Como a serotonina atua no corpo? Saiba como aumentá-la

Frequentemente apelidada de “hormônio da felicidade”, a serotonina está muito associada às sensações positivas e ao bem-estar emocional.
Porém, ela atua em inúmeros processos fisiológicos de variados sistemas importantes do corpo, impactando também diferentes aspectos da saúde física e mental.
O que é a serotonina
Conhecida no mundo científico como 5-hidroxitriptamina (5-HT), ela é, na verdade, um neurotransmissor – substância química produzida pelos neurônios que funciona como um mensageiro, levando sinais de uma célula nervosa a outra.
Essa transmissão permite que impulsos elétricos circulem e mantenham mecanismos básicos do organismo em pleno funcionamento, como explica artigo da Revista Internacional de Bioquímica e Biologia Celular.
É produzida em uma região específica do tronco cerebral, conforme aponta a Universidade de Medicina de Harvard, e sua ação se espalha por diversas áreas do cérebro, influenciando, por exemplo, o ânimo, a memória e a resposta ao estresse.
No entanto, a maior parte não se encontra nesse órgão, mas sim no trato gastrointestinal. Estima-se que a maior parte da substância (90%) seja sintetizada no intestino, onde regula a atividade de músculos e receptores responsáveis pela digestão, de acordo com publicação do periódico Cell.

Funções da serotonina
Embora seja lembrada principalmente pela relação com sentimentos de felicidade, ela exerce uma ampla gama de funções, destaca a Universidade de Medicina de Harvard. Entre elas:
- regulação do humor;
- manutenção do sono saudável;
- ajuste da fome e da saciedade;
- participação no desejo sexual (libido) e na percepção da dor;
- controle da motilidade intestinal e da sensação de náusea;
- equilíbrio da temperatura corporal;
- processos ligados à coagulação sanguínea.
Além disso, um estudo publicado na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos sobre a fisiologia da serotonina também mostra que ela está envolvida em sistemas como:
- ocular: pode dilatar a pupila e influenciar a pressão intraocular;
- cardiovascular: auxilia na contração do coração e pode estar envolvida em alterações no ritmo cardíaco;
- pulmonar: interfere no estímulo respiratório central e na resistência dos vasos sanguíneos dos pulmões;
- gastrointestinal: regula o esvaziamento do estômago e secreções digestivas;
- endócrino e metabólico: impacta a produção de insulina, o metabolismo da glicose e o armazenamento de lipídios;
- geniturinário: modula a micção, contração uterina, maturação dos óvulos e mecanismos ligados à função sexual masculina.
Essa diversidade de efeitos reforça como ela é multifuncional, agindo muito além da esfera emocional. Dessa forma, é importante acompanhar seu equilíbrio no organismo com a ajuda de um endocrinologista.
Consequências das oscilações em seus níveis
Durante muitos anos, acreditou-se que níveis reduzidos da substância estivessem diretamente ligados à depressão e a outros transtornos psiquiátricos. Essa explicação, conhecida como “teoria do desequilíbrio químico”, foi amplamente difundida.
No entanto, uma revisão publicada em 2022 no periódico Molecular Psychiatry, da University College London, mostrou que a relação não é tão simples e a queda, por si só, não explica o desenvolvimento da condição.
Mesmo assim, suas variações no corpo, comumente associadas ao estresse ou à falta de alimentação, podem interferir no humor, nos sentimentos e nos comportamentos.
Pesquisadores da Universidade de Cambridge revelaram que essas variações afetam áreas cerebrais responsáveis por controlar a raiva, o que sugere um desempenho essencial na regulação emocional.
Já quando se trata do sistema digestivo, um estudo disponível no Gastroenterology Journal demonstrou que a serotonina é fundamental para manter o movimento intestinal. Alterações em sua produção podem modificar esse processo.
Por outro lado, taxas muito elevadas podem desencadear sintomas físicos alarmantes, explica o mesmo artigo da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.
A chamada síndrome serotoninérgica ocorre quando há excesso da substância no sistema nervoso central, geralmente cerca de 24 horas após a ingestão de medicamentos que aumentam a sua atividade. Os principais sinais incluem:
- tremores e contrações musculares involuntárias;
- aumento da frequência cardíaca;
- sudorese intensa;
- insônia e agitação;
- mudanças na pressão e na temperatura corporal;
- náusea e hiperatividade intestinal.
Outro quadro possível é a chamada síndrome de descontinuação de ISRS (inibidores seletivos da recaptação de serotonina), com algumas manifestações de mal-estar semelhantes. Ela pode aparecer quando há interrupção abrupta do uso de antidepressivos.
Assim, é fundamental evitar a automedicação ou a suspensão de tratamentos medicamentosos sem a orientação médica adequada.
Uma das formas de permitir que isso ocorra é contar com uma ampla assistência em saúde. Nesse sentido, quem assina o Cartão dr.consulta tem acesso a especialistas e exames com valores mais vantajosos.
Assinantes também podem participar de programas de saúde com acompanhamento multidisciplinar e atendimento de enfermagem (on-line e gratuito) para um cuidado integral.

Como aumentar a serotonina naturalmente
Diversos hábitos podem estimular a liberação natural, sem necessidade de fármacos. A Universidade de Medicina de Harvard destaca alguns dos principais:
- atividade física: exercícios favorecem a ação do triptofano, aminoácido usado pelo cérebro para sintetizá-la. É o que explica a conhecida “euforia do corredor” após treinos mais intensos;
- exposição à luz solar: a claridade também é um estímulo para a sua formação, por isso, a fototerapia é usada para auxiliar pessoas com sintomas sazonais de melancolia;
- alimentação equilibrada: associar proteínas a carboidratos complexos — como frutas, legumes, grãos integrais e leguminosas — auxilia o funcionamento do sistema nervoso.
Em resumo, diante de toda a atuação da serotonina, cuidar dos seus níveis é garantir o equilíbrio geral do corpo e da mente. E com práticas simples é possível manter a saúde, bem como a sensação de disposição e bem-estar no dia a dia.
Fontes:
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