Saiba o que é angioplastia e quando é necessária
O acúmulo progressivo de gordura, cálcio e resíduos celulares na camada interna das artérias coronárias gera um estreitamento na passagem natural do sangue rico em oxigênio que nutre o coração.
Esse fenômeno, chamado aterosclerose, pode evoluir silenciosamente por décadas, fazendo com que o músculo cardíaco trabalhe sob estresse até provocar sintomas como dor no peito e falta de ar ou mesmo complicações mais graves, como o infarto.
Quanto mais cedo o quadro é identificado, maiores as chances de intervenções eficazes. Entre elas, entre as quais se destaca a angioplastia.
Para que serve a angioplastia
Consiste em um procedimento minimamente invasivo que tem como objetivo abrir essas estruturas entupidas para permitir o retorno do fluxo, diminuindo a necessidade de cirurgias mais extensas de revascularização.
As técnicas mais comuns, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), são:
- angioplastia com balão: introduz-se um cateter com um balonete na ponta que infla e “espreme” as placas contra a parede da região, melhorando o bloqueio;
- angioplastia com stent: complementar ao método acima (quando o médico entende que é preciso). Esse cilindro oco de aço é inserido no local em que se faz a dilatação para trazer mais estabilidade;
- angioplastia com excimer laser (ELCA): utiliza-se a luz ultravioleta de alta energia para remover as substâncias que estão em excesso. Geralmente, é uma alternativa para lesões mais complexas ou quando as demais não são viáveis.
Vale ressaltar que, apesar de muito mais conhecida como tratamento para questões envolvendo os vasos principais, existe ainda a chamada angioplastia de artérias periféricas voltada para vasos que irrigam as extremidades, como pernas e braços.
Quando o procedimento é indicado
Embora seja a principal terapêutica para a doença arterial coronariana, segundo a SBC, e um artigo publicado no National Center for Biotechnology Information, algumas situações específicas podem exigi-lo:
- dor torácica persistente, mesmo com o uso de medicamentos;
- casos de angina instável ou isquemia em repouso (redução súbita ou interrupção da passagem do sangue);
- manejo emergencial do infarto, já que pode limitar os danos durante ou logo após um ataque do coração.
Todos os quadros devem ser avaliados por um cardiologista, profissional responsável pelo diagnóstico, acompanhamento de condições cardiovasculares e escolha das técnicas mais adequadas a cada caso.
Como é o preparo e a realização da angioplastia
De forma geral, o paciente deve informar quais fármacos fazem parte de sua rotina e potenciais alergias para ajustes antes do agendamento.
Também é preciso fazer um jejum de oito horas para se submeter ao procedimento. Orientações mais detalhadas são fornecidas pelo médico.
Normalmente, a angioplastia acontece na sala de cateterismo cardíaco com a pessoa deitada de costas, sob anestesia local na área em que ocorrerá a punção arterial (virilha ou braço são os mais frequentes) e dura, em média, de 30 a 60 minutos. Requer internação, porém, na maioria das vezes, a alta acontece no dia seguinte.
Cuidados necessários
Ao voltar para a casa, o indivíduo costuma receber algumas recomendações para garantir uma boa recuperação, como destaca a Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro:
- retomar atividades cotidianas depois de 2 a 3 dias;
- não praticar exercícios físicos intensos ou levantar peso nas primeiras duas semanas;
- higienizar o local de inserção com água e sabão duas vezes por dia;
- ficar atento a sinais de infecção (vermelhidão, inchaço, presença de pus ou de febre) e buscar assistência se detectá-los;
- tomar os remédios conforme prescrição;
- evitar o fumo, pois aumenta o risco de reestenose (formação de um novo estreitamento no vaso já tratado).
Além disso, é de extrema importância manter as visitas de monitoramento com o médico para checar a evolução dos resultados e garantir um bom prognóstico.
Nos meses subsequentes, ele pode solicitar um teste ergométrico que permite avaliar se não houve outro entupimento.
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Prevenção de obstruções das artérias
Quadros de aterosclerose e doença arterial coronariana também podem ser prevenidos com a adoção de hábitos saudáveis, como:
- alimentação equilibrada e in natura, com consumo reduzido de sal, de açúcar e de gorduras saturadas;
- prática regular de exercícios físicos;
- controle das taxas de colesterol, de glicose e de pressão arterial;
- manutenção do peso adequado;
- abandono do tabagismo;
- check-ups periódicos com o cardiologista.
Por mais segura que seja angioplastia, essas medidas melhoram sua eficácia, bem como protegem a saúde do coração, ajudando a impedir recorrências e aumentando a qualidade de vida.
Fontes:
