A perda de memória é uma preocupação comum que afeta muitas pessoas, independentemente da idade. Esquecer onde colocou as chaves, não lembrar de uma conversa recente ou esquecer compromissos importantes são exemplos típicos desse quadro.
Essas situações podem ser causadas por diversas causas que vão desde fatores benignos até condições mais sérias.
Portanto, compreender o que está por trás desses lapsos é fundamental para adotar medidas adequadas e, quando necessário, procurar ajuda profissional.
Qual o papel da memória?
Segundo a ciência, a memória não é apenas uma função cognitiva passiva, mas um processo ativo e dinâmico que envolve várias áreas do cérebro.
Sendo responsável por armazenar, recuperar e esquecer informações, ela é formada por três etapas principais:
- codificação: a primeira fase é de aprendizagem. Isso envolve receber, entender e modificar informações para que possam ser processadas pelo cérebro;
- armazenamento: esse é o estágio em que esses dados são consolidados e mantidos no cérebro;
- recuperação: o último processo é o responsável por acessar as informações armazenadas quando necessário.
Na vida cotidiana, essas etapas são continuamente ativadas. Por exemplo, ao ler um livro, a codificação ocorre quando você transforma palavras em significados. O armazenamento acontece enquanto dorme, consolidando as informações aprendidas. Finalmente, a recuperação é ativada quando é necessário lembrar de um detalhe específico do livro em uma conversa.
Efeito porta e o que ele tem a ver com lapsos de memória
Sabe quando você está no quarto e vai até a cozinha pegar algo, mas quando chega no cômodo já não se lembra mais do que foi fazer? É disso que se trata o efeito porta.
Esse termo foi dado pelo cientista cognitivo Tom Stafford para descrever a situação em que uma pessoa esquece o que ia realizar ao entrar em outro ambiente.
Estudos sugerem que ao passar por uma porta, pode ocorrer uma espécie de “limite de evento” na mente, onde o foco de atenção muda e a memória é compartimentada, tornando a lembrança mais difícil.
Esse efeito é mais provável de ocorrer quando a pessoa está em um estado cognitivo vulnerável — como quando a mente está sobrecarregada.
O esgotamento mental, causado pela exposição a uma quantidade enorme de estímulos e a tentativa de realizar várias tarefas simultaneamente, pode saturar o córtex cerebral e levar a uma mente hiperpensante e impaciente, com esses lapsos de memória. No entanto, o efeito porta não é o único responsável pelos esquecimentos.
8 causas comuns para a perda de memória
Existem diversos fatores para momentos de esquecimento, mas os mais comuns são:
1. Estresse e ansiedade
O estresse é uma das causas mais comuns de lapsos de memória e não somente na hora do efeito porta.
Quando uma pessoa está sob grande pressão, o corpo libera hormônios do estresse, como o cortisol, que podem interferir na capacidade do cérebro de processar e armazenar novas informações.
A ansiedade, muitas vezes associada ao estresse, também pode agravar essas condições, criando um ciclo vicioso de esquecimentos.
2. Noites mal dormidas
O sono é essencial para a consolidação da memória, pois é durante a noite que cérebro processa e organiza informações adquiridas durante o dia. Dessa forma, sempre que possível, mantenha uma rotina de sono saudável e durma entre 7 e 9 horas.
3. Consumo de álcool e drogas
O uso dessas substâncias pode danificar as células cerebrais e interferir na comunicação entre os neurônios, resultando em lapsos de memória temporários, e, em casos de abuso prolongado, danos permanentes a essa função.
4. Depressão
Por alterar a química do cérebro, a condição pode afetar negativamente a memória, dificultando a concentração e a retenção de informações.
O tratamento adequado da depressão, por meio de terapia e medicação, pode ajudar a melhorar a função cognitiva.
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5. Hipotireoidismo
Os hormônios da tireoide são essenciais para o metabolismo do cérebro e, nessa condição, a glândula não consegue manter uma produção suficiente para o bom funcionamento do organismo.
Além de perda de memória, o hipotireoidismo pode ter sintomas como fadiga, depressão e dores musculares. O tratamento com reposição hormonal pode ajudar no quadro.
6. Deficiência de vitamina B12
Essa vitamina é essencial para o funcionamento adequado do cérebro e do sistema nervoso. Dessa forma, a deficiência de B12 pode causar uma série de sintomas, incluindo perda de memória, fadiga e dificuldades de concentração.
