É saudável beber leite? Entenda e conheça os tipos de leite
Puro, com café, com achocolatado ou na receita de bolo… O leite é uma bebida que faz parte da rotina de todos.
Entretanto, algumas dúvidas podem surgir a respeito de tipos de leite, intolerância e alergia ao leite, entre outros tópicos que fazem uma pergunta surgir: é saudável beber leite?
Benefícios do leite
O leite é amplamente reconhecido como uma excelente fonte de cálcio, um mineral essencial para o crescimento e fortalecimento dos ossos e dentes.
O cálcio é indispensável para a prevenção de condições como osteopenia (caracterizada pela perda gradual de massa óssea) e osteoporose (ossos enfraquecidos), que afetam principalmente pessoas idosas, aumentando o risco de fraturas.
A Associação Brasileira de Nutrição (Abran) ainda enfatiza o importante papel do leite como fonte do cálcio. “Não há um alimento que substitua o leite na oferta desse nutriente”, segundo a entidade, uma vez que outros alimentos não apresentam a combinação de boas concentrações de cálcio e de alto poder de absorção pelo corpo humano.
Além do cálcio, o leite também agrega benefícios ao corpo como:
- redução do risco de doenças cardiovasculares;
- diminuição das chances de condições crônicas, como obesidade e diabetes;
- fonte de vitaminas e minerais, como cálcio, magnésio, fósforo, riboflavina (vitamina B2), vitamina A, vitamina B12, vitamina D, selênio, potássio e colina.
A diferença entre leite integral, semidesnatado e desnatado
A principal diferença entre esses três tipos de leite consiste na quantidade de gordura que cada um carrega. Segundo a Abran, as classificações seguem as seguintes porcentagens:
- leite integral: teor de gordura igual ou superior a 3%;
- leite semidesnatado: teor de gordura entre 0,6% e 2,9%;
- leite desnatado: teor de gordura abaixo de 0,5%.
Tipos de leite de origem animal
O leite da vaca é o mais conhecido e consumido pelos seres humanos. Mas esse não é o único tipo de leite disponível. Existem também:
- leite de cabra;
- leite de égua;
- leite de búfala;
- leite de camela;
- leite de ovelha.
O consumo desses tipos de leite varia conforme as necessidades específicas de cada pessoa e, principalmente, sua disponibilidade no local onde se encontra. Além da origem, outra classificação possível é feita a partir do modelo de produção desse leite. São eles:
- leite cru ou refrigerado: produzido em propriedade rural, sendo refrigerado quando destinado a outros estabelecimentos;
- leite pasteurizado: submetido à pasteurização, um processo de choque térmico que elimina possíveis microrganismos patogênicos. Para isso, o alimento é aquecido a temperaturas superiores a 70ºC por até 20 segundos e, em seguida, rapidamente resfriado a -4ºC;
- leite UHT: o chamado ultra high temperature consiste em um procedimento que submete o produto a elevadíssimas temperaturas (entre 130ºC e 150ºC) por 2 a 4 segundos. Posteriormente, o leite é resfriado à temperatura ambiente.
Leite vegetal é realmente um tipo de leite?
Segundo normativa do Ministério da Agricultura e Pecuária, leite é o nome dado ao produto obtido a partir da ordenha completa e ininterrupta.
Isso significa que o leite vegetal produzido a partir de extratos de arroz, amêndoas, soja, entre outros vegetais não deve ser considerado leite especificamente – mas sim uma opção de bebida para quem deseja evitar alimentos de origem animal, como os vegetarianos, os veganos e pessoas com restrição ao leite comum.
Existe diferença entre alergia ao leite e intolerância à lactose?
Embora tidos como iguais, a intolerância à lactose e a alergia ao leite são dois quadros clínicos completamente diferentes.
A intolerância ao leite consiste em uma deficiência da enzima responsável pela digestão da lactose (açúcar do leite) chamada lactase. A condição provoca sintomas como:
- diarreia;
- distensão abdominal;
- gases e fezes com odor forte.
Existem pelo menos dois tipos de intolerância: a primária (alactasia e hipolactasia) e a secundária (permanente ou transitória).
Na alactasia, há a inexistência da produção de lactase logo nos primeiros momentos da vida, quando o bebê ainda é recém-nascido, por fatores genéticos. Já na hipoplasia, há um declínio da produção de lactase, podendo começar ainda na infância e se acentuando na fase adulta.
A deficiência secundária permanente de lactase ocorre, muitas vezes, em pacientes com doença celíaca, doença de Crohn e colite ulcerativa. A transitória pode ocorrer em casos de parasitose, gastroenterite e rotavírus.
A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), por outro lado, consiste em uma resposta imunológica do corpo contra as proteínas encontradas no leite (caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoalbumina). Seus sintomas mais comuns são:
- vômitos;
- diarreia;
- fezes com sangue;
- má absorção do leite;
- cólica;
- rinite;
- urticária;
- manchas avermelhadas na pele;
- inchaço da garganta, lábio e rosto;
- dermatite atópica.
O diagnóstico de intolerância à lactose ou de alergia ao leite pode ser realizado por profissionais da Gastroenterologia ou mesmo Imunologia.
Os profissionais saberão analisar qual tipo de leite é saudável ou não para a pessoa, além de avaliar os sintomas e solicitar exames específicos para a conclusão do diagnóstico.
Com o Cartão dr.consulta, é possível ter acesso a diferentes especialidades médicas, exames e procedimentos que podem ajudar no diagnóstico e no tratamento de diversas condições.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, não é possível prevenir o aparecimento da alergia ao leite. O tratamento é feito, na maioria das vezes, com a substituição do leite de vaca por outras variações do leite. Além disso, mulheres lactantes devem deixar de consumir o leite de vaca durante o aleitamento, caso o bebê apresente a APLV.
Para o tratamento da intolerância à lactose, uma possibilidade é o uso oral da lactase antes de ingerir alimentos com lactose ou evitar o consumo de derivados do leite.
A Abran ainda alerta sobre uma equivocada percepção sobre o consumo de leite e o desenvolvimento da intolerância à lactose.
Ao contrário do que se pensa, quanto maior o consumo de leite, menor o risco de que a pessoa desenvolva intolerância à lactose. Por isso, excluir o leite apenas por autopercepção dos sintomas pode significar um prejuízo nutricional.
Consulte sempre um profissional de saúde para entender o seu caso e quais tratamentos possíveis podem ser realizados a partir do diagnóstico certo.
Fontes: