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Variz, câimbra e inchaço: conheça a má circulação nas pernas

Na imagem é possível ver um homem branco sentado em uma maca. Ele está sendo atendido por uma médica, que está examinando suas pernas.

Nosso corpo funciona como uma máquina bem regulada. O coração bate e o sangue é bombeado para as artérias. Essas estruturas levam o líquido para as veias e, assim, todos os órgãos e tecidos recebem oxigênio e nutrientes. 

Em algumas situações, porém, uma “peça” desse sistema pode falhar e é quando a má circulação acontece. Esse quadro precisa de uma análise profunda e minuciosa, já que o fluxo do sangue é algo importante para nos manter vivos.

Começa lá no coração e, quando apresenta falhas, pode desencadear em reações nas outras partes, as quais precisam de bastante atenção para evitar que se tornem graves.

O que é a má circulação nas pernas?

O sangue deve chegar a todo corpo distribuindo oxigênio e nutrientes, permitindo que tudo funcione adequadamente. Contudo, ele precisa retornar ao coração depois dessa distribuição. Para isso, é encaminhado aos pulmões onde recebe oxigênio e então inicia o processo novamente.

A má circulação acontece quando algo está errado em alguma etapa desse sistema, o que pode ocorrer em qualquer parte do corpo.

Quando esse quadro aparece nas pernas, o diagnóstico pode ser proveniente de um coração mais fraco, da dificuldade das veias da perna em fazer com que o sangue retorne ao coração ou devido a outras doenças que causam inchaço nessa região. 

Principais sintomas desse quadro

É possível perceber alguns sinais mais típicos em casos de má circulação nas pernas. São eles:

Algumas pessoas acreditam que apenas as varizes (veias dilatadas sob a pele) são sintomas de má circulação. Porém, incômodos passageiros, como coceira e câimbras, também indicam que há algo diferente no fluxo sanguíneo.

Causas e principais agravantes

Imagem ilustrativa (iStock)

Assim como os indícios são diversos, as causas e os agravantes dessa má circulação do sangue também podem variar muito. Conheça os principais.

Sedentarismo

O corpo foi feito para se movimentar. Dessa forma, todo o organismo sofre em situações de sedentarismo, inclusive o coração. As atividades físicas promovem maior fluxo de sangue nas artérias e veias, colaborando para a circulação.

E não para por aí, já que os músculos também são beneficiados. Um bom exemplo são os das panturrilhas, capazes de ajudar os vasos sanguíneos das pernas a terem força para bombear o sangue de volta às estruturas cardíacas.

Envelhecimento

O envelhecimento natural do ser humano, como explicado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), também atinge as artérias e veias, tornando suas paredes mais rígidas e com maior propensão a criar placas de gordura. 

Assim, a fluidez do sangue pode ser prejudicada, fazendo com ele que não chegue a todos os órgãos e tecidos da melhor forma.

Obesidade

O excesso de peso sobrecarrega as válvulas dos vasos sanguíneos, fazendo com que a força necessária para o sangue chegar aos locais certos e voltar ao coração não exista, o que ocasiona a má circulação nas pernas. 

Outro fator é a possibilidade de retenção de sódio. Esse mineral promove o acúmulo de líquidos e também afeta o sistema circulatório.

Doenças crônicas 

Certas enfermidades têm como sequelas a má circulação do sangue. A diabetes, por exemplo, em razão dos altos níveis de glicose na corrente sanguínea, favorece o aumento de colesterol e formação de placas de gordura nas paredes das artérias, deixando-as mais estreitas e endurecidas.

A hipertensão, com a alta pressão do sangue nos vasos, também gera danos à saúde dessas estruturas pois há uma sobrecarga de força no coração para bombear o líquido. 

Enquanto isso, há ainda a doença venosa crônica periférica, também chamada de “insuficiência venosa crônica”, caracterizada pela dificuldade dos vasos sanguíneos em levar o sangue para a direção certa. 

Gestação

Pessoas grávidas também podem ter má circulação nas pernas. Primeiro porque o organismo produz mais líquidos, que gera maior esforço dos vasos sanguíneos para distribuí-los.

Outro fator é o aumento do útero, podendo pressionar artérias e veias e, assim, prejudicar suas funções. 

Tabagismo

As substâncias tóxicas do cigarro, como a nicotina, provocam lesões nas paredes dos vasos sanguíneos. Com isso, também há maiores chances do acúmulo de gordura nessas estruturas e, consequentemente, o prejuízo no trânsito do sangue. 

Aterosclerose

Esse nome que parece complicado indica a presença de placas de gordura nos vasos sanguíneos. Geralmente, isso acontece devido à alimentação gordurosa, ao sedentarismo e fatores genéticos e hereditários.

Com as artérias e veias com fluxo diminuído, podem surgir a má circulação, riscos de infarto (interrupção do sangue para o coração) e o Acidente Vascular Cerebral, o AVC (que é quando a interrupção ocorre no cérebro). 

Pílulas anticoncepcionais

Os hormônios presentes nas pílulas anticoncepcionais podem promover a contração dos vasos sanguíneos e aumentar os riscos do aparecimento de coágulos, prejudicando o fluxo. Também existe risco de trombose.

No entanto, isso varia de medicamento para medicamento, assim como com as condições de saúde de cada paciente. Por isso, é importante conversar com o médico ginecologista para saber qual pílula ou método anticoncepcional é o mais recomendado.

