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Obesidade infantil explicada ponto a ponto: causas, sintomas e tratamentos

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Tida como uma questão de saúde grave, a obesidade infantil tem mantido taxas altas de crescimento nos últimos anos, especialmente entre as crianças de até 5 anos.

Segundo dados do Observatório de Saúde na Infância, somente em 2022 a doença afetou uma em cada 10 crianças brasileiras e um em cada três adolescentes (10 a 18 anos). Os números são alarmantes e as suas complicações também.

Os quilos a mais podem afetar as condições físicas e emocionais e acompanhar esses indivíduos até a fase adulta. Entretanto, quando devidamente acompanhada, suas causas podem ser evitadas e o quadro pode ser tratado e revertido, minimizando outros riscos.

O que é a obesidade infantil?

A obesidade infantil pode ser facilmente identificada pelo excesso de peso em bebês crianças. Quando indivíduos de até 12 anos apresentam gordura corporal acima da distribuição normal, com base na altura e na idade, estão mais propensos a ter essa que é uma doença crônica.

Esse cálculo pode ser dado pelo Índice de Massa Corporal, o IMC, e varia entre meninos e meninas. Quando no mínimo 15% acima da referência para sua idade já é considerado sobrepeso e os indicadores superiores indicam a obesidade e a maior gravidade, pela concentração de gordura e recebe classificações:

Importante: tanto a avaliação, quanto o diagnóstico devem ser dados por um profissional de saúde. Neste caso é recomendado procurar um pediatra ou um endocrinologista especializado nessa faixa etária:

As 5 principais causas da obesidade infantil

Imagem ilustrativa (GettyImages)

Por mais que a obesidade esteja diretamente relacionada aos hábitos alimentares, é preciso lembrar que essa não é a única causa e que, inclusive, pode surgir como consequência de outros fatores. Tipicamente os diagnósticos da obesidade em crianças têm como motivadores:

  1. dieta desequilibrada;
  2. sedentarismo;
  3. distúrbios psicológicos;
  4. histórico familiar;
  5. desequilíbrio hormonal.

1 – Dieta desequilibrada

No geral, os alimentos industrializados são calóricos e mais pobres em nutrientes. Nessa lista estão biscoitos, salgadinhos, lanches de fast food, refeições congeladas e muitos outros. E toda essa praticidade cobra o seu valor.

Os reflexos podem ser vistos na balança e em outros aspectos da saúde que não são favorecidos e limitam o crescimento e desenvolvimento saudável.

2 – Estilo de vida sedentário

As últimas gerações passam mais tempo conectadas e em frente aos equipamentos tecnológicos como celulares e televisão. Esse comportamento frequente leva ao sedentarismo e a outras consequências prejudiciais à saúde no médio e longo prazos.

A falta de atividades físicas, exercícios físicos e esportes, em geral, faz com que as crianças acumulem energia em forma de gordura – ao invés de gastar as calorias obtidas, ou seja, de ter o gasto calórico e energético esperado.

3 – Distúrbios psicológicos

Muitas vezes as pessoas aliviam a ansiedade, o estresse e as questões psicológicas comendo. Com as crianças mais crescidas não é diferente. E isso é científico: o ato de comer é prazeroso e libera serotonina – o hormônio responsável pelo bem-estar. Não à toa esse é um dos chamados hormônios da felicidade.

Crianças ansiosas ou fora do seu estado psicológico considerado normal, podem comer mais, mais vezes e compulsivamente.

O risco é maior quando o círculo se torna vicioso e acarreta outras preocupações, além do excesso de peso. É comum, por exemplo, que nestas condições, passem a ter insônia.

4 – Histórico familiar

Se um dos pais é obeso, a tendência da criança ser obesa aumenta porque a obesidade pode ser adquirida geneticamente.

Isso quer dizer que o histórico familiar e o fator genético contam muito. Além disso, a influência exercida pelos pais, responsáveis e familiares sobre os hábitos alimentares e de saúde é determinante para os costumes. Se um adulto consome alimentos gordurosos perto de uma criança, fica mais difícil educá-la.

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5 – Desequilíbrio hormonal

As desordens endocrinológicas afetam amplamente o organismo dos mais jovens. As alterações hormonais e aquelas causadas pelo uso excessivo de insulina precisam ser avaliadas clinicamente para não desregular outras funções.

Consequências da obesidade para as crianças

Quem está acima do peso não se sente confortável. Fora as questões estéticas que, nesse cenário é o de menos, a obesidade pode gerar outras doenças e transtornos relacionados como:

Colesterol alto

O combo das comidas industrializadas e maus hábitos alimentares pode fazer com que a criança desenvolva um quadro de colesterol alto precocemente, embora nem sempre manifestem sintomas claros.

Altos níveis do “colesterol ruim” (LDL) comprometem a saúde cardíaca.

Hipertensão infantil

Crianças com sobrepeso e obesidade têm maior probabilidade de serem hipertensas. Alterações nos níveis de colesterol e na pressão arterial podem levar à Síndrome metabólica e ampliam os riscos de diabetes tipo 2.

Diabetes tipo 2

Os alimentos calóricos têm alto teor de açúcar e quando consumidos em excesso aumentam o açúcar no sangue, a probabilidade de diabetes 2. A insulina produzida pode não ser suficiente para controlar a entrada de açúcar nas células.

Doenças cardiovasculares e respiratórias

A gordura acumulada oferece grande risco às funções básicas do organismo. O cansaço e a respiração ofegante são alguns dos sintomas clássicos, porém, considerados leves frente a outras consequências como a possibilidade de infarto, de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e apneia do sono.

Baixa autoestima e depressão

É durante a infância e a fase de idade escolar que as crianças passam a ter contato com outras pessoas, da mesma idade ou não.

A aparência e o peso elevado normalmente fazem com que tenham baixa autoestima e sejam vítimas de bullying. Mais desmotivadas e com vergonha, podem desenvolver quadros depressivos.

Tratamentos

O diagnóstico precoce permite que medidas práticas sejam adotadas imediatamente. Os tratamentos da obesidade infantil giram prioritariamente em torno das mudanças de hábitos e:

Da reeducação alimentar

O cardápio e o que vai à mesa deve ser revisto e rebalanceado. A partir da reeducação alimentar são elaborados planos específicos para cada tipo de biotipo e perfil. Também é importante fazer o acompanhamento regular com nutrólogos e nutricionistas.

Do estímulo à prática de atividades físicas

Tão importante quanto pensar na alimentação é fazer mais atividades físicas e colocar o corpo em movimento para gastar energias e perder peso de forma saudável.

Pedalar ou andar de bicicleta em um final de tarde, passear com o cachorro no quarteirão ou até mesmo subir e descer escadas são opções de atividades que devem ser incorporadas no dia a dia.

Do controle hormonal

Tratar as causas da obesidade infantil evita o efeito sanfona e o reaparecimento do quadro. O endocrinologista deve ser um dos primeiros a ser procurado.

Esse processo de migração de uma vida sedentária e mais desregrada deve envolver toda família e rede próxima. Muitas crianças ainda não têm nem idade para escolher adequadamente sua alimentação. O mesmo vale para a prática de atividades físicas. Lembre-se: os exemplos valem muito mais.

Fontes:

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