Confira um guia completo sobre a diverticulose
A diverticulose é uma condição intestinal relativamente comum entre os adultos. Ela é caracterizada pelo aparecimento de bolsinhas no revestimento do intestino grosso e tende a se tornar mais frequente com o avançar da idade.
Embora muitas vezes seja assintomática, compreender suas características é fundamental para manter a saúde do sistema digestivo e prevenir consequências como a chamada diverticulite. Nessa tarefa, o suporte adequado de um especialista certamente faz toda a diferença.
Entenda o que são os divertículos
Eles são pequenas bolsas que se formam no interior do intestino grosso (também chamado de cólon). Na prática, os divertículos se desenvolvem quando a pressão interna do órgão aumenta. Consequentemente, o tecido da região é forçado a se projetar para fora através de pontos mais fracos da parede.
Dessa forma, surgem alterações com poucos milímetros e de formato arredondado, com quantidade que varia caso a caso. Ou seja, algumas pessoas têm alguns, enquanto outras podem apresentar dezenas dessas formações.
O que vale reforçar é que a presença de divertículos não é, necessariamente, motivo de preocupação imediata. Porém, sua identificação frequentemente demanda atenção médica para evitar que evoluam para quadros mais complexos.
Seja como for, não é raro que eles permaneçam estáveis por anos sem causar sintomas significativos.

A diferença entre diverticulose e diverticulite
Ainda que os termos sejam parecidos, em certa medida eles representam estágios diferentes do mesmo processo.
Conforme a Sociedade Catarinense de Gastroenterologia explica, a diverticulose refere-se à existência de divertículos no intestino grosso, sem a ocorrência de sintomas necessariamente. Já a diverticulite refere-se a um ou mais divertículos que se inflamam ou se infeccionam. Essa complicação pode causar incômodos bastante intensos, que incluem:
- dor abdominal;
- febre;
- variações no funcionamento intestinal (diarreia ou constipação);
- perda de apetite;
- inchaço e sensibilidade ao toque na região da barriga;
- sangramento nas fezes.
Ao surgir de uma hora para outra, de modo pontual, a diverticulite é considerada aguda. Nesse cenário, a busca por ajuda médica imediata é sempre a melhor orientação. Todavia, quando os episódios se repetem, o quadro assume caráter crônico.
De acordo com o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, tal diagnóstico é mais comum a partir dos 40 anos. No mais, dados publicados na revista científica Gastroenterology sustentam que uma pessoa com diverticulose tem entre 10% e 25% de risco de um episódio de diverticulite ao longo da vida.

Causas e a evolução de um quadro de diverticulose
Há diversas causas para as mudanças indesejadas no tecido do sistema digestivo. Elas se acumulam lentamente com o passar dos anos até interferirem na alteração da estrutura gastrointestinal. As principais delas estão listadas a seguir.
- fatores alimentares;
- genética e anatomia;
- estilo de vida e condições preexistentes.
1. Fatores alimentares
A alimentação rica em alimentos ultraprocessados e pobre em fibras está fortemente associada ao desenvolvimento da diverticulose.
O consumo insuficiente desse nutriente torna as fezes ressecadas e dificulta a frequência e a facilidade da evacuação, aumentando a pressão dentro do órgão, induzindo o aparecimento das bolsas na parede do cólon.
Portanto, quem tem prisão de ventre crônica não deve encarar essa questão como algo natural e deve procurar ajuda especializada para investigar as causas dessa lentidão.
2. Aspectos genéticos e anatômicos
Algumas pessoas apresentam predisposição hereditária para desenvolver pontos mais fracos na parede do cólon. Em outras palavras, isso indica que alguém com um familiar com diverticulose talvez tenha mais chance de ter que conviver com o quadro.
Essas características específicas influenciam na idade (ou seja, ele pode ser mais precoce) e na quantidade de divertículos formados.
No mais, particularidades presentes na anatomia desde o nascimento também contribuem para os pontos de fragilidade responsáveis pelos divertículos.
3. Estilo de vida e condições prévias
O sedentarismo, o tabagismo e o uso prolongado indevido de anti-inflamatórios são elementos adicionais nesse risco.
Adicionalmente, sobrepeso, obesidade e síndrome do intestino irritável podem estar relacionados ao aparecimento da diverticulose.
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Etapas de diagnóstico dessas alterações
Enquanto a maioria dos episódios de diverticulite representa uma emergência médica, a diverticulose é, com frequência, descoberta acidentalmente durante exames realizados por outros motivos, uma vez que geralmente não causa sintomas específicos. O gastroenterologista é o especialista apropriado para o devido acompanhamento.
Durante a visita ao médico, ele fará uma avaliação completa de possíveis queixas, do histórico familiar e de eventuais fatores de risco.
Em alguns casos, a suspeita surge diante de desconforto abdominal leve, mas persistente e mudança no padrão de idas ao banheiro, sobretudo em adultos mais velhos. Os recursos mais utilizados para investigação englobam:
- a colonoscopia, em que um instrumento com uma câmera na ponta é inserido pelo reto para captar imagens detalhadas do interior do cólon;
- as tomografias computadorizadas, que utilizam raios X sequenciais para compor imagens detalhadas do organismo;
- as ressonâncias magnéticas, que são uma alternativa importante para visualizar os órgãos;
- as radiografias com enemas de bário, em que o elemento radioativo é utilizado como contraste, facilitando a visualização.
Muitos desses exames são igualmente empregados caso haja a suspeita de inflamação nos divertículos.
Opções de tratamento da diverticulose e da diverticulite
A abordagem varia significativamente dependendo se há apenas as bolsas no interior do cólon ou se a condição inflamatória já avançou.
Manejo da diverticulose
Nesses casos, o foco são mudanças no estilo de vida para prevenir complicações futuras. Muito provavelmente não haverá necessidade de medicamentos nem qualquer outro tipo de intervenção adicional.
As orientações incluem modificações na alimentação e manutenção de hábitos intestinais saudáveis, bem como visitas periódicas ao médico e repetição de exames pertinentes.
Tratamento da diverticulite
Quando ocorre inflamação dos divertículos, ela demanda remédios para controlar o estado inflamatório e possíveis infecções, reduzindo os sintomas. Além disso, ajustes na dieta (privilegiando refeições líquidas e pastosas, pobres em fibras) para aliviar o trabalho do órgão são indicados.
Em casos leves, a recuperação pode ser feita em casa. Situações mais graves podem requerer internação hospitalar. Contratempos severos, como perfuração do cólon ou a constituição de abscessos, constantemente exigem intervenção cirúrgica.
Uma dúvida comum entre quem recebe esse diagnóstico é se ele aumenta a chance de ter um câncer colorretal no futuro. Mas ainda que a mesma pessoa possa ter ambos, não existe conexão bem estabelecida entre eles.
Na dúvida, vale sempre a pena falar com o médico, inclusive para reforçar medidas de prevenção desse tipo de tumor.
As principais recomendações para manter os intestinos saudáveis
Garantir a saúde digestiva é indispensável para prevenir as diversas condições que afetam a atuação dessas estruturas tão complexas. Isso pode ser alcançado com:
- uma alimentação rica em fibras, que garanta pelo menos 25 gramas da substância por dia. Ela está presente sobretudo em frutas, verduras, legumes, grãos integrais e leguminosas;
- hidratação adequada, principalmente para que o trabalho das fibras seja facilitado no processo de formação das fezes;
- atividade física regular, que estimula o funcionamento do sistema digestivo;
- interrupção de hábitos negativos, como fumar ou exagerar na bebida alcoólica;
- consultas médicas regulares, em especial à medida que os anos passam, mesmo sem qualquer queixa aparente.
Essas e outras medidas são importantes na prevenção e na identificação precoce também da diverticulose, algo essencial para promover a qualidade de vida.
Fontes:
[…] modificações na estrutura intestinal, que aumentam a chance de diverticulite; […]