Assim, é possível se prevenir de uma gravidez indesejada e de outras doenças.

Qual médico procurar?

Você está com os sintomas ou vive algumas dessas condições de risco para a má circulação nas pernas? 

Então, marque uma consulta com o médico cirurgião vascular ou cardiologista. Esses dois especialistas são capazes de analisar a saúde de artérias e veias. 

Eles também podem solicitar exames de imagem como o doppler venoso do membro acometido (perna direita ou perna esquerda). Também podem ser incluídas na prescrição a angiografia, angiotomografia ou angioressonância. 

Como é o tratamento?

Imagem ilustrativa (iStock)

A má circulação nas pernas pode ser um agravo de diversos outros diagnósticos. Portanto, em cada situação, haverá recomendações específicas. 

Confira quais são as mais comuns:

Em casos de sedentarismo

Normalmente, o médico irá orientar que o paciente pratique exercícios físicos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda de 150 a 300 minutos de atividades moderadas ou vigorosas, por semana. 

Todavia, fazer um check-up antes de começar a se exercitar é importante para garantir as condições de saúde necessárias.

Em casos de obesidade

Com o auxílio médico, nutricional e psicológico, o paciente obeso recebe a ajuda necessária para emagrecer de forma saudável. 

Essa mudança, pode ocorrer apenas com a adoção de novos hábitos, como reeducação alimentar e a prática de exercícios, mas também com a prescrição de remédios e a cirurgia bariátrica

Em casos de diabetes

Infelizmente, a diabetes não tem cura, mas o controle dela ajuda a evitar complicações. A pessoa atendida pode ser orientada a realizar mudanças na alimentação ou utilizar medicamentos, além da possibilidade de indicação ao uso periódico de insulina.

Em casos de hipertensão

A hipertensão é outra doença crônica, ou seja, sem cura. No entanto, ela pode ser controlada por meio de acompanhamento médico, hábitos de vida saudáveis e o uso de medicamentos controlados diários.

Em casos de aterosclerose

Nesse caso, o paciente também precisa fazer algumas mudanças na rotina, com uma alimentação mais equilibrada e prática de exercícios físicos.

Porém, quando as artérias e veias já estão muito bloqueadas pelas placas de gordura, pode ser preciso realizar um cateterismo, em que é colocado um dispositivo chamado stent, utilizado para manter os vasos sanguíneos abertos e, consequentemente, livre para uma boa circulação do sangue. 

Em casos de doença venosa crônica periférica

Recomenda-se o uso de meias de compressão que ajudam as veias das pernas a terem força para bombear o sangue de volta ao coração. A prática de exercícios físicos também é essencial.

Para alguns pacientes, a prescrição envolve ainda a cirurgia de varizes, com o objetivo de retirar esses vasos sanguíneos “doentes”. 

Em casos de tabagismo

O ideal é realmente parar de fumar. Com ajuda de uma equipe multiprofissional, é possível combater esse vício aos poucos. A diferença é perceptível não só no fluxo do sangue, mas também na disposição, respiração, saúde cardíaca e muito mais. 

Há prevenção?

Sim. A má circulação do sangue pode ser prevenida com dicas práticas, como:

  1. beber muita água;
  2. praticar exercícios físicos;
  3. não ficar muito tempo na mesma posição, sentado ou em pé;
  4. sempre que possível, fazer um alongamento nas pernas;
  5. ter uma forma de elevar as pernas durante o sono. Você pode colocar travesseiros embaixo das pernas, por exemplo. 

Essas recomendações básicas também são válidas para as pessoas gestantes. É fundamental conversar com o médico para receber essas orientações. 

A importância da ergonomia para se ter uma boa circulação

Imagem ilustrativa (iStock)

Quando o assunto é fluxo sanguíneo, precisamos dar destaque para a ergonomia – isto é, a posição mais confortável ou a adequação do corpo para a realização de uma atividade.

Manter a postura correta pode começar com hábitos bem simples que podem ser incorporados no dia a dia:

Para os dois casos, vale outra recomendação: de tempos em tempos, movimente o corpo! 

Ficar de pernas para cima ajuda?

Sim! Quando o assunto é má circulação nas pernas e todos os incômodos que essa condição gera, ficar de “pernas para o alto”, pode ser uma excelente alternativa. 

A força da gravidade ajuda o sangue a retornar ao coração. Assim, é possível diminuir a sensação de cansaço, os inchaços, as câimbras e ainda prevenir as varizes. 

Importante: consulte um profissional da saúde para avaliar outras condições para ter uma qualidade de vida mais saudável. 

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Existe jeito certo para elevar as pernas?

O melhor horário para colocar as pernas para cima é no final do dia, quando surge aquela sensação de cansaço ou após caminhadas. 

Existem travesseiros específicos para a elevação, mas é possível utilizar aqueles que o paciente já possui ou, até mesmo, banquinhos. Alguns minutos nessa posição já bastam e a nossa dica é: aproveite para relaxar. 

Possíveis contraindicações

O ato de elevar as pernas precisa ser feito com cuidado, especialmente por pessoas com insuficiência cardíaca e trombose, uma vez que o sistema cardiovascular já está sobrecarregado. 

Na dúvida, conte com o dr.consulta para ter acompanhamento médico regular em uma das mais de 60 especialidades disponíveis.

Fontes:

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