Miocardite: entenda a doença que afetou Felipe Titto
Na última semana, o ator Felipe Titto deu entrada no hospital com fortes dores no peito e formigamento no braço. A suspeita inicial era um infarto.
O caso foi muito repercutido na mídia, já que o ator é jovem e adepto a um estilo de vida saudável.
Após observação em UTI ele foi diagnosticado com Miocardite.
Conversamos com o nosso cardiologista Nemer Pichara, que nos tirou algumas dúvidas sobre a doença e por que ela pode ser confundida com um infarto.
1) O que é a Miocardite?
A miocardite é uma doença causada por um processo inflamatório ou infeccioso do músculo do coração ou da camada que reveste o coração chamada de pericárdio. Podem decorrer de várias causas infecciosas e até mesmo não infecciosas.
Pode estar relacionado a infecções bacterianas, virais, entre outras causas.
As bacterianas podem vir de infecções como pneumonia, coleções de pus com disseminação pelo sangue entre outras.
A miocardite secundária por infecção viral é a mais frequente. Os vírus que podem atacar o coração que são mais frequentes são: adenovírus, enterovirus, parvovirus-B19, herpes simples, vírus da hepatite C (HCV), citomegalovírus (CMV), HIV, e Epstein-Barr (EBV). Alguns remédios ou doenças autoimunes também podem causar miocardite ou pericardite de hipersensibilidade, como se fosse uma alergia do corpo que ataca direto o coração.
Apresentam maior prevalência no sexo masculino, principalmente adulto jovem, sendo também uma das causas de morte súbita em pessoas com menos de 40 anos de idade e em crianças.
2) Por que a doença foi confundida com um infarto?
Nas formas agudas desta doença o paciente pode ter dor no peito (dor torácica), que se manifesta de forma bem parecida com a dor do infarto ou angina de peito, incluindo até mesmo alterações no eletrocardiograma (ECG) e elevação dos marcadores de necrose miocárdica (enzimas do coração que aumentam quando se tem lesão nas células do coração) Outras formas de apresentação clínica do paciente são quadro de falência cardíaca (insuficiência cardíaca) aguda, arritmias (quando o coração sai do seu ritmo normal de batimento).
3) Como é identificada a Miocardite?
A avaliação para diagnóstico se faz inicialmente através da suspeita clínica, juntamente com métodos diagnósticos não invasivos. Muitas vezes o quadro sugere infarto e o paciente acaba fazendo exames para descartar esta causa. A confirmação diagnóstica só é possível através da análise histológica obtida pela biópsia endomiocárdica do ventrículo direito. Na prática clínica, no cotidiano, a maioria dos diagnósticos são baseados na forte suspeita diagnóstica, pois somente a minoria dos pacientes são submetidos a investigação por biópsia para confirmação,
Outros exames como os de sangue com pesquisa do vírus, bactéria ou outro agente causador, eletrocardiograma, ecocardiograma, ressonância e cintilografia do coração podem ajudar no diagnóstico.
4) Como tratar e prevenir a Miocardite?
O tratamento deve basear nos sintomas, tratar as complicações quando presentes como o aumento do coração e a sua insuficiência. Pode haver inchaço no corpo todo e necessitar de dieta com pouco sal e restrição da ingesta de água.
Os anti-inflamatórios são usados na maioria das vezes, desde que não tenha contra-indicação. Outros remédios para o coração e para inflamação são usados.
Em relação aos exercícios físicos deve-se esperar uma recuperação completa ou parcial. Já os exercícios vigorosos devam ser suspensos por até seis meses após a fase aguda, e até por mais tempo na dependência dos sintomas ou se restou comprometimento do funcionamento do coração.
Em relação à prevenção, as vacinas disponíveis (caxumba, sarampo, rubéola, poliomielite e gripe) devem ser administradas para que a miocardite secundária aos agentes dessas doenças seja evitada.
O tabagismo, bem como o consumo excessivo do álcool, é contraindicado, havendo também orientação de vigilância do peso corporal para evitar-se tanto a obesidade como o baixo peso.
O seu cardiologista pode tirar suas dúvidas e orientar/acompanhar sua recuperação caso tenha tido já esta doença.
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Boa tarde!
Tem mais ou menos uns dois anos tive infarto, tenho agora 49 anos tem 5 dias sinto falta de ar e tipo uma retimia fui no posto pressão estava 19/12 a médica passou 2 captopril, 2 atenolol, 2 diazepan
E fiz o eletrocardiograma a médica do posto falou que deu alteração fui mandado para upa médico da UPA falou que meu eletro estava normal o que fazer?