Com o aumento da conscientização sobre saúde mental, é essencial compreender as diferenças e semelhanças entre as condições que atingem o bem-estar da mente e, que, embora distintas, frequentemente coexistem e compartilham sintomas.
É o caso da depressão e ansiedade. Consideradas as duas condições mais comuns entre os transtornos mentais presentes na população mundial, elas representam juntas cerca de 60% dos casos globais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O conhecimento sobre os dois quadros é fundamental para um diagnóstico correto, um tratamento eficaz e uma melhor qualidade de vida para os pacientes.
Como distinguir depressão e ansiedade
Conforme explica a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a depressão é um transtorno de humor caracterizado por uma tristeza persistente, cansaço extremo, desânimo e perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas.
O quadro pode comprometer significativamente as funções diárias de uma pessoa e está frequentemente associado a sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva.
Por outro lado, o termo ansiedade abrange uma variedade de transtornos, incluindo o transtorno de ansiedade generalizada (TAG).
Sua principal característica é o estado constante de preocupação ou medo exagerado, muitas vezes desproporcional à situação enfrentada. Essas aflições podem se manifestar tanto no âmbito pessoal quanto no profissional, afetando o bem-estar geral.
De acordo com o Jornal da USP, enquanto a depressão é marcada por sentimentos de vazio e apatia, a ansiedade geralmente se apresenta com inquietação e tensão constante.
Esses contrastes ajudam a diferenciar os dois quadros, mas é importante lembrar que uma mesma pessoa pode apresentar sinais de ambos simultaneamente, dificultando o diagnóstico.
Sintomas específicos de cada condição
Depressão
O Ministério da Saúde aponta que os sintomas físicos comuns da depressão incluem:
- falta de energia e cansaço excessivo;
- pensamentos mais lentos;
- dificuldades digestivas e mal-estar;
- falta de concentração e de memória;
- insônia ou sono excessivo;
- alterações no apetite;
- falta de libido;
- dor no peito e taquicardia;
- produção de suor excessivo (sudorese).
Ansiedade
Já os sintomas físicos da ansiedade podem variar, mas frequentemente incluem:
- tensão muscular ou inquietação motora;
- batimentos cardíacos acelerados (taquicardia);
- tremores;
- tontura;
- falta de ar;
- boca seca e voz trêmula;
- sudorese e vermelhidão no rosto;
- sensação de ameaça iminente.
Existem semelhanças entre os quadros
Embora diferentes, eles apresentam sintomas físicos e comportamentais que podem se sobrepor, como:
- irritabilidade;
- alterações no sono e no apetite;
- fadiga constante;
- dificuldade de concentração.
Essas similaridades reforçam a importância de um diagnóstico feito por um profissional qualificado, como psicólogos ou psiquiatras. O autodiagnóstico pode levar a tratamentos inadequados e até agravar os sintomas.
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Como controlar a depressão e ansiedade
Buscar ajuda logo nos primeiros sinais é essencial para evitar o agravamento das condições, que exigem um tratamento personalizado e contínuo, sempre com o acompanhamento de profissionais qualificados para orientar as melhores estratégias em cada situação. Normalmente, os cuidados incluem:
Sessões de psicoterapia
Durante a abordagem terapêutica, é possível estimular o processo de autoconhecimento do paciente. Condutas, memórias, emoções e traumas podem ser trabalhados a fim de identificar e, possivelmente, alterar padrões comportamentais nocivos.
Medicação
O uso de medicamentos pode ser necessário em alguns casos. A prescrição é feita exclusivamente por psiquiatras já que psicólogos não são autorizados a fornecer receitas médicas, mas podem realizar um encaminhamento ao notarem sinais em seus pacientes.
A escolha do remédio, a dosagem e a duração do tratamento variam conforme cada quadro e são definidas mediante à avaliação do histórico clínico, da resposta individual e da gravidade dos sintomas.
Práticas Complementares
Além da psicoterapia e dos medicamentos, atividades saudáveis como meditação, mindfulness, alimentação balanceada e exercícios físicos regulares podem contribuir com o controle dos sintomas, proporcionando melhora no bem-estar geral e na qualidade de vida.
Vale lembrar que o diagnóstico precoce aumenta significativamente o sucesso do tratamento, as chances de recuperação e ainda evita o agravamento dos sintomas, protegendo a integridade da saúde mental e física.
Fontes: