Queimaduras de sol e câncer de pele: saiba como se prevenir

Embora pareça um incômodo passageiro, as queimaduras de sol são o efeito mais comum da exposição inadequada à radiação ultravioleta (UV). 

O quadro pode ser encarado como preocupante quando ocorrem repetidamente, já que está associado ao aumento do risco de câncer de pele, envelhecimento precoce e outras condições cutâneas.

O que é a queimaduras de sol

A pele queimada apresenta alterações inflamatórias, resultado da agressão causada pela radiação UVA e UVB. 

Em casos mais leves, os sinais incluem dor, ardência e vermelhidão. Em situações mais intensas, surgem bolhas e descamações características de queimaduras de segundo grau, exigindo avaliação médica.

A relação entre queimaduras e o câncer de pele

Cada episódio de dano térmico ou solar aumenta o acúmulo de lesões nos tecidos, acelerando o envelhecimento da pele e elevando o risco de tumores cutâneos. 

Por isso, é importante estar atento, pois algumas mudanças na textura, cor e outras características podem ser os primeiros sinais de lesões perigosas. 

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele não melanoma é o tipo mais frequente no Brasil, representando 31,3% dos diagnósticos. 

Embora seja menos agressivo, pode provocar deformidades quando localizado em áreas delicadas como pálpebras, orelhas e lábios. 

Já o melanoma corresponde a 4% dos casos, porém é o mais grave, devido à alta possibilidade de metástase, como destaca o INCA.

Situações de calor extremo, como ondas de altas temperaturas registradas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ampliam a chance de lesões solares graves, além de insolação e de desidratação, reforçando a importância da prevenção orientada pelo Ministério da Saúde.

Na presença de sinais de queimaduras de sol ou outras alterações cutâneas, contar com um serviço de assinatura como o Cartão dr.consulta garante suporte rápido e acessível. 

Ele assegura consultas com especialistas, exames fundamentais e acompanhamento contínuo, oferecendo uma trilha personalizada de cuidados em saúde. 

Como evitar queimaduras de sol

A precaução começa com práticas simples, mas consistentes, que reduzem a incidência dos raios ultravioleta e preservam a saúde da pele. Esses cuidados ajudam na defesa a longo prazo e diminuem o risco imediato.

1. Aplicar proteção solar

O protetor deve ser aplicado diariamente, mesmo em dias nublados. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) recomenda produtos com fator de proteção solar (FPS) entre 30 e 50, sempre com defesa contra UVA e UVB, no seguinte esquema:

• aplicação inicial 30 minutos antes da exposição;
• reaplicação a cada 2 horas ou após contato com água e suor;
• quantidade ideal conforme a “regra da colher de chá”, que sugere 1 colher para rosto, cabeça e pescoço; 2 colheres para frente e costas; 1 colher para cada braço; e 2 colheres para cada perna.

A Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) complementa que essa prática deve ser incorporada aos hábitos de saúde, especialmente em países tropicais como o Brasil, onde há contato intenso com o sol durante todo o ano.

2. Usar roupas e acessórios de proteção

Chapéus de aba larga, óculos escuros e trajes com tecnologia de barreira UV funcionam como barreiras físicas. Essas medidas são recomendações do Ministério da Saúde não apenas para ambientes de lazer, mas também para trabalhadores que permanecem ao ar livre.

3. Evitar horários de maior radiação

A incidência de raios ultravioleta é mais intensa entre 10h e 16h. Por isso, o Ministério da Saúde orienta que, sempre que possível, evitar a exposição nesse período, priorizando atividades em horários mais seguros e optando sempre pela sombra.

Lembrando que, mesmo em dias nublados, os raios UV atravessam as nuvens. Apesar disso, a luz solar em horários adequados, e de forma controlada, é importante para a produção de vitamina D, essencial ao organismo.

4. Manter hidratação constante

A reposição de líquidos no organismo protege contra os efeitos do calor e ajuda a manter a pele íntegra. Água, sucos naturais e água de coco, por exemplo, são opções que o Ministério da Saúde recomenda. 

Outro ponto essencial é evitar bebidas alcoólicas e com excesso de cafeína, já que favorecem a desidratação.

5. Ter uma alimentação rica

No verão, também é indicado o consumo de frutas ricas em água e em antioxidantes, como melancia, mamão e cenoura que colaboram com a saúde cutânea.

De acordo com a SBD, alimentos com betacaroteno (de coloração alaranjada) contribuem para uma leve tonalidade na pele e fortalecem a defesa contra os radicais livres produzidos pela radiação solar.

Um especialista em nutrição pode orientar sobre a melhor forma de incluir alimentos funcionais na rotina, equilibrando vitaminas, minerais e antioxidantes de acordo com as necessidades de cada pessoa.

Outras recomendações importantes

Segundo a SBD, gestantes precisam redobrar a atenção com a fotoproteção, uma vez que alterações hormonais podem favorecer o surgimento de melasma (manchas escuras). A prevenção é recomendada em todos os períodos da gestação.

Além disso, indivíduos com pele, cabelos e olhos claros, ou com histórico familiar de câncer de pele, estão entre os grupos mais vulneráveis. O acompanhamento dermatológico regular é fundamental para diagnóstico precoce.

Circula também o mito de que protetor solar causa câncer. A SBD esclarece que esses produtos são seguros, testados e aprovados antes da comercialização.

No entanto, seu uso isolado não é suficiente, devendo ser combinado a barreiras físicas e ao cuidado com os horários de exposição.

Outro ponto a se reforçar é que, desde 2009, a Anvisa proibiu o uso de câmaras de bronzeamento estético, classificadas pela Organização Mundial da Saúde como cancerígenas. O posicionamento é endossado pela SBD, que reforça os riscos de radiação concentrada e artificial.

A pele registra cada momento vivido sob o sol e não merece as marcas das queimaduras. Com atenção e cuidado, é possível aproveitar a vida ao ar livre sem abrir mão da segurança e do bem-estar.

Fontes:

• Instituto Nacional do Câncer;
• Instituto Nacional do Câncer;
• Ministério da Saúde;
• Ministério da Saúde;
• Sociedade Brasileira de Dermatologia;
• Sociedade Brasileira de Dermatologia;
• Sociedade Brasileira de Queimaduras.