Até 50% das crianças podem ter anemia infantil
Você sabia que a anemia infantil é causada principalmente pela deficiência de ferro no organismo?
Ainda que existam diversos tipos, a mais comum e presente na vida das crianças é a anemia ferropriva. Ela pode atingir de 30% a 50% da população infantil, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). As complicações dessa condição podem ser fatais para qualquer pessoa, ainda mais para crianças.
Por isso, saber o que é a anemia e quais são os sintomas em crianças e bebês é fundamental para entender quando procurar um profissional da saúde e intervir no avanço da doença.
O que é anemia ferropriva?
Essa condição pode afetar qualquer pessoa pela deficiência de ferro no organismo. Isso porque esse nutriente é responsável pela produção de hemoglobinas, proteínas presentes nas células sanguíneas e agentes de transporte do oxigênio pelo corpo.
Na infância, a necessidade do ferro aumenta já que o desenvolvimento cognitivo, imunológico e físico também está a todo vapor nessa fase da vida.
Quando não há consumo e absorção suficientes de ferro, a produção das células vermelhas do sangue fica prejudicada, afetando diretamente o transporte de oxigênio no corpo e, consequentemente, a quantidade de energia disponível para realizar atividades do dia a dia.
Como ela impacta as crianças e os bebês?
Por que será que tantas crianças ainda não consomem as porções adequadas de ferro nas refeições ou não conseguem absorver esse nutriente da melhor forma?
Um dos principais fatores é a falta de uma dieta equilibrada, rica em ferro, essencial para o desenvolvimento saudável.
De acordo com um artigo publicado no Jornal da Pediatria, a condição socieconômica de uma família está fortemente ligada à anemia ferropriva.
Isso porque, muitas vezes, pessoas de baixa renda enfrentam dificuldades para acessar alimentos nutritivos. Além disso, condições como moradia inadequada e falta de saneamento básico contribuem para o aumento do risco dessa condição.
A introdução alimentar precoce ou errada também favorece o surgimento da anemia infantil, já que o leite materno fornece a quantidade ideal de ferro que o bebê necessita nos primeiros meses.
Entretanto, quando ele é substituído por comidas sólidas “erradas” ou mais cedo do que o indicado, as chances da criança desenvolver a anemia por falta do mineral aumentam.
Outra causa que pode levar bebês e crianças a apresentarem anemia infantil é o baixo peso ao nascer e a prematuridade. Esse ponto, inclusive, mostra a importância da assistência durante o pré-natal, parto e o puerpério.
Quais os outros tipos de anemia?
Apesar da deficiência de ferro ser a principal causa de anemia infantil, existem outros tipos causados por outros motivos:
- anemia megaloblástica: onde glóbulos vermelhos têm tamanho anormal;
- anemia perniciosa: o corpo não consegue processar a vitamina B12;
- anemia hemolítica: o organismo produz anticorpos que destroem os glóbulos vermelhos;
- anemia falciforme: de causa genética, os glóbulos vermelhos têm formato anormal;
- anemia aplástica: doença autoimune que diminui a produção de glóbulos vermelhos;
- anemia de Fanconi: de causa genética também, altera o tamanho dos glóbulos vermelhos.
Principais sintomas da anemia infantil
Saber como identificar a condição é essencial para evitar maiores complicações. É importante ressaltar que os sintomas de anemia são gerais e não muito claros. No entanto, vale ficar de olho nos sinais para procurar ajuda médica, se necessário:
1 – Cansaço excessivo
Para quem está acostumado a ver crianças cheias de energia, esse comportamento pode ser um ponto de atenção.
Isso porque, geralmente, o cansaço infantil não deve durar mais do que um dia e é aliviado com boas horas de sono. Se mesmo depois de dormir o cansaço não passar, pode ser um sinal de anemia e o recomendado é buscar ajuda médica.
2 – Preguiça para brincar
Como o corpo está em desenvolvimento, as crianças tendem a ter muito mais disposição para brincar.
Assim, a falta de vontade de fazer atividades que gastem energia é um sinal importante e que indica que está na hora de investigar mais sobre essa “preguiça”.
4 – Falta de concentração
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a anemia ferropriva pode interferir no desenvolvimento cognitivo da criança, o que pode afetar em sua concentração.
Além disso, essa habilidade também pode ser afetada pela falta de energia que gera uma dificuldade em se manter focada naquilo que está fazendo e aprendendo.
5 – Perda de apetite
A falta de apetite é outro sintoma clássico da anemia infantil. Dessa forma, se o bebê ou a criança se recusa a comer e não sente fome, é importante procurar ajuda especializada.
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6 – Pálpebras e gengivas descoradas
As hemoglobinas são parte das células vermelhas do sangue e, por isso, proporcionam o nosso tom rosado e avermelhado na região dos olhos e boca.
Quando não há produção suficiente dessas células, essas regiões tendem a ficar com tons mais apagados e quase brancos.
É por isso que, em um exame físico, os profissionais da saúde pedem para abrirmos os olhos, as pálpebras e a boca: quando a coloração está diferente, é hora de análises complementares para saber o que está acontecendo.
Vale ressaltar que esses são os primeiros sintomas que aparecem e, quando não tratados, podem evoluir para um aumento da frequência cardíaca constante – o que, em situações mais graves, pode levar à morte.
Por isso, não ignore nenhum sinal que pode indicar anemia infantil e procure ajuda médica ao perceber alguma coisa diferente na criança.
Tratamento para a anemia infantil
O diagnóstico dessa condição é simples de ser feito. Uma vez que os sintomas foram notados por familiares, tutores ou educadores, deve-se procurar um pediatra.
Na consulta, o profissional poderá fazer o exame físico e pedirá exames de sangue, como o hemograma, que rapidamente aponta a falta de ferro e outras vitaminas. Com os resultados em mãos indicando a causa principal, o médico dirá qual o melhor tratamento.
Se a causadora da anemia infantil for mesmo a falta de ferro, conforme os resultados dos exames, poderá ser necessária a suplementação com este nutriente oral, por um período determinado. Além disso, também haverá necessidade de uma maior ingestão de alimentos que contêm o mineral.
O médico também pode associar o consumo de frutas e alimentos ricos em vitamina C no tratamento, já que ela ajuda na incorporação de ferro.
A importância da dieta balanceada
Uma alimentação saudável e balanceada deve ser feita por pessoas de todas as idades e os pais são ótimos exemplos do comportamento alimentar para as crianças.
Assim, é importante lembrar que o aleitamento materno até os 6 meses é crucial para prevenir a anemia infantil.
Após esse período cada refeição conta, já que o bebê não terá mais o suporte do leite materno. Ou seja, é preciso planejar uma alimentação balanceada, evitando alimentos industrializados e o alto consumo de carboidratos e laticínios.
Sendo assim, confira a lista de alimentos que vale a pena incluir no cardápio infantil:
- carne vermelha (especialmente fígado e vísceras);
- ovo;
- pão de cevada;
- feijão preto;
- grão de bico;
- soja;
- espinafre;
- couve;
- rúcula;
- aveia;
- ora-pro-nóbis;
- castanha-do-pará;
- cacau em pó.
É importante lembrar que o ferro de origem vegetal é afetado na hora de ser preparado, o que diminui sua absorção. Ou seja, a proteína de origem animal é a melhor opção para garantir a quantidade ideal de ferro às crianças.
Outra dica é deixar o feijão de molho por, pelo menos, 12 horas antes do cozimento. Isso ajuda a absorção do ferro e previne as cólicas intestinais.
Por fim, se for preparar beterraba, lembre-se que o ferro só está presente no talo. Então, cozinhe essa parte na sopa ou no feijão. Outra ideia é preparar um refogado com o talo da beterraba para complementar a alimentação.
E no caso dos bebês, o que fazer?
Assim que notado os primeiros sinais de anemia em bebê e confirmado o diagnóstico e a causa da doença por meio de exame de sangue, o tratamento pode ser feito por:
- suplementação de ferro líquido para ajudar no aumento do número de glóbulos vermelhos mais rapidamente.
- fototerapia ou “banhos de luz”, que ajudam a diminuir a concentração de bilirrubina em recém-nascidos com icterícia, o que colabora para absorção de nutrientes.
- hidratação intravenosa e transfusão de sangue no caso de anemia decorrente de perda de sangue rápida e em grande quantidade
Em todos os casos, a anemia infantil precisa ser rapidamente diagnosticada para que a causa da doença seja tratada. Por isso, faça o acompanhamento com um pediatra, que dará todas as recomendações necessárias sobre alimentação, saúde e exames que manterão os bebês e crianças saudáveis.
Fontes:
Meu bebê tem 1ano e 5 meses e tem anemia desde os 7 meses,já tomou vários sulfatos ferroso e ainda continua com anemia,o que faço??
Olá! Aldineres, como vai? Recomendamos levar ele no pediatra para que o médico possa avaliar e informar o melhor tratamento.