Incluir alimentos ricos nesse nutriente pode melhorar os lapsos de esquecimento. Um nutricionista pode te ajudar a incluir esses itens no cardápio de acordo com o que você gosta e sua rotina.
7. Doenças neurológicas
Condições de saúde, como o Alzheimer e outras formas de demência, são causas sérias de perda de memória.
Embora sejam mais comuns em idosos, essas doenças podem começar a se manifestar com lapsos de esquecimento.
A detecção precoce é essencial para um tratamento eficaz e para ajudar a retardar a progressão da condição.
8. Envelhecimento natural
Esse é um fator inevitável que pode levar a mudanças na capacidade de memória. Assim, com o tempo, é normal que algumas pessoas experimentem lapsos de esquecimento.
No entanto, é importante distinguir entre as alterações normais do envelhecimento e os sinais de algo mais sério.
Como lidar com esse quadro
Os cuidados com a perda de memória envolve várias abordagens, desde mudanças no estilo de vida até intervenções médicas. Aqui estão algumas orientações sobre como enfrentar essa situação de maneira eficaz.
Quando procurar um médico
Se o esquecimento se tornar frequente, interferir nas atividades diárias ou forem acompanhados de outros sintomas preocupantes, é importante procurar um médico. Sinais de alerta incluem:
- dificuldades em realizar tarefas que já conhece bem;
- confusão sobre pessoas, horários ou locais;
- mudanças de personalidade em relação à falta de cuidado como comer mal, não tomar banho ou comportar-se de maneira insegura.
Como a perda de memória pode ser causada por diversos fatores, um clínico geral é o especialista recomendado para fazer essa primeira avaliação.
Como é feito o diagnóstico
É necessária uma avaliação completa para entender o que está por trás da perda de memória. O médico pode realizar uma série de testes cognitivos para avaliar esse processo cognitivo e outras funções mentais.
Exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, podem ser usados para detectar anomalias no cérebro.
Além disso, testes de análise sanguínea também podem ser realizados para descartar deficiências vitamínicas, como a de B12, e outras condições médicas que podem afetar a memória.
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Opções de tratamento
O tratamento para a perda de memória depende da causa subjacente, ou seja, do que está causando esse quadro.
Se o estresse ou a falta de sono forem os culpados, técnicas de gerenciamento do estresse e a melhoria da qualidade do sono podem ser eficazes.
Já no caso de depressão, ansiedade, hipotireoidismo ou deficiência de vitamina B12, por exemplo, a terapia e os medicamentos podem ajudar.
Para doenças neurológicas, como o Alzheimer, também existem remédios que podem ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida de quem foi diagnosticado com essas condições.
Medidas de segurança e apoio
Conviver com a perda de memória, mesmo que sejam lapsos, não é fácil. Dessa forma, adicionar algumas ações no dia a dia pode ajudar quem tem o quadro (ou quem convive com essa pessoa).
Isso inclui rotular itens, usar lembretes visuais e estabelecer uma rotina diária clara. Suporte social também é importante — familiares e amigos podem oferecer assistência prática e emocional. Participar de grupos de apoio pode fornecer um espaço para compartilhar experiências e obter conselhos úteis.
Adotar um estilo de vida saudável é fundamental
Já deu para perceber que algumas coisas são essenciais para a memória, né? Por isso, vale incluir bons hábitos na sua rotina para evitar ou minimizar os efeitos desse quadro.
Além da dieta equilibrada, principalmente com frutas, vegetais, nozes e peixes gordurosos que são particularmente benéficos, e uma boa noite de sono, invista em:
- fazer exercícios físicos: a atividade física regular melhora a circulação sanguínea, inclusive para o cérebro, e pode ajudar a melhorar a memória e outras funções cognitivas;
- socialize: manter relações sociais saudáveis e participar de atividades sociais pode ativar as funções cognitivas;
- estimule o cérebro: engajar-se em atividades que desafiem a mente, como leitura, jogos de lógica e aprender novas habilidades, pode ajudar a manter a memória afiada.
Lembre-se todos os dias que a sua saúde e bem-estar devem ser sua prioridade. Se está precisando de ajuda com a perda de memória, ou qualquer outra coisa, o dr.consulta e sua equipe especializada está à disposição!
Fontes: