Saúde infantil: de quanto em quanto tempo ir ao pediatra?
Ao falar da saúde infantil, remetemos a imagem de crianças mais saudáveis e felizes. Entretanto, para isso realmente acontecer, é preciso garantir condições básicas para esse crescimento e desenvolvimento.
Alimentação saudável, vacinação em dia e higiene pessoal são alguns dos fatores que influenciam na saúde infantil. Além disso, é fundamental o acompanhamento médico regular, feito por um profissional especializado: o pediatra.
Saúde: um direito da criança
O cuidado com a saúde infantil está garantido por lei. De acordo com Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), criado em 1990:
- pessoas na infância ou na adolescência têm o direito de viver e ter acesso a cuidados de saúde, com o apoio de políticas públicas que garantam o seu bem-estar e o seu crescimento saudável e feliz, em um ambiente digno;
- o cuidado deve começar na gravidez, para que os bebês nasçam bem. Esse direito é garantido por meio do atendimento pré-natal — serviço amplamente disponível na rede pública de saúde pelos programas do Sistema Único de Saúde, o SUS.
Isso mostra a importância do zelo com as crianças antes delas nascerem e como é necessário continuar por toda a vida.
De quanto em quanto tempo ir ao pediatra?
Se engana quem pensa que deve procurar o pediatra apenas diante de um sintoma ou dor. É preciso ter uma agenda preventiva de saúde para impedir que as doenças evitáveis se manifestem ou evoluam para casos mais sérios, como pode acontecer com a pneumonia – que deriva de uma gripe que não foi devidamente tratada.
Essa frequência pode variar conforme a necessidade, mas deve ser realizado desde os primeiros dias de vida. Crianças portadoras de doenças crônicas ou graves, por exemplo, devem fazer um acompanhamento médico regular e seguir as orientações protocolares.
Para as demais, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda uma rotina mínima das consultas pediátricas:
- mensalmente (pelo menos uma vez por mês): de 0 a 6 meses;
- bimestralmente (a cada dois meses): de 6 a 12 meses;
- trimestralmente (a cada três meses): de 12 a 18 meses;
- semestralmente (a cada seis meses): de 18 meses a 5 anos;
- anualmente (pelo menos uma vez por ano): de 5 a 18 anos.
Posso passar no pediatra antes do nascimento?
Normalmente, a gestação é acompanhada por obstetras ou ginecologistas obstetras. Mas você também pode se consultar com um pediatra, inclusive, é indicado que faça isso.
A conversa com o profissional de Pediatria antes do nascimento do bebê permite que os pais tirem dúvidas sobre os cuidados com o recém-nascido, como amamentação, sono, higiene, vacinas e exames.
Esse momento também pode ser usado para informar ao pediatra sobre a saúde do bebê e possíveis intercorrências na gestação. Assim, o médico conseguirá se preparar para criar um cuidado personalizado ao seu futuro paciente.
Além disso, esse contato ajuda a estabelecer uma relação de confiança entre os pais e o médico que irá acompanhar o seu filho.
No entanto, é importante ressaltar que a consulta de pediatria antes do nascimento não substitui o acompanhamento do obstetra, mas complementa e enriquece a assistência à gestante e ao bebê.
5 doenças que afetam mais as crianças e como protegê-las
Os bebês e crianças têm a saúde mais fragilizada porque os mecanismos de defesa ainda estão em formação. Além disso, quando estão abaixo do peso ou apresentam deficiências nutricionais (desnutrição), elas também ficam mais expostas.
Dessa forma, existem algumas condições de saúde que são mais comuns nesse período. São elas:
- Catapora;
- Meningite;
- Sarampo;
- Rubéola;
- Caxumba;
- Gripes e resfriados.
Entenda abaixo como as doenças agem no corpo da criança e como elas podem ser prevenidas.
1. Catapora
Muito comum na infância, a catapora é uma doença infecciosa causada por um vírus que provoca coceira e bolhas na pele.
Além desses sinais visíveis pelo corpo, a criança também pode ter sintomas como febre, mal-estar e perda de apetite.
O tratamento consiste em aliviar a coceira com loções ou cremes indicados pelo pediatra e evitar que a criança coce as bolhas para não causar infecções secundárias.
Para prevenir a catapora é importante vacinar a criança conforme o calendário do Ministério da Saúde (MS).
2. Meningite
A meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos, sendo a forma bacteriana a mais grave.
Os sintomas da meningite podem incluir febre alta, dor de cabeça, rigidez no pescoço, enjoos, vômitos e confusão mental. Em alguns casos, podem surgir manchas vermelhas na pele.
O tratamento vai depender do agente causador. Mas é importante iniciá-lo o mais rápido possível e evitar complicações como surdez, cegueira ou sequelas neurológicas.
Assim como no caso da catapora, a prevenção da meningite é feita por meio da vacinação, que está disponível na rede pública de saúde. Além disso, evite ambientes fechados ou contato com outras crianças com diagnóstico positivo para a doença.
3. Sarampo
O sarampo é uma doença infecciosa causada por um vírus e pode ser confundida com a catapora.
A condição também provoca manchas vermelhas na pele, febra alta, além de tosse e olhos inchados e vermelhos.
Ao perceber um ou mais desses sintomas, procure um médico imediatamente para iniciar o tratamento que envolve: uso de antitérmicos, hidratação e isolamento da criança para evitar a transmissão.
A ajuda especializada é muito importante, pois o sarampo pode ter complicações graves, como pneumonia, otite e diarreia.
Mas calma, também é possível prevenir a condição por meio de vacinação.
4. Rubéola
A rubéola é uma doença viral que causa febre alta, pintinhas vermelhas na pele, gânglios inchados no pescoço e atrás das orelhas e dor nas articulações. Os sintomas costumam aparecer após o período de incubação (de 14 a 21 dias) e pode durar cerca de uma semana.
A condição é mais perigosa para gestantes, pois pode ser transmitida de mãe para filho pela circulação sanguínea. Isso pode causar malformações no bebê ou até mesmo levá-lo ao óbito ainda na barriga.
Não existe um tratamento específico para a rubéola, mas é indicado hidratação e uso de analgésicos para aliviar a dor e febre. Além disso, é recomendado isolamento de 10 dias após o surgimento da erupção na pele para evitar a transmissão.
Assim como as outras doenças mencionadas acima, a prevenção da rubéola é feita por meio da vacinação.
5. Caxumba
A caxumba é uma doença viral que afeta as glândulas salivares (próximas ao ouvido), causando inchaço e dor na região do rosto e do pescoço.
Os sintomas costumam aparecer entre 12 e 25 dias após o contágio. Após esse período, a criança pode ter febre, dor ao mastigar ou engolir, perda de apetite e dor de cabeça.
Também não há um tratamento específico para a caxumba, mas é recomendado repouso e analgésicos para alívio da dor. Mas lembre-se: qualquer medicamento deve ser prescrito pelo médico que faz acompanhamento do bebê ou da criança.
A prevenção dessa condição é feita por meio da vacinação com a tríplice viral (que também protege contra o sarampo e a rubéola, mencionados acima).
6. Gripes e resfriados
As duas condições são causadas por vírus que afetam as vias respiratórias superiores.
Durante a infecção, os pequenos podem apresentar sintomas como coriza, tosse, febre e mal-estar — esse último pode ser percebido se a criança estiver mais chorosa ou sem vontade de brincar.
Além da vacina da gripe, é importante higienizar as mãos com frequência e evitar o contato com pessoas doentes.
Outras doenças respiratórias como asma, bronquiolite, sinusite e rinite também podem ser comuns na infância. Por isso, é importante estar sempre alerta e procurar ajuda especializada caso surjam sintomas.
Imunização: a principal aliada
As doenças mais comuns na infância podem ser prevenidas com vacinas. Por isso, é importante seguir o calendário vacinal do MS.
Apesar de parecer redundante falar isso, os dados mostram outro cenário. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a taxa de vacinação infantil no Brasil vem caindo.
A porcentagem saiu de 93,1% em 2019 para 71,49% em 2021. Isso quer dizer que 3, a cada 10 crianças, não foram imunizadas contra doenças que podem trazer consequências mais graves.
A falta de vacinas, além de prejudicá-las, também aumenta o número de transmissão e pode, inclusive, trazer à tona patologias que já foram consideradas erradicadas, como a poliomelite.
Consulte o calendário vacinal e converse com o médico pediatra sobre imunização. As vacinas são consideradas o meio de imunização mais eficaz e revolucionário do mundo da saúde e podem salvar vidas!
Qual a importância de cuidar da saúde desde a infância?
Olhar para a saúde infantil é importante em vários aspectos. Além de um tratamento adequado, o acompanhamento periódico com o pediatra pode ajudar a diagnosticar uma condição precoce, aumentando, consequentemente, as chances de cura — dependendo da patologia.
Além disso, esse ato também promove o bem-estar integral dos pequenos. Uma criança saudável tem mais chances de aprender, brincar, se relacionar e se expressar de forma positiva.
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Fontes:
[…] crianças, do nascimento até a adolescência; […]