Miocardite: a condição que pode atingir corações jovens

Pela definição da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a condição consiste em uma inflamação do miocárdio, o músculo que forma a parede do coração.
Pode afetar pessoas de diferentes faixas etárias, inclusive jovens. O conteúdo a seguir explica os fatores que levam à ocorrência da patologia, seus sintomas e se é possível preveni-la.
O que causa a miocardite?
Normalmente, ela ocorre como resposta a um agente infeccioso, como vírus, bactérias, protozoários e outros microrganismos.
Doenças autoimunes ou reações a substâncias tóxicas, como metais pesados (cobre, ferro e chumbo), drogas e radiação também podem desencadeá-la.
Entre os principais quadros infecciosos que podem levar à miocardite, destacam-se:
- adenovírus;
- caxumba;
- chikungunya;
- dengue;
- enterovírus;
- febre amarela;
- hepatite C;
- HIV;
- influenza (gripe);
- rubéola;
- salmonella;
- Mycobacterium (tuberculose);
- Trypanosoma cruzi (doença de Chagas);
- varíola.

Miocardite ocorre em pessoas jovens, embora mais comum em idosos
Os pacientes homens apresentam maior prevalência de miocardite do que as mulheres. Em relação à faixa etária, as atuais Diretrizes de Miocardites da SBC, publicadas em 2022, destacam a ocorrência da enfermidade em pessoas do mundo todo com idade média de 42 a 43 anos.
A SBC destaca também uma forte relação da miocardite como causa de morte súbita em na população jovem.
No Brasil, por outro lado, nota-se a predominância de casos de miocardite e cardiomiopatia em pessoas acima de 70 anos, como aponta o relatório Estatística Cardiovascular Brasil 2021, elaborado pela mesma entidade de saúde.
Crianças e recém-nascidos também são suscetíveis a casos de miocardite, especialmente aquelas que passaram por quadros infecciosos como dengue, chikungunya, enterovírus, entre outros.
Covid-19 e vacina causam miocardite?
Além disso, com a recente pandemia de Covid-19, está sendo investigada a relação de lesões no miocárdio com a infecção do organismo pelo coronavírus Sars-CoV-2.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde também esclarecem que o risco de miocardite associado à vacina contra a Covid-19 é baixo e a recomendação da imunização para a condição permanece.
Como reconhecer e prevenir a miocardite
Embora assintomático em algumas pessoas, o quadro pode gerar sinais característicos – como a dor torácica bem similar à do infarto. Outras manifestações clínicas costumam ser:
Para que se chegue à conclusão de que se trata de um quadro de miocardite, é necessário a realização de exames específicos, como o eletrocardiograma, ecocardiograma, cintilografia do coração e ressonância magnética cardíaca, além de exames de sangue com pesquisa do vírus, bactéria ou outro agente causador de infecções.
A biópsia endomiocárdica é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico, ou seja, o procedimento ideal para a confirmação da condição.
O cardiologista é o médico indicado para investigar o caso e prescrever o melhor tratamento para quadros de miocardite.
O Cartão dr.consulta possibilita o acesso a diferentes especialistas, além de realizar exames com valores especiais, que permite um cuidado integrado da saúde.

Normalmente, o tratamento é feito com o uso de medicamentos direcionados ao que está causando a miocardite (como antibióticos para combater a infecção e anti-inflamatórios), e à recuperação cardíaca, necessitando repouso para que o coração possa voltar às suas funções normais.
A automedicação não deve ser realizada e não é recomendada. Ela pode prejudicar a saúde e a recuperação do quadro. Somente o médico pode prescrever medicamentos e orientar como usá-los corretamente.
Em relação aos exercícios físicos, deve-se esperar uma recuperação completa ou parcial. As atividades mais intensas devem ser suspensas por até seis meses ou até mais tempo dependendo do comprometimento cardíaco e da recuperação do paciente.
Quanto à prevenção, é importante manter a vacinação em dia, uma vez que os imunizantes são as principais formas de se evitar condições como caxumba, gripe, entre outras.
É sempre válido também estar atento à prevenção de insetos transmissores de enfermidades como a dengue e a doença de Chagas.
Para isso, é válido usar repelentes, telas de proteção nas janelas e combater as formas de reprodução desses agentes, como o mosquito Aedes Aegypti.
Por fim, a adoção de hábitos saudáveis é essencial para que o organismo consiga combater condições de saúde sem consequências graves, como a miocardite.
Nesse sentido, vale evitar o tabagismo, bem como o consumo excessivo de álcool, manter o peso corporal sob controle e uma dieta rica em nutrientes.
A miocardite é uma condição séria, mas pode ser prevenida e tratada com o acompanhamento médico adequado.
Ficar atento aos sintomas e buscar ajuda médica ao menor sinal de alteração cardíaca pode fazer a diferença na recuperação.
Fontes: