Ceratite pode levar à cegueira. Saiba mais sobre a condição

A saúde dos olhos merece atenção constante, ainda mais diante de manifestações físicas. Alguns desconfortos podem indicar quadros crônicos que levam à perda da visão quando não tratados.
É o caso da ceratite, uma inflamação que afeta a córnea (camada transparente que recobre a parte frontal) e é responsável por até 10% das deficiências visuais do mundo, especialmente em pessoas com acesso limitado a cuidados médicos, segundo estudo publicado na Revista Contemporânea.
Por que a ceratite ocorre
Muitas vezes ela é provocada por microrganismos como bactérias, fungos, protozoários ou vírus (incluindo o herpes simples) e recebe o nome de ceratite infecciosa?.
No entanto, outros fatores também podem desencadeá-la, como:
- dormir com lentes de contato ou não higienizá-las corretamente;
- traumas oculares (arranhões devido a corpos estranhos ou acidentes);
- contato com água contaminada ao nadar ou lavar o rosto;
- condições sistêmicas que enfraquecem o sistema imunológico;
- uso prolongado de colírios com corticoides sem prescrição.
Principais sintomas da ceratite
Os sinais variam conforme a gravidade e o agente causador, mas, de forma geral, são:
- dor intensa nos olhos;
- vermelhidão;
- visão embaçada ou diminuída;
- sensibilidade à luz (fotofobia);
- sensação de areia na região;
- lacrimejamento excessivo;
- presença de secreção e úlceras (em quadros avançados).

Quando procurar um médico e como é feito o diagnóstico
Diante de qualquer incômodo ocular persistente, o ideal é buscar atendimento especializado, pois essa enfermidade pode se agravar em poucos dias. Assim, quanto antes for detectada, melhores são as chances de evitar sequelas.
O oftalmologista é o especialista indicado para fazer uma avaliação clínica e pedir exames específicos que contribuem para o diagnóstico.
Na maior parte dos casos, é necessário realizar uma raspagem da córnea – procedimento simples e rápido, considerado o padrão-ouro, em que uma pequena amostra da área afetada é retirada para análise em laboratório.
Ele ajuda a identificar precisamente o microrganismo de origem e, com base no resultado, o profissional pode definir o tratamento mais eficiente.
Além disso, dependendo da complexidade, exames de imagem, como a tomografia de coerência óptica (OCT) ou a microscopia confocal, também podem ser solicitados para visualizar as estruturas com mais detalhes e acompanhar a evolução da inflamação.
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Iniciar o tratamento o quanto antes é crucial
Se não for cuidada adequadamente, a condição pode gerar complicações como perfuração da córnea, infecções mais profundas e até a perda do globo ocular??. Por isso, é importante saber o tipo e a causa para escolher as abordagens. Entre elas:
Ceratite bacteriana
Variação mais comum e de progressão rápida. Exige a utilização de colírios antibióticos de amplo espectro com uma certa frequência (às vezes a cada 15 minutos no início). Em situações mais críticas, requer cirurgia ou transplante?.
Ceratite viral
Tem como principal agente desencadeante o herpes simples e provoca úlceras, podendo afetar ainda a sensibilidade da região. Antivirais, como aciclovir, são eficazes no combate, por vezes junto de anti-inflamatórios. Quando se repete, há o risco de formação de cicatrizes permanentes?.
Ceratite fúngica
Costuma se manifestar em pessoas que vivem em áreas quentes e úmidas, lenta e profundamente. O tratamento inclui antifúngicos tópicos (natamicina ou voriconazol) e dura até semanas. Porém, quadros severos podem necessitar de intervenções mais invasivas, como injeções ou transplantes de córnea.
Ceratite por protozoários (Acanthamoeba)
Forma mais rara e bastante dolorida, associada ao uso de lentes de contato contaminadas. Pode perdurar por meses e tem altas chances de sequelas visuais significativas, mesmo se operada ou com o uso prolongado de antissépticos específicos.
Medidas simples ajudam na prevenção
Para reduzir a probabilidade de desenvolver uma ceratite é preciso:
- higienizar corretamente as lentes de contato;
- evitar dormir, nadar ou tomar banho com elas;
- não aplicar colírios por conta própria, principalmente os que contêm corticoides;
- lavar bem as mãos antes de tocar os olhos;
- protegê-los de lesões, em especial durante atividades com maior propensão de acidentes (como jardinagem ou trabalhos manuais);
- procurar atendimento médico ao primeiro sinal de desconforto ocular.
Adotar bons hábitos e buscar auxílio de especialistas para um diagnóstico precoce e abordagens apropriadas são cuidados que contribuem com a proteção da visão e garantem mais qualidade de vida.
Fontes: