Cocô no potinho? Entenda tudo sobre o exame de fezes
Entre as prescrições dos check-ups de saúde, o exame de fezes é bastante primordial. Ele é solicitado pelos médicos para avaliações rotineiras ou para diagnosticar diferentes alterações no sistema digestivo, dependendo das queixas e sintomas dos pacientes.
As patologias que podem ser descobertas, a forma de coleta, quanto de amostra é necessário e o tipo de armazenamento, por exemplo, são algumas das perguntas mais frequentes feitas por quem precisa realizá-lo.
Pensando nisso, criamos esse conteúdo para te explicar os detalhes sobre esse teste. Aqui, você poderá tirar suas dúvidas e estar mais preparado para o momento da coleta.
Para que serve?
É costumeiro pensar nas fezes apenas como um resíduo da digestão. Todavia, elas também podem indicar vários fatores sobre o estado de saúde e é esse o motivo que faz o exame ser tão solicitado pelos profissionais.
Por meio de uma pequena amostra, os laboratórios de análises clínicas conseguem verificar a presença de vermes no trato digestivo, infecções por bactérias ou vírus, sangramento (que nem sempre é visível a olho nu), gorduras e até se há alguma falha na absorção de nutrientes.
Assim, são vários os especialistas que podem requisitar essa análise, como os gastroenterologistas, que são os responsáveis por cuidar do sistema gastrointestinal, os nutricionistas, clínicos gerais, pediatras, geriatras e assim por diante.
A lista de doenças que podem ser diagnosticadas também é longa. Saiba as principais:
Parasitoses
Quando o paciente relata dores abdominais, diarreia, náuseas e perda de peso, o primeiro alerta que costuma surgir na mente dos médicos é a presença de parasitoses, ou seja, de vermes no trato digestivo e, principalmente, no intestino.
Com o exame de fezes, verifica-se se é o caso de uma giardíase, ascaridíase ou oxiuríase e, dessa forma, é possível iniciar o tratamento mais adequado.
Sangue oculto
Perceber sangue após evacuar, como no papel higiênico, é algo que precisa de atenção. Porém, em algumas situações, o resíduo está presente em uma quantidade que nem sempre é perceptível sem o auxílio de um microscópio.
Por isso, o teste contribui para os diagnósticos de condições que podem ser graves, como hemorragias intestinais e tumores, e também outras, como hemorroidas e fissuras anais.
Doenças inflamatórias intestinais
Como o próprio nome diz, essas enfermidades causam pontos de inflamação no intestino e em outras partes do trato digestivo. Existem duas principais: a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa.
Elas promovem vários incômodos, como quadros de diarreia ou prisão de ventre, náuseas e vômitos, perda de peso, anemia, fadiga e febre. O exame de fezes ajuda os médicos a iniciar a investigação e a mostrar quais outras análises são necessárias para chegar ao diagnóstico precisamente.
Pesquisa de gordura fecal
Além do sangue, é possível ainda checar a presença de gordura em excesso nas fezes. Isso indica algumas patologias, como doença celíaca (uma intolerância ao glúten), intolerância à lactose, diverticulose (alterações na estrutura do intestino grosso) e amiloidose (acúmulo de proteínas no organismo).
Infecções
Até mesmo infecções por vírus ou bactérias podem ser diagnosticadas pelo cocô, por meio das toxinas que esses microrganismos liberam.
Quais são os 6 tipos de exame de fezes que existem?
Existem muitas formas de analisar a coleta de fezes e cada técnica é solicitada conforme os sintomas do paciente. Os 6 mais solicitados são:
- exame macroscópico das fezes;
- exame parasitológico de fezes;
- coprocultura;
- pesquisa de sangue oculto;
- pesquisa de rotavírus;
- pesquisa de adenovírus.
A seguir explicaremos um pouco sobre cada um.
1. Exame macroscópico das fezes
Esse método é o mais simples e pretende observar o cocô macroscopicamente, ou seja, a olho nu. Nessa observação, são avaliadas a cor e a consistência, características que estão diretamente ligadas à quantidade de água ingerida durante o dia e possíveis infecções.
Assim, o biomédico já consegue ter indícios de diarreia, prisão de ventre, questões no fígado (por meio da cor do material) e má digestão. Dependendo do que for observado, outros exames complementares poderão ser solicitados.
2. Exame parasitológico de fezes
Essa análise é capaz de checar a presença de vermes, como os que citamos anteriormente. Além do próprio parasita, o exame permite notar se existem cistos e ovos, que indicam a disseminação desses patógenos.
Vale ressaltar que, para a realização dessa técnica, o paciente pode ser orientado a usar laxantes ou supositório antes de coletar as fezes e elas devem ser mantidas na geladeira.
3. Coprocultura ou cultura de fezes
A coprocultura é o nome científico do exame de cultura de fezes, nome mais comum nos laboratórios. É solicitado para identificar a presença de bactérias, como as que geram a gastroenterite (inflamação ou irritação no tubo intestinal).
Nesse tipo, manter a amostra em refrigeração vai depender da indicação do profissional de saúde e do laboratório que realizará a coleta.
É possível também analisar a saúde geral do intestino, pois a presença de patógenos que não fazem parte da microbiota intestinal – grupo de microrganismos que vivem em determinado ambiente – sugere uma irregularidade na saúde do paciente, que necessita de acompanhamento clínico.
4. Pesquisa de sangue oculto
É a análise da presença de sangue, mesmo que seja imperceptível a olho nu. O método é indicado, principalmente, para detectar câncer de cólon, câncer de intestino e investigação de possíveis hemorragias no sistema digestivo.
As formas de como colher fezes para o exame de sangue oculto podem variar em dois tipos:
- com a necessidade de uma dieta específica de 3 a 5 dias antes;
- sem a necessidade de restrições alimentares.
A restrição alimentar da primeira etapa consiste na não ingestão de carne vermelha ou branca, rabanete, nabo, couve-flor, beterraba, soja, feijão, lentilha, grão de bico, milho, azeitonas, amendoim, nozes e castanhas, pois esses alimentos podem deixar resquícios no material, mesmo após a digestão.
Depois da coleta, a amostra deverá ser armazenada na geladeira e enviada ao laboratório em até 24 horas. As fezes não podem ser colhidas se o paciente apresentar sangramento anal, nasal ou na gengiva durante a escovação, pois o sangue interfere nos resultados.
É importante salientar que este exame não faz diagnóstico de câncer, mas auxilia na investigação desta doença junto a outros procedimentos.
Portanto, saiba que nem sempre a presença de sangue nas fezes é algo que já confirma a existência de tumores malignos.
5. Pesquisa de rotavírus
Estamos falando de um vírus que causa infecção intestinal, com diarreia (fezes bastante líquidas), febre, tosse e coriza.
O rotavírus pode afetar qualquer pessoa, mas é mais comum em crianças de até dois anos de idade. Por isso, os pediatras costumam solicitar esse exame.
O material deve ser coletado de 3 a 5 dias após o aparecimento dos sintomas e a qualquer hora do dia. Além disso, amostras que apresentarem muco, pus ou sangue, podem ajudar no diagnóstico da doença.
Após coleta, as fezes devem ser levadas ao laboratório em no máximo 1 hora para que a detecção seja rápida.
6. Exame de pesquisa adenovírus
Outro vírus que pode ser identificado pelas fezes é o adenovírus. Estamos falando de um grupo de vários vírus que causa doenças respiratórias, como o resfriado. Esses microrganismos, inclusive, podem estar por trás de infecções intestinais e conjuntivite.
O exame de fezes consegue diferenciar o que está causando os sintomas gastrointestinais: adenovírus, rotavírus ou bactérias, por exemplo. Dessa forma, o médico irá prescrever o tratamento correto.
Você pode realizar todos esses tipos de testes de fezes e outros exames do check-up, como hemograma, urina, ultrassonografias e eletrocardiograma, no dr.consulta.
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Recomendações para a coleta correta
A coleta deve ser realizada com muito cuidado para evitar contaminação. É necessário utilizar um local limpo, livre do contato com água e urina.
Os laboratórios costumam entregar recipientes apropriados para o armazenamento do material, que já estão lavados e esterilizados.
Para a coleta:
- Use um bidê limpo o próprio chão do banheiro forrado com papel higiênico branco ou plástico;
- Utilize a pazinha descartável (que vem com o próprio pote) para coletar um pedaço das fezes;
- Prefira coletar a parte superior das fezes, que não teve contato direto com o papel, plástico ou bidê. O mesmo vale para a coleta em fraldas;
- Tampe o recipiente e o identifique com o seu nome completo, data de nascimento e da coleta.
- Após todo esse procedimento, limpe o local, descarte o que for não for utilizado e lave bem as mãos. Manter a higiene correta é um dos fatores mais importantes para evitar ou agravar questões de saúde.
Existe também outra maneira para coletar as fezes. Para isso, é preciso utilizar uma espécie de sacola plástica esterilizada que reveste o vaso sanitário e evacuar normalmente.
A sacola impede a contaminação com a água presente no vaso e é de fácil utilização para as pessoas com dificuldades de mobilidade e que não conseguem ficar agachadas.
Lembre-se: não se deve coletar as fezes no próprio centro médico para evitar contaminação.
Outras orientações
É interessante, além de não contaminar as fezes com outros microrganismos, tomar certas precauções para que o exame seja o mais tranquilo e eficaz possível.
Aqui estão outras recomendações:
Não é necessário encher o potinho
A quantidade de fezes varia conforme o exame a ser realizado, mas geralmente nenhuma ultrapassa a metade do potinho.
É indicado colocar no recipiente cerca de 10g a 30g de fezes, o que é equivalente a 3 ou 4 espátulas descartáveis. Porém, o ideal é consultar o profissional que solicitou o exame e seguir suas orientações.
Onde é correto armazenar?
Dependendo da situação, o material precisa ser levado para o laboratório algumas horas após a coleta. Em outros, pode ser guardado na geladeira, mas somente por 24 horas.
Caso você precise guardar na geladeira, embrulhe o pote com papel ou plástico e lacre com fita adesiva. Jamais armazene no congelador ou freezer.
Quando tenho que fazer o exame de fezes?
O exame de fezes deve sempre ser solicitado por um profissional de saúde, conforme os sinais, sintomas, histórico e suspeitas, pois cada caso exige um tipo de exame.
Os especialistas podem solicitá-lo quando o paciente apresenta quadros sem causas conhecidas de:
- diarreia;
- emagrecimento radical;
- sangramento;
- perda de gordura ou muco nas fezes;
- anemia;
- baixo crescimento nas crianças;
- dor abdominal recorrente;
- dor para evacuar.
Deu para notar que é um teste simples, mas muito relevante, não é? Então, não deixe de realizá-lo quando prescrito para garantir que está tudo em ordem com a sua saúde.
Agora que você já tirou todas as suas dúvidas sobre como fazer exame de fezes, não espere mais para entrar em contato com o dr.consulta.
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Fontes:
- Orientações para Coleta de Fezes | UFRGS;
- “Não encha o pote”; o que é certo e errado ao coletar fezes para exame | Viva Bem – UOL;
- Extensão 48 aborda eficácia em exames de fezes | Jornal da Unicamp.
Ótimas informações. Obtive todas as informações que precisava. Parabéns.
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Orientações convincentes, parabéns!
Olá, Manoel! Tudo bem? Ficamos felizes que tenha gostado, continue nos acompanhando, sempre estamos postando novos temas!
Todas as minhas questões respondidas. Obrigada e Parabéns!
Olá! Eliana, como vai? Ficamos felizes com seu reconhecimento e elogio. Continue nos acompanhando ??
Bom dia! Parabéns a toda a equipe do Dr. Consulta pela informações esclarecedoras sobre o que “um simples exame de fezes” pode apontar no organismo e que é de desconhecimento da maioria da população. Obrigada!
Gostei muito do conteúdo. Super explicativo!
Amei a explicação parabéns a equipe do dr.comsulta
[…] lesões formam-se nas áreas dos genitais cobertas pelo tecido ou material usado para reter as fezes e a […]