Câncer no intestino está mais comum antes dos 50 anos: por quê?
Com aproximadamente nove metros de comprimento, o intestino também está suscetível ao desenvolvimento de tumores malignos.
Quando isso ocorre, há o diagnóstico de câncer, que pode se manifestar tanto no intestino delgado (mais raro) quanto no grosso.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), o câncer colorretal — que afeta o intestino grosso — é o segundo tipo que mais causa óbitos no Brasil, ficando atrás apenas do de pulmão.
Atualmente, a alta incidência do câncer de intestino chama a atenção, assim como o aumento significativo de casos em pessoas com idade abaixo dos 50 anos — contrariando a ideia de que a condição afeta apenas pessoas mais velhas.
Câncer no intestino não atinge apenas idosos
Anos atrás, a idade média dos pacientes diagnosticados com o câncer colorretal era de 65 anos, como explica um artigo do Jornal da USP. No entanto, essa realidade está mudando.
Embora a maior parte dos casos ainda ocorra em pessoas acima dos 50 anos, estudos indicam um crescimento expressivo da condição em adultos com idade inferior a essa.
Uma pesquisa internacional realizada em 50 países, e publicada na revista The Lancet – uma das mais antigas e prestigiadas da medicina – revelou uma tendência global: o câncer de intestino está se tornando mais frequente em pessoas dessa faixa etária.
No Brasil, o aumento da condição em pacientes com idade inferior aos 50 anos também foi constatado em um estudo conduzido por cientistas brasileiros e publicado na revista Current Problems in Cancer, o que fortalece a tese de que esse tipo de câncer não se restringe à população idosa.
Ainda não há uma explicação definitiva para esse fenômeno, mas o estilo de vida contemporâneo pode estar contribuindo para esse aumento. Entre os principais fatores de risco estão:
- alimentação pobre em fibras e rica em gorduras;
- sedentarismo;
- obesidade e sobrepeso;
- excesso de consumo de carne vermelha e de bebidas alcoólicas.
Sintomas e quando buscar o especialista
Estar atento aos sinais e sintomas do câncer no intestino é essencial. Eles incluem:
- sangue nas fezes;
- alteração no ritmo intestinal (diarreia ou prisão de ventre persistente);
- dor ou desconforto abdominal;
- fraqueza ou fadiga;
- anemia sem causa aparente;
- perda de peso involuntária;
- fezes muito finas ou alongadas;
- sensação de massa abdominal.
Caso qualquer um desses sintomas esteja presente, é essencial procurar atendimento médico. O gastroenterologista e/ou coloproctologista são profissionais indicados para avaliar os sinais e solicitar exames como a colonoscopia. Se necessário, o encaminhamento ao oncologista será feito para dar continuidade ao tratamento.
Um desses profissionais saberá analisar os sintomas e solicitar exames, como a colonoscopia, caso seja necessário e encaminhar o paciente para um tratamento com o oncologista.
O Cartão dr.consulta permite agendar consultas com especialistas e realizar procedimentos com valores acessíveis. Com ele, é possível acompanhar de perto a saúde intestinal e garantir uma abordagem preventiva para toda a família.

Formas de prevenção da formação de tumores
Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que mais de 45 mil novos casos de câncer colorretal devem ser diagnosticados no Brasil entre 2023 e 2025.
No entanto, a condição pode ser prevenida com mudanças no estilo de vida e a adoção de hábitos saudáveis.
Entre as principais recomendações para reduzir o risco da enfermidade, o INCA destaca:
- manter o corpo dentro do peso indicado;
- praticar atividades físicas regularmente;
- alimentar-se saudavelmente, dando preferência a produtos in natura ou minimamente processados;
- evitar comidas ultraprocessadas;
- não fumar.
Rastreamento precoce começa com a colonoscopia
O câncer no intestino pode ser prevenido ou diagnosticado precocemente com o rastreamento adequado. A colonoscopia é o principal exame indicado para esse fim, permitindo visualizar o interior do intestino e identificar lesões iniciais, como pólipos, que podem evoluir para câncer.
A recomendação geral é que o exame comece a ser feito a partir dos 45 anos, indica a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBOC).
Indivíduos com histórico familiar de câncer de intestino devem antecipar o exame: o ideal é realizá-lo aos 40 anos ou 10 anos antes da idade em que o parente foi diagnosticado (o que ocorrer primeiro).
Seguir a orientação é fundamental porque o câncer colorretal evolui de forma silenciosa e, muitas vezes, os sinais aparecem em fases mais avançadas.
Quanto mais cedo o câncer no intestino for diagnosticado, maiores são as chances de cura e menores os impactos do tratamento. Superar o preconceito e entender a importância da colonoscopia são passos fundamentais para transformar a prevenção em rotina de cuidado.
Quando detectado precocemente, as chances de cura ultrapassam 90%, conforme destacado na Revista Científica do Hospital Santa Izabel.
Preconceito e tabus sobre a colonoscopia dificultam o rastreamento
Embora o exame seja essencial para a detecção precoce do câncer de intestino, fatores culturais e tabus sociais ainda geram resistência à sua realização.
Principalmente por envolver a região anal, pacientes, especialmente entre o público masculino, sentem receio ou constrangimento de realizar o exame. Isso acaba contribuindo para o diagnóstico tardio do câncer no intestino.
Vencer essas barreiras, com acesso à informação clara e acompanhamento acolhedor, é essencial para que o rastreamento se torne parte da rotina de cuidados preventivos.
Fontes:
[…] câncer gástrico ou intestinal; […]
[…] câncer no intestino; […]
[…] sejam mais comuns a partir dos 50 anos, eles podem surgir antes, especialmente quando há histórico em parentes, ou ainda em pessoas com síndromes genéticas, […]
[…] é uma lesão que se forma na parede interna estomacal, do esôfago ou do duodeno (o começo do intestino). Essas feridas surgem a partir de fatores que causam danos a mucosa que serve de […]
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