanceada é um elemento indispensável na manutenção de uma boa saúde digestiva, garantindo que tudo funcione de forma adequada.
Seguir as recomendações do Guia Alimentar da População Brasileira e priorizar, sempre que possível, refeições à base de alimentos in natura em vez de produtos ultraprocessados é uma recomendação que deve orientar uma dieta saudável.
Alimentos ultraprocessados, não custa lembrar, são aqueles produtos obtidos a partir de complexos processos industriais. Eles trazem na sua composição grandes quantidades de sal, açúcar e gordura, além de vários componentes que você certamente não tem na sua cozinha.
Assim, observar os rótulos e ver se o que você está levando para casa tem nomes difíceis de entender é uma forma prática de identificar um ultraprocessado.
Priorizar alimentos in natura (como verduras, legumes, frutas e cereais integrais) também colabora com outro aspecto fundamental na prevenção de doenças gastrointestinais: o consumo adequado de fibras.
De forma resumida, as fibras são nutrientes que não são digeridos pelo estômago. Assim, elas seguem pelo intestino e absorvem água. Com isso, as fezes formadas no processo de digestão conseguem fluir com mais facilidade até serem eliminadas.
Logo, quem come poucas fibras pode ter de prisão de ventre. Além disso, existem evidências que mostram que, no longo prazo, a falta de fibras na alimentação aumenta o risco de uma série de diagnósticos, incluindo casos de câncer colorretal.
Em geral, a recomendação é que uma pessoa adulta consuma 30 gramas de fibras por dia. Como referência, isso equivale a mais ou menos 5 porções de cereais, frutas, legumes ou verduras ao longo das refeições diárias.
2 – Tome bastante água
As fibras não são nada sem a água. Por isso, assim como uma alimentação equilibrada, uma saúde digestiva em dia depende também da ingestão adequada de quantidades suficientes do líquido. Junto da falta de fibras, não beber água o bastante é outro agravante da prisão de ventre.
A quantidade recomendada por dia varia de pessoa para pessoa, mas pode ser maior ou menor em determinadas circunstâncias. De todo modo, quem vive em climas mais quentes certamente precisará de mais líquido do que quem passa o dia em temperaturas mais amenas.
Quem tem dificuldade em manter a hidratação adequada pode contar com a ajuda de chás ou sucos naturais sem a adição de açúcar para complementar a ingestão de líquidos. Além disso, “temperar” a água com ervas, especiarias e rodelas de frutas cítricas pode ajudar quem não gosta muito do “sabor” do líquido. No mais, ter uma garrafinha sempre por perto pode fazer toda a diferença.
3 – Pare de fumar (ou nunca comece) e não exagere no álcool
É difícil separar hábitos como o tabagismo e o consumo regular de álcool de uma série de alterações gastrointestinais.
Fumar, por exemplo, está associado a um maior risco de diferentes tipos de câncer no trato gastrointestinal. Além disso, quem fuma tem mais chance de conviver com alterações como gastrite, refluxo e úlceras gastrointestinais, entre outras condições.
Deixar o cigarro por conta própria pode ser difícil, então quem quer, mas não consegue, pode contar com ajuda especializada para isso.
Já o álcool, embora tenda a ser mais socialmente aceito, também pode aumentar a chance de consequências nessa parte do corpo. E isso vai desde simples sinais de queimação até quadros de refluxo gastrointestinal, úlceras e uma série de disfunções hepáticas.
Não é novidade para os especialistas que exagerar no álcool também está associado a doenças inflamatórias intestinais, inclusive por conta na alteração dos microrganismos que vivem na região (a chamada microbiota).
4 – Faça exercícios físicos regularmente
Atividades físicas regulares são outro hábito excelente para o organismo como um todo, o que inclui o trato gastrointestinal. E são vários os benefícios de movimentar o corpo com regularidade.
Um estudo mostrou, por exemplo, que exercícios regulares podem contribuir para reduzir a prisão de ventre entre quem tem essa condição. Além disso, o hábito pode ser importante para quem foi diagnosticado com doença inflamatória intestinal.
Seja como for, não é necessário virar um atleta profissional para obter esses benefícios. A Organização Mundial de Saúde orienta que adultos devem acumular pelo menos 150 minutos de exercícios de intensidade moderada ou intensa por semana. Se você fizer isso (o equivalente a cerca de 30 minutos por dia), ótimo. Mas lembre-se que qualquer atividade que reduza seu tempo parado já é importante.
5 – Gerencie seu estresse
O que se passa pela mente também influencia no bom estado do trato gastrointestinal. Exemplo disso é o que acontece nos casos de doença inflamatória intestinal, em que parte das manifestações pode ser resultado do estresse constante e formas de controlar a ansiedade e o nervosismo costumam ser parte do tratamento.
Nessas horas, vale procurar aquilo que funciona para você. Pode ser que você se dê bem com técnicas de meditação e yoga ou consiga relaxar mantendo um hobbie qualquer. Já algumas pessoas obtêm benefícios com exercícios de relaxamento a partir do controle da respiração. Por fim, em algumas condições, o suporte de um psicólogo pode ser igualmente importante.
6 – Procure ajuda especializada se houver suspeita de doenças gastrointestinais
Não é preciso esperar uma suspeita aparecer para procurar um gastroenterologista. Investir no acompanhamento médico precoce pode ser importante para identificar doenças ainda em estágio inicial, por exemplo.
De qualquer maneira, diante de sinais e sintomas que não vão embora e que não melhoram com o tempo a ajuda deste especialista se torna mais relevante. Entre as alterações mais comuns em quadros nessa parte do organismo estão:
- dores na barriga ou no estômago;
- cólicas;
- diarreia e prisão de ventre;
- queimação no estômago;
- refluxo;
- dificuldades de digestão;
- distensão do abdômen;
- náuseas e vômitos;
- presença de sangue nas fezes;
- perda de peso sem causa aparente.
Em muitos casos, todas essas alterações podem ser explicadas por condições que não envolvam doenças gastrointestinais.
Porém, a atuação do gastroenterologista pode auxiliar no diagnóstico adequado, inclusive com o apoio de subespecialidades da área, como a Coloproctologia e a Hepatologia. Em geral, um clínico geral pode fazer uma primeira avaliação e, se necessário, encaminhar o paciente para a atenção do especialista.
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Lembre-se que cuidar da saúde não é apenas lidar com dores e desconfortos, mas também preveni-los. Conte com o dr.consulta para te ajudar a ter uma vida mais saudável.
Fontes: