5 dicas de saúde para a volta às aulas
A saúde tem um papel importantíssimo na educação e vice-versa. Por isso, existem cuidados a serem tomados quando a rotina escolar retorna e tanto responsáveis quanto educadores precisam estar atentos a essas questões.
O período de volta às aulas pode ser muito divertido para as crianças e pré-adolescentes, mas não podemos subestimar o poder desse momento na saúde escolar e como isso impacta na vida familiar.
Ao estar em contato com pessoas fora do círculo familiar, é normal que ocorra um estímulo à imunidade nas crianças.
A mudança de rotina e a presença de doenças facilmente transmissíveis são fatores que impactam diretamente a vida das e de quem está por perto.
Ainda que isso possa parecer normal, existem algumas boas práticas e cuidados na escola para que alunos, familiares e profissionais de educação possam manter a saúde em dia.
Veja as principais dicas de saúde para uma volta às aulas mais tranquila.
1. Leve a criança para um check-up de saúde
Confira com quais profissionais da saúde você deverá consultar as crianças para fazer um check-up antes da volta às aulas:
Dentista
A saúde bucal não é brincadeira!
Segundo o Guia de Saúde Oral Materno-infantil da SBP, é recomendado que o intervalo das consultas com o dentista, a partir dos 3 anos de idade, seja de aproximadamente 6 meses, não ultrapassando 1 ano.
No momento da consulta aproveite para conversar sobre a higiene bucal e pedir ajuda ao profissional dentista para ensinar para as crianças a fazer uma escovação correta, além do uso do fio dental.
É também um momento importante para refletir sobre como a rotina de limpeza bucal vai se encaixar entre os intervalos de aula.
Afinal, a troca de dentição se inicia na fase pré-escolar e muitas doenças e dores causadas por cáries, por exemplo, podem ser evitadas com bons hábitos de limpeza.
Oftalmologista
Muitos métodos de ensino necessitam de interações visuais, mas apenas uma pequena parcela de quem está em idade escolar realiza algum tipo de avaliação oftalmológica.
Por isso, é recomendado que seja realizada uma avaliação anual, justificada pelas mudanças durante o crescimento das crianças, que podem não perceber que estão com a visão prejudicada de alguma forma, inviabilizando o aprendizado no dia a dia.
As dificuldades de aprendizado causadas por déficit visual são questões que exigem atenção de responsáveis e professores para identificar a necessidade de ajuda profissional. Tal como astigmatismo, miopia e o estrabismo, por exemplo.
Para os que já usam óculos é interessante passar por nova avaliação para conferir se o grau se mantém, se as lentes estão riscadas ou as armações tortas.
Pediatra
O pediatra é o médico que acompanha o crescimento e o desenvolvimento da criança desde o nascimento até a adolescência. Tem um olhar clínico para o quadro geral da saúde da criança e, se for necessário, poderá encaminhar o caso para especialistas.
De toda forma, o check-up com o pediatra é fundamental para assegurar a saúde da criança, pré-adolescente ou adolescente em idade escolar – e não só no período de volta às aulas.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que os bebês sejam levados ao pediatra mensalmente até os 6 meses de vida e, bimestralmente, até os 12 meses.
No 1º e 2º anos, inclusive, a recomendação é a de que as consultas sejam trimestrais. Dos 2 aos 5 anos podem ser semestrais. A partir dos 6 anos as consultas devem ser realizadas anualmente até os 18 anos, quando entram na fase adulta.
Dê um check no calendário de vacinação infantil
A vacinação é um compromisso social de proteção aos que não desenvolvem imunização para certas doenças.
Confira sempre que possível as recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações para colocar a carteira de vacinação das crianças em dia. Além disso, é importante atentar-se às campanhas de vacinação sazonais.
Ao nascer:
- BCG
No 1º ano de vida:
- Hepatite B
- Rotavírus
- Tríplice bacteriana
- (DTPw ou DTPa)
- Haemophilus
- Poliomielite
- Pneumocócicas conjugadas
- Meningocócicas conjugadas ACWY ou C
- Meningocócica B
- Febre amarela
- Dose anual de Influenza (gripe)
1 ano:
- Sarampo, caxumba e rubéola (SCR – tríplice viral)
- Hepatite A
- Varicela (catapora)
- Reforços:
- Pneumocócicas conjugadas
- Meningocócicas conjugadas ACWY ou C
- Meningocócica B
15 a 18 meses:
- Reforços:
- Tríplice bacteriana
- Haemophilus
- Poliomielite
- Hepatite A
- Tríplice viral
- Varicela
2 a 10 anos:
- Reforços:
- Tríplice bacteriana
- Poliomielite
- Meningocócicas conjugadas ACWY ou C
- Dose anual de influenza
- Febre amarela
- Tríplice viral
- Varicela
- Papilomavírus humano (HPV) com segunda dose 60 dias após a primeira.
E lembre-se de buscar os dados atualizados sobre a frequência de vacinação contra a Covid-19.
2. Reavalie o peso excessivo na mochila
O peso excessivo na mochila pode ser prejudicial para o resto da vida. Por isso, confira a seguir algumas dicas do que evitar no período de volta às aulas:
- Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), o peso não deve ultrapassar 10% do peso da criança. Caso não tenha como reduzir, é recomendado o uso de mochilas com rodinhas.
- As mochilas com rodinhas devem respeitar também o limite de peso e a altura da pessoa. É necessário manter sempre o braço esticado e alternar os lados na hora de carregar.
- Para verificar se a mala é puxada corretamente é só observar se as costas de quem utiliza estão eretas.
- Incentive o uso de um caderno para todas as matérias ou cadernos finos para evitar sobrecarga de material.
- Escolha mochilas com divisórias na parte interior, colocando sempre os livros ou cadernos mais pesados na parte de trás, rente às costas.
- Evite as mochilas de uma alça só. Elas não são recomendadas pois o peso fica concentrado em apenas um lado.
- Para as mochilas de duas alças escolha a que tiver espuma e um cinto para amarrar na cintura, já que elas distribuem melhor o peso.
- O ajuste da mochila nas costas deve ser feito acima da linha da cintura, fazendo contato com as costas, nunca abaixo ou muito para cima.
- Ajude a organizar o material escolar para que seja carregado apenas o necessário para cada dia.
3. Invista em uma alimentação saudável
A alimentação saudável é uma das bases do bom desempenho escolar. Uma rotina alimentar rica em frutas, verduras e legumes ajudam no desenvolvimento cerebral.
Isso contribui para que a criança preste atenção na aula e tenha energia para participar das atividades.
Por isso, essa dica de saúde para a volta às aulas é também uma oportunidade para reavaliar se a alimentação de toda a família está saudável.
Evite, sempre que possível, alimentos industrializados nas lancheiras, dando sempre preferência para frutas e produtos naturais.
4. Atenção com a rotina e o sono das crianças
É normal que durante o período de férias principalmente os jovens percam um pouco a noção dos horários. Mas quando as aulas voltam a rotina “puxada” retorna com ela e essa readaptação pode não ser muito fácil.
A dica é começar a ajustar os horários alguns dias antes da volta às aulas, colocando as crianças para dormirem cada dia mais cedo, respeitando os horários de acordar e das refeições também.
Lembrando que o sono é essencial para o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo. Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que crianças de 3 a 5 anos devem dormir, pelo menos, de 10 a 13 horas, enquanto as de 6 a 13 anos, de 9 a 11 horas.
Já os adolescentes a partir de 14 anos até a fase adulta devem dormir de 8 a 10h por dia. E para isso, a qualidade do descanso é fundamental.
5. Dê apoio emocional
Retornar à escola pode gerar estresse e ansiedade para muitas pessoas e por diversos motivos. Seja a mudança de escola, rotina, turma, amigos e até por medo da separação dos responsáveis depois de um tempo.
Assim, dar apoio emocional para que elas não se sintam desamparadas é muito importante. Converse bastante, participe da escolha do material escolar, pontue as coisas positivas que a escola trará e esteja sempre perto para apoiar e incentivar.
Outra dica muito importante é buscar a ajuda de psicólogos para identificação de como pais, responsáveis e educadores podem colaborar com os processos que geram ansiedade.
Afinal, outras situações podem afetar o processo e aprendizagem e necessitam de ajuda profissional. Tal como transtornos do espectro autista, TDAH, além de ansiedade e depressão.
Dica bônus: o que fazer na volta às aulas pós-pandemia?
A vacinação e os cuidados de higiene pessoal que aprendemos durante a pandemia devem ser mantidos. Isso porque, além de ajudar a prevenir a Covid-19, essas medidas podem impossibilitar a transmissão de outras doenças.
Assim, separamos outras dicas de saúde e do que incentivar as crianças no volta às aulas pós-pandemia:
- seguir as orientações da escola quanto ao uso de máscaras e cuidado nos momentos de trocas;
- higienização de materiais;
- evitar o compartilhamento de alimentos, talheres e itens de higiene pessoal com os colegas;
- lavar as mãos com frequência;
- evitar levar as mãos ao rosto (ainda mais quando não estiverem limpas);
- check-ups frequentes para evitar baixas na imunidade.
Saúde e educação trabalham juntas na formação de uma sociedade preocupada com o bem-estar.
Por isso, em toda a idade escolar das crianças e dos adolescentes conte com o dr.consulta. Agende seu horário pelo site ou pelo aplicativo (disponível para Android e iOS).
Fontes:
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)