Fadiga ocular está muito relacionada ao uso de telas. Entenda

Tecnicamente conhecida como astenopia, a patologia ocorre quando os olhos são excessivamente exigidos por longos períodos.
Esse esforço afeta a córnea (estrutura envolvida na refração da luz) e, principalmente, os músculos ciliares, responsáveis por ajustar o cristalino para a nitidez das imagens de perto e de longe, o que pode levar à fadiga ocular.
O quadro necessita de atenção, uma vez que reduz a qualidade de vida, prejudica a produtividade e até impacta a habilidade de se enxergar o mundo ao redor.
Como o uso excessivo de telas pode provocar fadiga ocular
A era digital trouxe mudanças significativas na forma como as pessoas trabalham e se comunicam. O uso constante de computadores, smartphones e tablets faz com que os olhos fiquem focados em estímulos visuais intensos por horas, com pouca variação de distância.
Além disso, o calor gerado pelos dispositivos e a exposição à luz de comprimento de onda curto, como a emitida por LEDs, também influenciam negativamente.
Nesse sentido, a utilização demasiada de aparelhos eletrônicos é um dos principais aspectos a causar a condição no meio ocupacional, aponta estudo apresentado pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa).
A chamada síndrome da visão computacional leva ao agravamento da saúde ocular das pessoas e está fortemente associado à piora da eficiência e do desempenho profissional.
Outros desencadeadores
Ambientes mal iluminados ou mal ventilados contribuem para a piora dos sintomas. Em adição, o contato dos trabalhadores com materiais físico-químicos, fatores ambientais e um esforço desqualificado da visão em outras atividades também podem favorecer o desenvolvimento da astenopia.

Sintomas comuns e impactos da fadiga ocular
Entre as manifestações clínicas mais relatadas estão:
- olhos secos;
- sensação de areia na região;
- lacrimejamento;
- coceira;
- fotofobia (sensibilidade à luz);
- dificuldade de concentração;
- dores de cabeça.
Esses sinais comprometem a qualidade de vida em todos os âmbitos. No trabalho, além da perda de produtividade, podem levar a erros mais significativos em tarefas e até acidentes ocupacionais.
Outro fator agravante é a redução na frequência de piscar enquanto se olha para telas, o que aumenta o ressecamento ocular.
Associado ao brilho dos equipamentos e à postura inadequada, o comportamento intensifica os desconfortos visuais.
Caso a pessoa experimente um ou mais sintomas, é importante consultar o oftalmologista para investigar se trata-se de um quadro de astenopia ou de outra condição.
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Formas de tratamento e prevenção
A ergonomia visual pode ser uma grande aliada na prevenção da fadiga ocular, indica o estudo da Ufersa. Isso inclui medidas simples, como:
- fazer pausas regulares (a cada 20 minutos, olhar para algo distante);
- piscar para manter a lubrificação;
- ajustar o brilho das telas (evitar o excesso de luminosidade; reflexos e contrastes exagerados);
- colocar o monitor na altura dos olhos e a uma boa distância (entre 50 e 70 centímetros);
- investir em cadeiras adequadas e manter a postura correta para reduzir o esforço visual e físico.
Lente azul realmente funciona para os olhos?
Um estudo publicado na Revista Brasileira de Oftalmologia avaliou se esse recurso poderia contribuir para a melhora da astenopia digital.
Integraram à pesquisa 49 adultos jovens que utilizavam dispositivos eletrônicos por mais de quatro horas diárias, divididos em dois grupos. Ambos testaram óculos com filtro de luz azul, mas, em um deles, as lentes tinham ainda +0,40 de grau.
Após quatro semanas, os resultados mostraram que, apesar da popularidade, os benefícios ainda são controversos.
Isso porque os sintomas relatados — como olhos cansados, irritação, dores, vista embaçada e desconforto visual — não apresentaram melhora significativa em nenhum dos casos. Ou seja, as lentes com ou sem o poder óptico adicional tiveram efeitos semelhantes.
Dessa forma, os pesquisadores apontam que outros fatores (como erros de refração não corrigidos, postura inadequada e disfunções lacrimais) podem ter maior influência na saúde visual de quem usa telas com frequência do que as lentes azuis.
Em conclusão, o reconhecimento precoce dos sinais da fadiga ocular, aliado à adoção de cuidados preventivos baseados em evidências científicas, é a maneira mais eficaz de preservar a visão e o bem-estar dos colaboradores.

Fontes: