Saiba quando fazer o exame de glicose na gravidez

O corpo da mulher passa por diversas transformações fisiológicas e hormonais para sustentar o desenvolvimento do bebê.
Nesse cenário, o monitoramento da glicemia — ou seja, dos níveis de açúcar no sangue — é uma das medidas fundamentais que necessita atenção para garantir a saúde materna e fetal.
A identificação precoce de distúrbios no metabolismo, como o diabetes, pode prevenir complicações graves.
Disglicemia é a alteração metabólica mais comum na gestação
Conforme explica a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o termo refere-se a qualquer anormalidade na taxa de glicose.
Dados indicam que aproximadamente 16% dos nascidos vivos são filhos de mulheres que apresentaram algum tipo de hiperglicemia (níveis elevados) quando estavam gestando. E cerca de 8% delas possuíam diagnóstico prévio de diabetes.
O aumento dos casos dessa condição, tanto do tipo 1 (DM1) quanto do tipo 2 (DM2), entre mulheres em idade fértil têm contribuído diretamente para uma maior prevalência da chamada diabetes pré-gestacional.
Por esse motivo, o rastreamento glicêmico não deve ocorrer apenas nesse momento, mas também no período de planejamento da gravidez.

Quando a gestante deve fazer exame de glicose
O ideal é que seja realizado logo nas primeiras consultas de pré-natal. Entre os principais exames utilizados estão:
- glicemia em jejum;
- hemoglobina glicada (HbA1c);
- teste oral de tolerância à glicose (caso a primeira glicemia em jejum seja menor que 92mg/dL).
Eles permitem não só o diagnóstico precoce, mas também a diferenciação entre o diabetes gestacional e um quadro pré-existente que é identificado apenas durante a gravidez (overt diabetes).
O Cartão dr.consulta permite o acesso a diversos procedimentos que garantem os cuidados adequados nesse período. Além disso, a mulher é incluída no programa Minha Gestação, que oferece suporte multidisciplinar por meio de consultas on-line gratuitas de enfermagem.

Valores de referência para a glicose em grávidas
Os parâmetros para as alterações glicêmicas, como aponta a SBD, variam de acordo com o tipo da condição:
Diabetes mellitus diagnosticado na gestação
- glicemia em jejum: igual ou maior a 126 mg/dL;
- HbA1c: igual ou maior a 6,5%;
- TOTG após a 24ª semana (2 horas): igual ou maior a 200 mg/dL.
Diabetes mellitus gestacional
- glicemia em jejum: entre 92 e 125 mg/dL;
- HbA1c: entre 5,7% e ? 6,4%;
- TOTG após a 24ª semana (2 horas): entre 153 e 199 mg/dL.
Por que é essencial detectar as alterações glicêmicas na gravidez
O controle glicêmico é vital para proteger a mãe e a criança. Quadros de diabetes gestacional podem fazer com que o excesso de glicose no sangue materno atravesse a placenta e atinja o feto – estimulando seu pâncreas a produzir mais insulina do que deveria, explica a SBD.
Isso favorece o desenvolvimento da macrossomia fetal – condição caracterizada pelo crescimento excessivo do bebê. Nesses casos, é comum o nascimento de recém-nascidos com mais de 4 kg.
Outras possíveis complicações, segundo a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), incluem:
- pré-eclâmpsia;
- parto prematuro;
- hipoglicemia neonatal.
E, após o período de gravidez, há um risco maior da mulher se tornar uma paciente com diabetes tipo 2 e da criança ter obesidade.
Dessa forma, realizar os exames ajuda a garantir uma gestação mais saudável e segura, já que permite a detecção precoce de alterações e a escolha de intervenções eficazes.
Recomenda-se ainda que, mulheres que planejam engravidar, especialmente aquelas com histórico familiar de diabetes ou sobrepeso, busquem orientação médica e nutricional antes da concepção.
A prevenção está diretamente associada a hábitos saudáveis, como manter uma alimentação balanceada – rica em fibras e com baixo índice glicêmico – e praticar atividades físicas regularmente.
Com acompanhamento médico adequado no pré-natal, é possível preservar a saúde da mãe e oferecer as melhores circunstâncias para o desenvolvimento fetal e infantil.
Fontes: